“ZIMBA”, RETRATO DO BRASIL VINDO DA POLÔNIA.

Por Celso Sabadin.

Como diz Joel Pizzini, o próprio diretor do filme, “Zimba” não é exatamente um documentário sobre Ziembinski, mas através de Ziembinski. Fundamentando-se na narração de três grandes artrizes – Nathalia Timberg, Camila Amado e Nicette Bruno – o filme radiografa a riquíssima carreira do ator e diretor Zbigniew Ziembinski (1908-1978), que trocou sua Polônia natal pelo Brasil, fugindo do nazismo, no início da Segunda Guerra.
“Zimba” me encantou em altíssimo grau. Na minha então visão de adolescente nos anos 70, Ziembinski era apenas um ator de nome esquisito que eu via fugazmente na tela da TV, e que sempre fora velho. Ainda que sob o encanto de suas intepretações hipnóticas, meu desconhecimento juvenil sobre aquele “velho” era gigantesco. Assim, descortinar Ziembinski em toda a sua plenitude através do documentário de Pizzini foi – e está sendo – um dos grandes presentes ofertados por esta 26ª Edição do Festival É Tudo Verdade.

O filme resgata atuações cinematográficas do jovem Zimba ainda em terras polonesas, mostra-nos suas veias cômica e dramática, seu talento também como diretor de cinema, sua participação histórica e decisiva – já em terras brasileiras – ao catapultar o talento ainda inédito de Nelson Rodrigues, seu trabalho inédito utilizando a luz cênica como linguagem dramática e narrativa dramatúrgica…ufa!… tudo com preciosíssimas imagens de arquivo de encantar qualquer alma apreciadora das artes.
Quem ouve o Português perfeito dos depoimentos e entrevistas de Zimba custa a acreditar que ele saiu da Polônia já aos 30 anos de idade, sem saber nenhuma palavra em nosso idioma. Tudo nele é impressionante, e o filme faz jus ao seu talento.

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