5ª MOSTRA ECOFALANTE DIVULGA PREMIADOS.

Nesta quarta-feira, 29/6, foi realizada a cerimônia de premiação dos melhores filmes da Competição Latino-Americana e do concurso Curta Ecofalante desta 5ª edição da Mostra.

O Júri da Competição Latino-Americana, formado por Aurélio Michiles, Solange Alboreda e Maria Elisabeth de Sá Freire, identificou, apesar da abrangência dos temas abordados nos filmes, um alerta em comum para a defesa e a preservação humana e ambiental do continente latino-americano.

O longa escolhido pelo júri como o melhor da Competição é “Jaci: Sete Pecados de uma Obra Amazônica” (Brasil, 2014), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. O filme aborda uma região de extraordinária biodiversidade e de extraordinárias civilizações com suas culturas e crenças, que se vê subitamente diante de uma obra monumental.

O filme “Dauna: O que o Rio Leva” (Venezuela, 2015), de Mario Crespo, levou menção honrosa pelo júri. A produção promove, a partir de um recorte particular, a reflexão sobre o papel colocado à mulher nas diversas sociedades.

Entre os curtas-metragens da Competição, o júri escolheu como melhor filme “Feito Torto pra Ficar Direito” (Brasil, 2015), de Bhig Villas Bôas, que expressa não somente como conceito histórico, mas com beleza cinematográfica, a riqueza da tecnologia mantida pela oralidade, que fez e faz a descoberta de novos mundos. O filme revela o saber náutico de mestres carpinteiros anônimos, apresentando seus estaleiros artesanais, as comunidades originais onde esse saber foi passado de geração a geração e as dificuldades para dar continuidade à prática nos dias de hoje.

O curta “Ameaçados” (Brasil, 2014), de Julia Mariano, recebeu menção honrosa do júri. O filme reafirma uma realidade conhecida: os povos tradicionais, indígenas e caboclos, constituem a expressão máxima da cultura amazônica, mas também a força política que luta pela preservação da floresta. Daí serem alvos permanente, tendo suas vidas ameaçadas. O filme mostra pequenos agricultores do sul e do sudeste do Pará e sua luta por um pedaço de terra para plantar e viver.

Também recebeu menção honrosa do júri o curta “Sucata” (Uruguai, 2015), uma animação de Walter Tournier.

O público da 5ª Mostra Ecofalante escolheu como melhor longa da Competição Latino-Americana deste ano o filme “Sunú” (México, 2015), de Teresa Camou. Através do olhar de pequenos, médios e grandes produtores de milho no México, o filme costura diferentes histórias sobre um mundo rural ameaçado. Viaja ao coração de um país onde muitos povos alimentam sua determinação de seguir sendo livres, de trabalhar a terra, cultivar suas sementes, viver sua cultura e espiritualidade em um mundo moderno que, ao mesmo tempo que os despreza, necessita deles.

O público escolheu como melhor curta da Competição o filme “O Homem do Saco” (Brasil, 2015) de Carol Wachockier, Felipe Kfouri e Rafael Halpern. O filme retrata um personagem conhecido do imaginário popular, mas que muitos não sabem ser um personagem real, um homem que vive à margem da sociedade, que caminha invisível perante os olhos dela, catando materiais recicláveis para seu sustento. Hoje, esse homem desenvolveu seu método de coleta e se tornou o catador, profissão encontrada como alternativa ao desemprego que assola os brasileiros que chegam em São Paulo em busca de uma vida melhor.

Concurso Curta Ecofalante

Apesar do concurso Curta Ecofalante estar apenas começando, todos os cinco filmes selecionados para exibição têm a qualidade para estar em uma mostra de cinema, e nos impressionou como de fato os temas ambientais estão presentes nas produções universitárias. Eles tratam de temas atuais, como a questão da moradia e do transporte na cidade, o uso e a gestão da água, a produção e o descarte de lixo, a situação ambiental do Rio de Janeiro frente a recepção das Olimpíadas e, finalmente, a necessidade da recuperação de nossas matas. Os melhores filmes foram escolhidos por uma comissão da Ecofalante e também pelo público.

O curta que levou o prêmio de melhor filme pelo júri foi “Verde Chorume”, de Roberta Bonoldi, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). O curta apresenta um ritmo dinâmico, que remete aos filmes-sinfonia da década de 1920, os quais o personagem é urbano. Trata de uma questão que aflige o mundo inteiro, e parece que irá atingir cada vez mais pessoas, sintetizando-a em praticamente uma rua – a questão do lixo, e em especial a grave questão do lixo eletrônico.

Por um apurado cuidado técnico e uma abordagem sensível e humana, o júri decidiu entregar uma menção honrosa a um filme que trata de um crescimento urbano que acontece hoje, em plena metrópole paulistana do século 21, revelando não só problemas, mas também lutas e resistências: O curta “Travessia, muita vida após a balsa”, produzido pelo Centro de Audiovisual de São Bernardo do Campo e dirigido por Ana Paula Moreira.

Travessia, muita vida após a balsa” levou também o prêmio de melhor filme escolhido pelo público.

Competição Latino-Americana

Júri
Melhor Longa: Jaci – Sete Pecados de uma Obra Amazônica (Brasil, 2014, 102’ | Direção: Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros)

Menção Honrosa, longa: Dauna: O Que o Rio Leva (Venezuela, 2015, 80’ | Direção: Mario Crespo)

Melhor Curta: Feito Torto Para Ficar Direito (Brasil, 2015, 53’ | Direção: Bhig Villas Bôas)

Menção Honrosa, curtas: Ameaçados (Brasil, 2014, 22’ | Direção: Julia Mariano) e Sucata (Uruguai, 2015, 5’ | Direção: Walter Tournier)

Público
Melhor Longa: Sunú (México, 2015, 80’ | Direção: Teresa Camou)

 

Melhor Curta: O Homem do Saco (Brasil, 2015, 58’ | Direção: Carol Wachockier, Felipe Kfouri e Rafael Halpern)

Concurso Curta Ecofalante

Júri
Melhor filme: Verde Chorume (Brasil, 2015, 12’ | Direção: Roberta Bonoldi)

Menção honrosa: Travessia, muita vida após a Balsa (Brasil, 2015, 14’ | Direção: Ana Paula Moreira)

Público
Melhor filme: Travessia, muita vida após a Balsa (Brasil, 2015, 14’ | Direção: Ana Paula Moreira)