ATÉ DIA 9, CINE GAIA DIFUNDE O CINEMA AMBIENTAL.

Como parte das comemorações de seu bicentenário, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro lança seu 1º Festival de Cinema Ambiental. De hoje (31) até 9 de novembro, o Cine Gaia terá como atrações uma série de filmes e debates sobre diversos temas ligados à problemática ambiental.

Com entrada franca, o Cine Gaia é mais um passo na consolidação do Jardim Botânico como espaço cultural e científico da cidade. Parte dos filmes será exibida no teatro do Espaço Tom Jobim, inaugurado neste mês de outubro. E a outra parte estará no Centro Cultural Correios. Este ano, o Jardim também ganhou o Museu do Meio Ambiente, que, no futuro, abrigará uma exposição permanente sobre a questão ambiental no Brasil e no mundo.

O Festival também é a representação da união entre meio ambiente e cultura, para levar ao público a dimensão da relação entre o homem e a natureza, através de trabalhos educacionais, poéticos, documentais e ficcionais. Para participar do Cine Gaia, foram recebidas mais de 200 inscrições, de mais de 30 países. Foram escolhidos 40 trabalhos, que concorrerão ao prêmio popular. Selecionados para a Mostra Hors Concours, serão exibidos sete filmes, de diretores brasileiros e estrangeiros, como o documentário O Pesadelo é Azul, sobre as vítimas do acidente radioativo com o césio-137, ocorrido em Goiânia em 1987, e Brasil, mais natureza, menos pobreza, de Estevão Ciavatta.

A polêmica fica por conta da exibição de dois filmes: O mundo segundo Monsanto e Campos de Deméter. O primeiro, documentário da jornalista francesa Marie-Monique Robin, faz denúncia grave contra os produtos e o lobby da Monsanto, empresa que controla 90% da produção transgênica mundial. E o segundo, é uma viagem através da paisagem européia, focando na agricultura (a maior intervenção do homem na natureza), no aumento do desequilíbrio do uso da terra, na perda de biodiversidade e na deterioração geral do ambiente.

Urubus têm asas é outro filme que merece a atenção. Curta-metragem que revela como as novas gerações, através de ações inspiradoras, estão modificando seu futuro, foi ganhador do prêmio de melhor curta pelo júri popular do Festival do Rio.

Uma curiosidade: nas exibições de O mundo segundo Monsanto e Tambogrande, haverá sessões com audiodescrição, destinadas a portadores de deficiência visual. A audiodescrição permite a inclusão de pessoas com deficiência visual na experiência cinematográfica, pois é feita uma descrição clara das informações que compreendemos visualmente e que não estão nos diálogos, como expressões faciais e corporais importantes para narrativa, além da leitura dos títulos, créditos e outras informações escritas na tela.

Nas atividades paralelas, o Cine Gaia terá as presenças de ilustres pensadores da problemática ambiental no plano global e nacional, como o professor de ciência política da Universidade Livre de Berlim, Elmar Altvater, o pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Philip Fearnside, e o embaixador extraordinário para mudanças climáticas do Brasil, Sérgio Serra.

Um painel especial sobre saúde alimentar exibirá um olhar sobre os diferentes aspectos que envolvem a cadeia alimentar – com degustação de alimentação viva, informações sobre a produção e comercialização de alimentos orgânicos, além de manejo da flora e fauna, reciclagem e outros temas relevantes para a conservação da biodiversidade.

As exibições dos filmes acontecerão no teatro do Espaço Tom Jobim e também no Centro Cultural dos Correios, todas com entrada franca.

O Jardim Botânico fica localizado na Rua Jardim Botânico, 1008.