CICLO GRATUITO COM FILMES SOBRE O GOLPE DE 1964: MAIS QUE OPORTUNO.  

As sessões acontecem de 12/03 a 27/04 no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca e Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, em SP.

Um ciclo com oito filmes brasileiros cujas temáticas abordam o golpe civil-militar de 1º de abril de 1964 acontece de 12/03 a 27/04 dentro da programação do projeto Cine Direitos Humanos, realizado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.

 

Integram o ciclo “Aconteceu Bem Aqui”, de Camilo Tavares, “AI 5 – O Dia Que Não Existiu”, de  Paulo Markun, “Entre Imagens (Intervalos)”, de André Fratti Costa e Reinaldo Cardenuto, “Hoje”, de Tata Amaral, “Obra”, de Gregório Graziosi, “Vlado – 30 Anos Depois”, de João Batista de Andrade, “Os Advogados Contra a Ditadura: Por uma Questão de Justiça” e “Jango”, ambos de Silvio Tendler. As sessões acontecem no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca e no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, sempre com entrada franca.

 

Um dos documentários com maior número de espectadores da história do cinema brasileiro (foi visto nas salas comerciais por mais de um milhão de pessoas), “Jango” (1984, 117 min) refaz a trajetória política de João Goulart, o 24° presidente brasileiro, que foi deposto por um golpe civil-militar nas primeiras horas de 1º de abril de 1964. Goulart era popularmente chamado de “Jango”, daí o título do filme, que utiliza de imagens de arquivo e de entrevistas com importantes personalidades políticas, como Afonso Arinos, Leonel Brizola, Celso Furtado, Frei Betto e Magalhães Pinto, entre outros. O documentário captura a efervescência da política brasileira durante a década de 1960 sob o contexto histórico da Guerra Fria. O longa-metragem narra os detalhes do golpe e se estende até os movimentos de resistências à ditadura, terminando com a morte do presidente no exílio e imagens de seu funeral, cuja divulgação foi censurada pelo regime militar.Com narração de José Wilker, a obra conta com depoimentos de Afonso Arinos, Aldo Arantes, Celso Furtado, Francisco Julião, Frei Betto, Gregório Bezerra, Leonel Brizola, Magalhães Pinto, entre outros. Vencedor do prêmio especial do júri nos festivais de Havana e Gamado – neste último conquistou também o prêmio do público –, o longa tem trilha sonora de autoria Milton Nascimento e Wagner Tiso. O sugestivo slogan do filme é “Como, quando e por que se derruba um presidente”.

 

Outro documentário assinado por Silvio Tendler presente no ciclo é o recente “Os Advogados Contra a Ditadura: Por uma Questão de Justiça” (2013, 130 min). O filme conta a história de advogados brasileiros que defenderam presos políticos durante a ditadura civil-militar (1964-1985), tendo um papel fundamental na defesa dos direitos humanos e das garantias dos cidadãos. Uma dura luta contra as imposições do autoritarismo e a repressão, onde esses profissionais sofreram os mais diversos tipos de ameaças e restrições. Através de depoimentos e registros de arquivos, uma reflexão sobre a época em questão e sobre a luta pela liberdade.

 

Em “Hoje” (2011, 90 min), a cineasta Tata Amaral revisita a ditadura civil-militar brasileira através de sua protagonista, vivida por Denise Fraga. Ela recebe uma indenização do governo pelo desaparecimento do marido (interpretado pelo ator uruguaio Cesar Troncoso, de “O Banheiro do Papa”). Mas, no dia da mudança para seu novo apartamento, o passado vai surpreendê-la. Vencedor do Festival de Brasília, a obra recebeu ainda no evento os prêmios de melhor atriz, roteiro, direção de arte e fotografia.

 

Estrelado por Irandhir Santos (de “Tatuagem” e “O Som ao Redor”) e Julio Andrade (de “Gonzaga – De Pai pra Filho” e “Serra Pelada”), “Obra” (2015, 80 min), longa de estreia de Gregório Graziosi, se passa às vésperas do nascimento de primeiro filho de um arquiteto, quando este encontra um cemitério clandestino na obra que está prestes a iniciar. A descoberta desestabiliza sua vida, fazendo com que ele questione sua profissão, a cidade em que vive e até mesmo o relacionamento com sua esposa.  Filmado em preto e branco, em formato scope, o filme conquistou prêmio de contribuição artística no Festival de Havana e, no Festival do Rio, os prêmios de melhor fotografia e de melhor filme latino-americano pela júri da crítica internacional.

 

Dirigido por André Fratti Costa e Reinaldo Cardenuto, “Entre Imagens (Intervalos)” (2015, 22 min) percorre obras e pegadas de Antonio Benetazzo, resgatando a trajetória e memória do artista e militante precocemente assassinado por agentes da ditadura civil-militar brasileira. Os diretores revisitam um passado ainda pouco esclarecido, marcado por mortes físicas, simbólicas e culturais.

 

Em “Vlado – 30 Anos Depois” (2005, 85 min) o diretor João Batista de Andrade reconstitui os momentos mais dramáticos da trajetória de Vladimir Herzog, jornalista cuja reação a seu  assassinato (ocorrido em outubro de 1975 nas instalações do DOI-CODI, no quartel-general do 2º Exército, em São Paulo, após ter se apresentado voluntariamente ao órgão para “prestar esclarecimentos” sobre suas “ligações e atividades criminosas) tornou-se central no movimento pela restauração da democracia no país. O filme representa um manifesto contra a perseguição e sofrimento de todos os jornalistas que viveram período de terror da ditadura civil-militar, um símbolo que representa todos os jornalistas perseguidos. Participam familiares como a esposa, Clarice; amigos de colégio, como Ruy Ohtake; de redação, como Fernando Morais, Rodolfo Konder e Paulo Markun.

 

Paulo Markun é diretor de “AI 5 – O Dia Que Não Existiu” (2011, 56 min), mostra um dos episódios mais importantes da história política contemporânea do Brasil, quando, em 12 de dezembro de 1968, defendendo o parlamento e a democracia, o então deputado federal Mario Covas fez um dos discursos mais marcantes do Congresso Nacional, em que citou a liberdade como o principal vínculo entre o homem e a eternidade. Por sua vez, o deputado e jornalista Márcio Moreira Alves conclamava as jovens brasileiras a não namorar oficiais do Exército. No dia seguinte, a ditadura civil-militar baixou o Ato Institucional nº 5, fechando o Congresso por quase um ano, suspendendo vários direitos políticos e conferindo poderes absolutos ao regime. O documentário resgata a história dessa sessão marcante do legislativo brasileiro, através de depoimentos inéditos e imagens raras de arquivo, além de reconstituição feita por atores.

 

Encerra a programação o documentário “Aconteceu Bem Aqui” (2015, 55 min), de Camilo Tavares (de “O Dia que Durou 21 Anos”). A obra retrata lugares da cidade de São Paulo simbólicos na luta pela preservação da democracia e dos direitos humanos.

 

PROGRAMAÇÃO

12/03 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca –

“Jango” – Silvio Tendler (1984, 117 min)

 

19/03 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca –

“Hoje” – Tata Amaral (2011, 90 min)

 

26/03 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca –

“Os Advogados Contra a Ditadura: Por uma Questão de Justiça” – Silvio Tendler (2013, 130 min)

 

2/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca

“Entre Imagens (Intervalos)” – André Fratti Costa e Reinaldo Cardenuto (2015, 22 min)

“Obra” – Gregório Graziosi (2015, 80 min), com debate ao final

 

6/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

“Entre Imagens (Intervalos)” – André Fratti Costa e Reinaldo Cardenuto (2015, 22 min)

“Obra” – Gregório Graziosi (2015, 80 min)

 

9/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca

“Vlado – 30 Anos Depois” – João Batista de Andrade (2005, 85 min)

 

13/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

“Vlado – 30 Anos Depois” – João Batista de Andrade (2005, 85 min)

 

16/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca

“AI 5 – O Dia Que Não Existiu” Paulo Markun (2011, 56 min)

 

20/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

“AI 5 – O Dia Que Não Existiu” Paulo Markun (2011, 56 min)

 

23/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca

“Aconteceu Bem Aqui” – Camilo Tavares (2015, 55 min), com debate ao final

 

27/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

“Aconteceu Bem Aqui” – Camilo Tavares (2015, 55 min)

 

 

Serviço
Cine Direitos Humanos

ciclo especial Golpe de 1964, com a exibição dos filmes

“Aconteceu Bem Aqui” – Camilo Tavares (2015, 55 min, 14 anos)

“AI 5 – O Dia Que Não Existiu” Paulo Markun (2011, 56 min, 14 anos)

“Entre Imagens (Intervalos)” – André Fratti Costa e Reinaldo Cardenuto (2015, 22 min, 14 anos)

“Hoje” – Tata Amaral (2011, 90 min, 14 anos)

“Jango” – Silvio Tendler (1984, 117 min, 12 anos)

“Obra” – Gregório Graziosi (2015, 80 min, 12 anos)

“Os Advogados Contra a Ditadura: Por uma Questão de Justiça” – Silvio Tendler (2013, 130 min, 12 anos)

“Vlado – 30 Anos Depois” – João Batista de Andrade (2005, 85 min, 14 anos)

 

12/03 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “Jango”

19/03 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “Hoje”

26/03 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “Os Advogados Contra a Ditadura: Por uma Questão de Justiça”

2/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “Entre Imagens (Intervalo)” e “Obra”

6/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes – “Entre Imagens (Intervalo)” e “Obra”

9/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “Vlado – 30 Anos Depois”

13/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes – “Vlado – 30 Anos Depois”

16/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “AI 5 – O Dia Que Não Existiu”

20/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes – “AI 5 – O Dia Que Não Existiu”

23/04 – 11h00 – Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca – “Aconteceu Bem Aqui”

27/04 – 19h00 – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes – “Aconteceu Bem Aqui”

 

endereços

Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca (Rua Frei Caneca 569, Consolação, São Paulo, tel 11-3472.2368)

Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (Rua Inácio Monteiro 6.900, Cidade Tiradentes, São Paulo, tel 11-2555.2840)

entrada franca