CINEMATECA ABRE MOSTRA “A BOCA EM ROTERDÔ.

Com o apoio do Festival Internacional de Cinema de Roterdã (International Film Festival Rotterdam), a Cinemateca Brasileira reapresenta em São Paulo a mostra “The mouth of garbage – subculture and sex in São Paulo 1967-1987″, destaque da última edição do evento, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo. Com curadoria de Gabe Klinger, a retrospectiva exibe uma seleção de filmes rodados entre as décadas de 1960 e 1980, incluindo desde obras de referência do cinema brasileiro de vanguarda, como A margem, de Ozualdo Candeias, O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, e Orgia ou o homem que deu cria, de João Silvério Trevisan, a clássicos do cinema de sexo explícito como Fuk fuk à brasileira, de Jean Garrett, e Senta no meu, que eu entro na tua, de Ody Fraga.

Objeto desprezado pela historiografia oficial do cinema brasileiro, investigado com interesse por pesquisadores independentes, alvo de preconceitos ou de um culto que às vezes deturpa seu significado, o cinema da Boca começou a ganhar forma quando produtores, distribuidores e exibidores sediados no centro da capital paulista, souberam erguer um sistema contínuo de produção e comercialização de filmes, mantido por capital privado e favorecido pela lei de obrigatoriedade decretada pelo governo no início dos anos 1970, que garantia espaço ao filme brasileiro nas salas de projeção. Contando com esta reserva de mercado, a Boca investiu em gêneros narrativos populares, flertando com o filme policial e de aventura, com o faroeste, a comédia erótica e, já em sua derrocada nos anos 1980, com o sexo explícito. Além disso, também criou um star system próprio, alimentado pela celebração de suas musas e astros através de jornais e revistas, e funcionou ainda como espaço de formação para inúmeros técnicos e realizadores, acolhendo os jovens que procuravam uma opção artística diversa daquela praticada pelos cinemanovistas – a geração do chamado cinema marginal.

Contando com uma parcela expressiva da filmografia da Boca, e com obras que dialogam com o imaginário ali cultivado, a mostra A BOCA EM ROTERDÃ homenageia o cineasta Carlos Reichenbach (1945-2012), apresentando, em novas cópias 35mm, os longas Lilian M: relatório confidencial e o raro Império do desejo. Para contribuir com a discussão sobre o cinema ali produzido, a Cinemateca ainda promove dois debates ao longo de julho – o primeiro, no dia 14/07, com a presença do diretor, roteirista e escritor João Silvério Trevisan, que assina o anárquico Orgia ou o homem que deu cria, e o segundo no dia 21/07, com a presença do cineasta Alfredo Sternheim, autor de Anjo loiro, estrelado por Vera Fischer. Orgia ou o homem que deu cria e Anjo loiro serão projetados em novas cópias 35mm confeccionadas pela Cinemateca. Outro destaque da programação é Vítimas do prazer – snuff, de Claudio Cunha, pérola sobre dois produtores estrangeiros que vem ao Brasil para rodar, na Boca do Lixo, um filme snuff, no qual os atores são mortos de verdade diante das câmeras.

PROGRAMAÇÃO

10.07 | TERÇA

SALA CINEMATECA BNDES

18h30 LILIAN M: RELATÓRIO CONFIDENCIAL
21h00 IMPÉRIO DO DESEJO

11.07 | QUARTA

SALA CINEMATECA BNDES

18h30 A MARGEM
20h30 O CONVITE AO PRAZER

12.07 | QUINTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 O BANDIDO DA LUZ VERMELHA
20h30 O DESPERTAR DA BESTA

13.07 | SEXTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 O PORNÓGRAFO
20h30 VEREDA TROPICAL | SENTA NO MEU, QUE EU ENTRO NA TUA

14.07 | SÁBADO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

15h30 LILIAN M: RELATÓRIO CONFIDENCIAL
19h00 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA | ENCONTRO COM JOÃO SILVÉRIO TREVISAN

15.07 | DOMINGO

SALA CINEMATECA BNDES

16h00 O CONVITE AO PRAZER

17.07 | TERÇA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1969/70 | O VAMPIRO DA CINEMATECA
20h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1970/71 | O INSIGNE FICANTE

18.07 | QUARTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA

19.07 | QUINTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 IMPÉRIO DO DESEJO
20h30 BOCADOLIXOCINEMA: 31/12/1976 | AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA

20.07 | SEXTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

19h00 O DESPERTAR DA BESTA
21h00 FUK FUK À BRASILEIRA

21.07 | SÁBADO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

16h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1969/70 | O VAMPIRO DA CINEMATECA
19h00 ANJO LOIRO | ENCONTRO COM ALFREDO STERNHEIM

22.07 | DOMINGO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

16h30 O PORNÓGRAFO
18h30 BOCADOLIXOCINEMA: 31/12/1976 | AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA
20h30 A MARGEM

24.07 | TERÇA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

19h00 O BANDIDO DA LUZ VERMELHA
21h00 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA

25.07 | QUARTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 ANJO LOIRO
20h30 LILIAN M: RELATÓRIO CONFIDENCIAL

26.07 | QUINTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1970/71 | O INSIGNE FICANTE
20h30 VÍTIMAS DO PRAZER – SNUFF

27.07 | SEXTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

19h00 IMPÉRIO DO DESEJO
21h00 OH, REBUCETEIO!

28.07 | SÁBADO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

19h00 VÍTIMAS DO PRAZER – SNUFF
21h00 BOCADOLIXOCINEMA: 31/12/1976 | AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA

29.07 | DOMINGO

SALA CINEMATECA BNDES

16h00 O CONVITE AO PRAZER

31.07 | TERÇA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

21h00 VEREDA TROPICAL | SENTA NO MEU, QUE EU ENTRO NA TUA

01.08 | QUARTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

20h30 OH, REBUCETEIO!

02.08 | QUINTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

21h00 FUK FUK À BRASILEIRA

03.08 | SEXTA

SALA CINEMATECA BNDES

18h30 ANJO LOIRO

04.08 | SÁBADO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

16h00 A MARGEM
21h00 VÍTIMAS DO PRAZER – SNUFF

05.08 | DOMINGO

SALA CINEMATECA BNDES

16h00 UMA RUA CHAMADA TRIUMPHO 1970/71 | O INSIGNE FICANTE

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

Anjo loiro, de Alfredo Sternheim
São Paulo, 1973, 35mm, cor, 103’
Mario Benvenutti, Vera Fischer, Celia Helena, Ewerton de Castro
Professor apaixona-se pela jovem namorada de seu melhor aluno. Mas as repetidas infidelidades da moça o levam ao desespero. Lançado no auge do cinema marginal, e em meio à consolidação de uma produção regular da Boca, Anjo loiro obteve boa repercussão de público até ser interditado pela censura. Estrelado por Vera Fischer, é inspirado no clássico de Joseph von Sternberg, O anjo azul, adaptado de um romance do escritor Heinrich Mann. Fotografia de Reinaldo Paes de Barros.
não indicado para menores de 16 anos
sáb 21 19h00 | qua 25 18h30 | sex 03 18h30

Aopção ou as rosas da estrada, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1981, 35mm, pb, 88’
Carmem Angélica, Alan Fontaine, Nere di Passi, Carmem Ortega
Mergulho no cotidiano de um grupo de mulheres pobres, cortadoras de cana. Marginalizadas, vivem à beira da estrada, levando a prostituição como forma de sobrevivência e única maneira de se chegar à cidade. Unindo sequências documentais e ficcionais, Aopção ou as rosas da estrada recebeu o Prêmio Leopardo de Bronze no Festival de Locarno de 1981.
não indicado para menores de 16 anos
qui 19 20h30 | dom 22 18h30 | sáb 28 21h00

O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla
São Paulo, 1968, 35mm, pb, 92’
Paulo Villaça, Luiz Linhares, Helena Ignez, Pagano Sobrinho
Marginal coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais requintados. Enquanto comete seus delitos, conhece uma provocante prostituta, famosa em toda a Boca do Lixo, por quem se apaixona. Primeiro longa-metragem de Rogério Sganzerla, O bandido da luz vermelha é um dos filmes mais influentes da história do cinema brasileiro. Em diálogo com a nouvelle vague e com a obra de Orson Welles, Sganzerla sacode o panorama cinematográfico da época, construindo
uma paródia anárquica. Fotografia de Peter Overbeck e Carlos Ebert. Montagem de Sylvio Renoldi.
não indicado para menores de 16 anos
qui 12 18h30 | ter 24 19h00

Bocadolixocinema: 31/12/76, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1976, 35mm, pb, 12’
Documentário sobre a festa de final de ano de 1976 na Rua do Triunfo, organizada pelo meio cinematográfico. O filme também é conhecido como Festa na Boca.
não indicado para menores de 14 anos
qui 19 20h30 | dom 22 18h30 | sáb 28 21h00

O convite ao prazer, de Walter Hugo Khouri
São Paulo, 1980, 35mm, cor, 111’ | Exibição em HD Cam
Sandra Bréa, Roberto Maya, Helena Ramos, Serafim Gonzales
Empresário milionário e seu amigo dentista, ambos casados, dedicam seu tempo para fazer sexo com várias mulheres. Juntos, desfrutam de incessantes sessões de prazer num luxuoso apartamento. Em O convite ao prazer, Khouri retoma os temas caros à sua obra como a crise existencial, a insatisfação do desejo e a incomunicabilidade que permeia a vida de tipos da alta burguesia paulistana. Além de trabalhar com o universo de Noite vazia, Khouri ainda dirige neste filme algumas das principais musas da Boca como Aldine Müller, Patrícia Scalvi e Kate Lyra. Fotografia de Antonio Meliande.
não indicado para menores de 18 anos
qua 11 20h30 | dom 15 16h00 | dom 29 16h00

O despertar da besta, de José Mojica Marins
São Paulo, 1969, 35mm, cor/pb, 92’
José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias, Andréa Bryan
Médico expõe num programa de televisão sua tese sobre as drogas e sua influência sobre a mente, mostrando resultados de seus experimentos com LSD e com a imagem de Zé do Caixão. Filme de invenção, sintonizado com a vanguarda dos anos 1960, O despertar da besta, também conhecido como Ritual dos sádicos, foi censurado pelo governo militar. Obra antropofágica, conta com roteiro do mestre da “pulp fiction” brasileira Rubens Francisco Lucchetti. Exibição da cópia restaurada pela Cinemateca Brasileira com patrocínio da Petrobras.
não indicado para menores de 18 anos
qui 12 20h30 | sex 20 19h00

Fuk fuk à brasileira, de J. A. Nunes (Jean Garrett)
São Paulo, 1986, 35mm, cor, 80’
Chumbinho, Bianchina Della Costa, Iragildo Mariano, Lia Soul
Anão telepata é adotado por um casal praticante de orgias. Um dia, a mulher se recusa a lubrificar o ânus para o marido com margarina – ela só gosta de manteiga – e ele decide então sodomizar o pobre anão, que escapa do assédio pela privada e vai viver uma verdadeira odisseia com a direito a lusitanos pansexuais, naves de formato fálico e outras aberrações eróticas. Comédia surrealista, Fuk fuk à brasileira é uma das mais estranhas produções da Boca na era do explícito.
não indicado para menores de 18 anos
sex 20 21h00 | qui 02 21h00

Império do desejo, de Carlos Reichenbach
São Paulo, 1980, 35mm, cor, 95’
Roberto Miranda, Benjamin Cattan, Marcia Fraga, Meiry Vieira
Viúva descobre que o marido devasso mantinha uma casa na praia para encontros extraconjugais. Decidida a reaver a propriedade, tomada por grileiros, ela embarca para o litoral e, durante a viagem, dá carona a um casal de hippies. Tempos depois, regressa para a capital, e fatos estranhos começam a governar o lugar – duas estudantes desaparecem, um poeta louco ronda a vizinhança e devora uma jornalista chinesa. Primeiro filme brasileiro a receber da censura o título de “espetáculo pornográfico”, Império do desejo chegou a ser programado em meados dos anos dos 1980 pelo então curador do Festival de Roterdã, Hubert Bals. No entanto, por diversas complicações, não foi apresentado. Décadas depois, graças ao trabalho de preservação da Cinemateca, uma nova cópia 35mm do filme foi exibida dentro da mostra The mouth of garbage.
não indicado para menores de 16 anos
ter 10 21h00 | qui 19 18h30 | sex 27 19h00

O insigne ficante, de Jairo Ferreira
São Paulo, 1977-1980, super-8, cor, 60’ | Exibição em DVD
Como num diário ou caderno de notas, o cineasta e crítico Jairo Ferreira discute o conceito de invenção, segundo as teorias de Erza Pound. Filme de viagem, no qual Jairo leva sua câmera até Goiás, Paris, Bahia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, encontrado diversas personalidades, entre as quais o crítico Inácio Araújo, os cineastas Carlos Reichenbach, Júlio Bressane e Edgar Navarro, e o escritor Dyonélio Machado.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 21h00 | qui 26 18h30 | dom 05 16h00

Lilian M: relatório confidencial, de Carlos Reichenbach
São Paulo, 1975, 35mm, cor, 120’
Célia Olga Benvenutti, Benjamin Cattan, Edward Freund, Lee Bujyja
Seduzida por um mascate, camponesa abandona a família para ganhar a vida em São Paulo. Um acidente de carro faz com que ela siga sozinha para a capital, onde assume outro nome – Lilian – e se torna amante de um industrial e de seu filho. O triângulo amoroso termina em tragédia e ela se envolve com outro homem poderoso, mas é novamente abandonada. A sós, é levada para a baixa prostituição pelas mãos de um marginal. Após três anos dedicando-se ao filme publicitário, Reichenbach radicaliza sua volta ao cinema, realizando uma obra à frente de seu tempo, sob influência do cinema de Shohei Imamura. Produzido com as sucatas de cenários da extinta Jota Filmes, Lilian M faz uma súmula da visão cinematográfica de seu diretor. Destaque para a participação especial do produtor e programador da Cinemateca Bernardo Vorobow.
não indicado para menores de 16 anos
ter 10 18h30 | sáb 14 15h30 | qua 25 20h30

A margem, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1967, 35mm, pb, 96’
Mário Benvenutti, Valéria Vidal, Bentinho, Lucy Rangel
Às margens do rio Tietê, histórias de amor se desenrolam: em meio à miséria e a luta pela sobrevivência, dois casais que a sociedade ignora tentam encontrar-se. Entre pequenos golpes pela sobrevivência, os personagens evoluem por entre encontros nas franjas da cidade, nos baixos da várzea, não resistindo à violência de um submundo em processo de inapelável deterioração. Filme de estreia de Ozualdo Candeias, A margem foi lançado pouco tempo depois de Terra em transe, deslocando o foco da crítica que até então debatia o impacto do filme de Glauber. Elemento estranho dentro do panorama cinematográfico da época, A margem foi considerado um dos precursores do chamado cinema marginal. Hoje é celebrado como um dos mais importantes filmes do cinema brasileiro moderno.
não indicado para menores de 16 anos
qua 11 18h30 | dom 22 20h30 | sáb 04 16h00

Orgia ou o homem que deu cria, de João Silvério Trevisan
São Paulo, 1970, 35mm, pb, 92’
Fernando Benini, Sérgio Couto, Pedro Paulo Rangel, Ozualdo Candeias
Depois de matar o pai, jovem tresloucado inicia uma caminhada, para a qual se juntam uma série de personagens – um intelectual que fala uma língua incompreensível, um travesti negro, um anjo de asa quebrada, prostitutas, um cangaceiro, entre outros tipos brasileiros. Juntos, eles viajam rumo à cidade grande. Em sintonia com o movimento tropicalista, Orgia ou o homem que deu cria é marcado por uma narrativa anárquica, rica de situações nonsense e personagens alegóricas. Único longa-metragem do cineasta, roteirista e escritor João Silvério Trevisan, Orgia conta com fotografia de Carlos Reichenbach.
não indicado para menores de 16 anos
sáb 14 19h00 | qua 18 18h30 | ter 24 21h00

Oh, rebuceteio!, de Claudio Cunha
Rio de Janeiro, 1984, 35mm, cor, 75’ | Exibição em Beta digital
Claudio Cunha, Eleni Benedetti, Jaime Cardoso, José Luiz Rodi
Diretor de teatro convoca candidatos para sua nova peça teatral. O elenco é dividido em grupos e o encenador realiza laboratórios coletivos nos quais cada ator é obrigado a colocar seus “demônios” pra fora. Enquanto os intérpretes se debatem nos ensaios, o egocêntrico diretor assiste a tudo impassivelmente. Inspirado pelo musical Oh! Calcutta!, de Jacques Levy, Oh, rebuceteio! desmonta os principais clichês do filme pornográfico. Trata-se de uma das comédias de sexo explícito mais originais do cinema brasileiro.
não indicado para menores de 18 anos
sex 27 21h00 | qua 01 20h30

O pornógrafo, de João Callegaro
São Paulo, 1970, 35mm, pb, 80’
Stênio Garcia, Liana Duval, Sérgio Hingst, Ednardo Pinheiro
Miguel Metralha sonha em ser gângster de filme noir. Começa a trabalhar numa editora de revistas pornográficas na Boca do Lixo, mas, tempos depois, seu chefe morre. Quando tenta mudar o estilo das publicações, tem de enfrentar a resistência de uma cafetina e a concorrência das revistas estrangeiras. Homenagem a um dos mais célebres gêneros do cinema industrial americano e seus mitos, O pornógrafo também é marcado pelo deboche e pela paródia, dialogando diretamente com produções como O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla. Sua equipe é formada por alguns dos principais talentos da vanguarda da época, como o crítico Jairo Ferreira e o montador Sylvio Renoldi. Participação especial de Carlos Reichenbach.
não indicado para menores de 16 anos
sex 13 18h30 | dom 22 16h30

Uma rua chamada Triumpho 1969/70, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1971, 35mm, pb, 11’
Documentário sobre a Boca do Lixo, sua fauna humana e cinematográfica, construído a partir de fotos registradas por Candeias.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 19h00 | sáb 21 16h30

Uma rua chamada Triumpho 1970/71, de Ozualdo Candeias
São Paulo, 1971, 35mm, pb, 9’
Segunda parte do documentário sobre a Boca do Lixo.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 21h00 | qui 26 18h30 | dom 05 16h00

Senta no meu, que eu entro na tua, de Ody Fraga
São Paulo, 1985, 35mm, cor, 89′
Silvia Dumont, Germano Vezani, Débora Muniz, Sandra Yoko Midori
Insólita comédia de sexo explícito, dividida em dois episódios. No primeiro, uma mulher descobre que sua vagina fala e que tem suas próprias opiniões e desejos. No segundo, um homem duplica sua capacidade sexual depois que um pênis nasce em sua cabeça. Clássico do gênero dirigido pelo mestre Ody Fraga.
não indicado para menores de 18 anos
sex 13 20h30 | ter 31 21h00

O vampiro da cinemateca, de Jairo Ferreira
São Paulo, 1975-1977, super-8, cor, 64’ | Exibição em Beta digital
Jairo Ferreira, Julio Calasso Jr., Luiz Alberto Fiori, Carlos Reichenbach
Rodado em super-8, O vampiro da cinemateca costura poesia, pastiche, trechos de filmes e músicas, imagens de arquivo, improviso de atores e sequências ficcionais, numa verdadeira colagem que revela as ideias sobre o “cinema de invenção” defendido por Jairo Ferreira. Filme de montagem, disposto a “inventar novos signos”, nas palavras de seu realizador.
não indicado para menores de 14 anos
ter 17 19h00 | sáb 21 16h30

Vereda tropical, de Joaquim Pedro de Andrade
São Paulo, 1977, 35mm, cor, 18’ | Exibição em HD Cam
Cláudio Cavalcanti, Cristina Aché, Carlos Galhardo
Na Ilha de Paquetá, professor tarado investiga a vocação genital dos legumes e frutas, mantendo relações sexuais com uma melancia. Em suas experiências, conta com a interlocução de uma atenciosa aluna. Comédia erótica baseada no conto homônimo de Pedro Maia Soares. Um dos quatro episódios do filme Contos eróticos, Vereda tropical foi censurado pelas autoridades militares, que exigiram cortes praticamente integrais na obra. De acordo com Joaquim Pedro, um filme “educativo e libertário”. Montagem de Eduardo Escorel.
não indicado para menores de 16 anos
sex 13 20h30 | ter 31 21h00

Vítimas do prazer – snuff, de Claudio Cunha
São Paulo, 1977, 35mm, cor, 108’ | Exibição em Beta digital
Carlos Vereza, Rossana Ghessa, Canarinho, Hugo Bidet
Dois inescrupulosos produtores de cinema estão no Brasil para rodar, na Boca do Lixo, um filme “snuff” (em que os atores são mortos de verdade diante das câmeras). Para tanto, precisam de um brasileiro que se disponha a ser testa de ferro. Um fotógrafo de cinema, dono de uma produtora falida, acaba assumindo o papel. Sucesso de bilheteria na época de seu lançamento, com quatro milhões de ingressos vendidos, Vítimas do prazer é uma das estranhas pérolas do cinema da Boca. Escrito por Claudio Cunha e Carlos Reichenbach, rendeu o Prêmio APCA de melhor ator para Hugo Bidet em 1977. Montagem de Sylvio Renoldi.
não indicado para menores de 18 anos
qui 26 20h30 | sáb 28 19h00 | sáb 04 21h00

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Maiores de 60 anos e estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação de documento.