CINEMATECA HOMENAGEIA ALOYSIO RAULINO.

Nesse sábado, dia 15 de junho, às 18h00, a Cinemateca Brasileira presta homenagem a Aloysio Raulino (1947-2013). Um dos maiores fotógrafos da história do audiovisual brasileiro, Raulino também dirigiu documentários fundamentais, como Lacrimosa (1970), em parceria com Luna Alkalay, O tigre e a gazela (1976), e O Porto de Santos (1978), que a Cinemateca Brasileira apresenta em versão restaurada, dentro da mostra Clássicos & raros do nosso cinema. A exibição é seguida de debate com o cineasta Paulo Sacramento, autor de O prisioneiro da grade de ferro (2004), realizado com a colaboração de Raulino.

Nascido em 1947, Aloysio Raulino fez parte da primeira turma do curso de cinema da ECA/USP, onde se graduou e deu aulas nos anos 1990. Diretor de fotografia requisitado, participou da fundação da ABD (Associação Brasileira de Documentaristas) e presidiu a Comissão Estadual de Cinema. Na década de 1970, dirigiu, além dos curtas Lacrimosa, Jardim Nova Bahia, O tigre e a gazela, e O Porto de Santos, um dos episódios de Vozes do medo, longa-metragem coletivo feito durante a ditadura militar, sob a coordenação do cineasta Roberto Santos. Participou ainda de produções emblemáticas do documentário político brasileiro, como Braços cruzados, máquinas paradas (1979), de Roberto Gervitz e Sérgio Toledo. Em 1982, dirigiu seu primeiro e único longa-metragem, Noites paraguaias. Nos anos 2000, Raulino assinou a direção de fotografia de alguns dos melhores filmes brasileiros do período, como O prisioneiro da grade de ferro, de Paulo Sacramento, e Serras da desordem (2006), de Andrea Tonacci.

Uma das principais iniciativas de difusão e preservação do cinema brasileiro organizadas pela instituição, a retrospectiva Clássicos & raros do nosso cinema exibe uma seleção de obras consagradas e produções obscuras do cinema brasileiro, em versões restauradas e cópias novas. A mostra se tornou um projeto exemplar para o trabalho desenvolvido pela Cinemateca. Além de optar por um critério de curadoria abrangente, que considera a história do cinema brasileiro como espaço de manifestações variadas, o evento também se diferencia por ações de preservação como a confecção de novas matrizes para a maior parte dos títulos selecionados. Tudo isso aliado à discussão sobre o fazer cinematográfico.

Todo o evento é gratuito.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
ENTRADA FRANCA

PROGRAMAÇÃO
15.06 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
18h00 CURTAS RESTAURADOS DE ALOYSIO RAULINO | ENCONTRO COM PAULO SACRAMENTO

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

HOMENAGEM A ALOYSIO RAULINO
LACRIMOSA, de Aloysio Raulino e Luna Alkalay
São Paulo, 1970, 16mm, pb, 12′ | Exibição em 35mm
Pela Marginal Tietê e outras vias da metrópole, desfilam terrenos baldios, construções, fachadas de fábricas e favelas, num cenário desolador.O itinerário seguido pela câmera vai até as entranhas da miséria urbana, onde crianças, homens e mulheres vivem em meio ao lixo. Produção da Escola de Comunicações e Artes da USP. Direção e fotografia de Aloysio Raulino. Filme restaurado pelo Programa de Restauro Cinemateca Brasileira – Petrobras 2009.
Não indicado para menores de 14 anos
sáb 15.06 18h00 | qui 27.06 19h0

O TIGRE E A GAZELA, de Aloysio Raulino
São Paulo, 1976, 35mm, pb, 14′
As fisionomias, os gestos e as falas de mendigos, pedintes, loucos e foliões que passam pelas ruas de São Paulo. Os sons e imagens são ilustrados com extratos de Frantz Fanon. Direção e fotografia de Aloysio Raulino. Filme restaurado pelo Programa de Restauro Cinemateca Brasileira – Petrobras 2009.
Não indicado para menores de 14 anos
sáb 15.06 18h00 | dom 16.06 18h00

O PORTO DE SANTOS, de Aloysio Raulino
São Paulo, 1978, 35mm, pb, 19′
Documentário sobre a vida do Porto de Santos nos anos 1970 – o movimento das embarcações, o trabalho dos doqueiros, o cotidiano dos caiçaras que vivem ao redor, a pesca minguada, e a prostituição no cais. Direção e fotografia de Aloysio Raulino. Filme restaurado pelo Programa de Restauro Cinemateca Brasileira – Petrobras 2009.
Não indicado para menores de 14 anos
sáb 15.06 18h00 | qui 27.06 21h00

DEBATEDOR
PAULO SACRAMENTO. Diretor, montador e produtor. Realizou os curtas Ave e Juvenília e, em colaboração com o diretor de fotografia Aloysio Raulino, o documentário O prisioneiro de grade-de-ferro (autoretratos). Montou filmes de destaque do cinema brasileiro recente, como Amarelo manga, Encarnação do demônio, É proibido fumar, Cronicamente inviável e Chega de saudade. Responsável pela empresa Olhos de Cão Produções Cinematográficas, é também curador da obra do crítico e cineasta Jairo Ferreira e membro do Conselho da Cinemateca Brasileira.