COM 30 LONGAS E 104 CURTAS, MOSTRA TIRADENTES DISCUTE INQUIETAÇÃO POLÍTICA DO CINEMA BRASILEIRO. TUDO GRÁTIS.

O cinema político brasileiro, não apenas em sua temática, mas também – e principalmente – em sua forma, será o foco das discussões na 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que abre o calendário audiovisual brasileiro entre 21 e 29 de janeiro de 2011, na cidade histórica mineira. Com um recorde de 134 filmes brasileiros incluindo títulos selecionados para os festivais de Cannes, Berlim e Rotterdam – a 14a Mostra de Cinema de Tiradentes apresenta o novíssimo cinema brasileiro e conta com a presença e participação de profissionais internacionais da Alemanha, EUA e curadores de festivais de Cannes, Locarno e Santa Maria da Feira e Alemanha

Ao todo são 30 longas em pré-estreias nacionais e mundiais, 104 curtas, 12 debates da série Encontro com a crítica, o diretor e o público, cinco debates temáticos com a participação de diretores como Cláudio Assis, Julio Bressane e Cacá Diegues, três lançamentos de livros e dois diálogos audiovisuais com a participação de profissionais do setor. Toda programação é oferecida gratuitamente ao público estimado em mais de 30 mil pessoas.

“A Mostra Tiradentes é um instrumento rico em formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro. A cada edição inova sua temática e apresenta a multiplicidade do audiovisual brasileiro com a proposta de criar novos diálogos, movimentar paradigmas e ampliar olhares – um compromisso com a difusão da cultura brasileira”, afirma Raquel Hallak, coordenadora geral da Mostra Tiradentes.

MOSTRA AURORA CHEGA À 4a EDIÇÃO APOSTANDO NA
NOVA GERAÇÃO DO CINEMA BRASILEIRO

Grande destaque de Tiradentes, a Mostra Aurora chega a sua quarta edição com programação dedicada exclusivamente a realizadores em início de trajetória, com até dois longas realizados. Os filmes são avaliados pelo Júri da Crítica e pelo Júri Jovem. Em 2008, Meu Nome é Dindi, de Bruno Safadi, ganhou o Júri da Crítica e Sábado à Noite, de Ivo Lopes Araujo, ganhou o Júri Jovem. Em 2009, A Fuga da Mulher Gorila, de Felipe Bragança e Marina Meliande, ganhou os prêmios dos dois júris. Em 2010, Estrada para Ythaca, de Luiz Pretti, Pedro Diógenes, Guto Parente e Ricardo Pretti, também faturou os dois júris.

Nesta edição, a seleção é composta por cinco documentários e duas ficções, realizados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco. Os filmes são Enchente, de Julio Pecly e Paulo Silva, Riscado, de Gustavo Pizzi, Remições do Rio Negro, de Erlan Souza e Fernanda Bizarria, Sertão Progresso, de Cristian Cancino, Os Residentes, de Tiago Mata Machado, Santos Dumont – Pré-Cineasta?, de Carlos Adriano, e Vigias, de Marcelo Lordello.

“Há uma tentação de se ver nesses sete filmes um reflexo geracional, embora a princípio seja apenas um recorte de sete realizadores contemporâneos, que começam a fazer seus primeiros longas na primeira década do século XXI. Não se trata de pensar esses sete filmes como um grupo, portanto, mas como um conjunto de obras que, se não integram uma onda ou um segmento, ao menos nos permitem ver em conjunto o que alguns dos novos realizadores brasileiros andam construindo”, afirma Cléber Eduardo, curador da Mostra Aurora.

O Júri da Crítica será composto pelos críticos e pesquisadores José Geraldo Couto (Folha de São Paulo-SP), Cristian Borges (USP-SP), Beth Miranda (PUC-MG), João Luiz Vieira (UFF-RJ) e Cesar Guimarães (UFMG-MG). Já o Juri Jovem é formado por estudantes universitários selecionados a partir da participação da oficina de análise crítica da linguagem cinematográfica realizada na última edição da Mostra CineBH e terá como representantes Alexandra Duarte de Lemos, Jessica Soares Ferreira de Assis, Ludimilla Alvarenga Fonseca, Marina Alvarenga Botelho e Rafael de Souza Barbosa, todos entre 20 e 25 anos.

MOSTRAS OLHARES E VERTENTES EXPANDEM A DIVERSIDADE DA PROGRAMAÇÃO DE TIRADENTES

Além da Mostra Aurora, as seções Olhares e Vertentes testemunham a diversidade da produção brasileira contemporânea. Os oito longas da Mostra Olhares reúnem filmes já premiados em festivais brasileiros e internacionais: A Alegria, de Felipe Bragança e Marina Meliande (premiados em Tiradentes com seu longa anterior – A Fuga da Mulher Gorila – e selecionados agora para os festivais de Cannes, Rotterdam e Brasília com este novo filme); Avenida Brasília Formosa, de Gabriel Mascaro (exibido em Rotterdam, BAFICI e Munique); Ex-isto, de Cao Guimarães (exibido nos festivais de Gramado, Rio e São Paulo); Leite e Ferro, de Claudia Priscilla (eleito Melhor Documentário no último Festival de Paulínia); Malu de Bicicleta, de Flávio Tambellini (premiado com Melhor Direção, Ator e Atriz em Paulínia); O Céu Sobre os Om bros, de Sérgio Borges (grande vencedor do Festival de Brasília com cinco prêmios – incluindo Melhor Filme – e selecionado para a mostra competitiva do Festival de Roterdam); Paranã Puca – Onde o Mar se Arrebenta, de Jura Capela (vencedor da mostra Novos Rumos do Festival do Rio); Transeunte, de Eryk Rocha (Melhor Filme pelo Juri da Crítica do Festival de Brasília); e Vips, de Toniko Melo (vencedor de quatro prêmios no último Festival do Rio, incluindo Melhor Filme).

Os sete longas da Mostra Vertentes mantêm muitas diferenças entre si. Alguns já foram exibidos em mostras e festivais, sem, no entanto, terem obtido nessas ocasiões o mesmo destaque dos filmes da Olhares. Outros estão em começo de percurso. O que os une, para a curadoria, é a necessidade de serem visto com mais cuidado, sem tanta pressa, porque cada um deles tem sua proposta e importância. São eles Copa Vidigal, de Luciano Vidigal; Cortina de Fumaça, de Rodrigo Mac Niven; Elza, de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan; No Olho da Rua, de Rogério Corrêa; O Último Romance de Balzac, de Geraldo Sarno; Os Monstros, de Guto Parente, Luiz Pretti, Ricardo Pretti e Pedro Diógenes (vencedores da última Mostra Aurora com Estrada para Ythaca); e Solidão e Fé, de Tatiana Lohman.

HOMENAGENS E MOSTRINHA COMPLETAM PROGRAMAÇÃO DE LONGAS

Diferentemente de suas últimas edições, a 14a Mostra de Cinema de Tiradentes presta homenagem a personalidades de duas gerações distintas do cinema brasileiro, separadas por mais de quatro décadas entre si: um reconhecimento como aposta e revelação, outro pela persistência e coerência. Foram assim definidas as escolhas dos homenageados desta edição – o ator pernambucano Irandhir Santos, com sua filmografia ainda recente e em fase inicial, e o cineasta carioca Paulo Cezar Saraceni, com uma bio(filmo)grafia situada na comissão de frente do cinema brasileiro moderno (com seu auge nos anos 60 e 70), compondo uma espécie de plano e contraplano histórico do cinema político brasileiro.

Do primeiro, a Mostra de Tiradentes exibirá dois de seus maiores sucessos – Tropa de Elite 2 (maior público da história do cinema brasileiro) e Olhos Azuis (com o qual ganhou diversos prêmios por sua atuação) – além dos curtas Décimo Segundo e Azul. Já do diretor carioca, serão exibidos tanto seu primeiro quanto seu mais recente longa – Porto das Caixas e O Gerente, respectivamente –, além do curta Arraial do Cabo.

A tradicional Mostrinha, dedicada ao público infanto-juvenil, completa a programação de longas com as exibições de Eu e Meu Guarda-Chuva, Gui, Estopa e a Natureza e Brasil Animado, a primeira animação em 3D do Brasil.

MAIS DE 100 CURTAS SERÃO EXIBIDOS EM OITO MOSTRAS TEMÁTICAS

A programação de curtas da Mostra Tiradentes também reflete a diversidade e extensão da produção: são 104 filmes de 14 estados do país, distribuídos em oito mostras distintas – Homenagem, Foco, Panorama, Curtas na Praça, Cena Mineira, Juvenil, Mostrinha e Especial.
A Mostra Foco, criada na última edição para abrigar os curtas mais representativos do ano e com curadoria de Cléber Eduardo e Eduardo Valente, passa agora a ser avaliada pelo mesmo Júri da Crítica que acompanha os longas da Mostra Aurora. A seleção dessa mostra apresenta 19 títulos de nove estados diferentes, incluindo curtas como Caos (selecionado para os festivais de Clermont-Ferrand e Montreal), Haruo Ohara (Melhor Filme, Direção e Fotografia no Festival de Gramado), Contagem (Melhor Direção no Festival de Brasília) e O Sarcófago (Melhor Filme no Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte).
A Mostra Panorama, com curadoria de Cássio Starling Carlos e Pedro Maciel Guimarães, exibirá 37 curtas de 10 estados brasileiros que, juntamente com os 15 títulos programados para a mostra Curtas na Praça, desenham um amplo painel da produção contemporânea de curtas brasileiros. Completam ainda a programação de curtas da 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes, as mostras Cena Brasil, a Cena Mineira, que destaca a efervescência da produção audiovisual do estado, Mostrinha e Juvenil, que apostam na formação de novo público para o cinema brasileiro e os Curtas Homenagem.

CURADORES INTERNACIONAIS PRESTIGIAM PROGRAMAÇÃO DE TIRADENTES

Reafirmando a proposta de gerar intercâmbio e refletir sobre a imagem do cinema brasileiro no exterior, a Mostra Tiradentes, pelo terceiro ano consecutivo, receberá curadores de importantes festivais internacionais para conhecer as produções independentes e ousadas, que dificilmente chegariam a eles de outra forma e, ainda, debater com os seus realizadores e produtores as expectativas e possíveis colaborações para difundir essa produção no circuito de festivais e no mercado exibidor.

Confirmaram presença na 14ª edição da Mostra Tiradentes, Agnès Wildenstein, membro do comitê de seleção do Festival de Locarno, na Suíça, um dos mais antigos do mundo e conhecido por sua programação ousada e de descobertas; Américo Santos, diretor do Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, em Portugal, uma das principais vitrines para o cinema brasileiro na Europa; e Benjamin Mirguet, curador da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, na França.

Além de acompanharem a programação de longas e curtas da mostra, os convidados internacionais participarão de um debate no dia 26, quarta-feira, para dialogar a respeito do olhar estrangeiro sobre o cinema produzido no Brasil. Integram também a mesa de debates, um representante da Ancine, Eduardo Raccah, representante da distribuidora teuto-americana Figa Films, e Rachel Monteiro, do programa Cinema do Brasil.

PROGRAMAÇÃO DE SEMINÁRIO PROMOVE ENCONTROS E DEBATES
DOS FILMES EM EXIBIÇÃO NA MOSTRA

Reconhecida no calendário de festivais como um dos principais espaços para a reflexão sobre o cinema brasileiro, a Mostra Tiradentes amplia o diálogo entre críticos, espectadores, cineastas, produtores e o poder público. O 14º Seminário do Cinema Brasileiro: ideias e perspectivas promove 12 debates da série Encontro com a crítica, o diretor e o público, que reunidos, discutirão os filmes em exibição na programação, além de cinco debates com enfoques na temática central desta edição (Inquietações Políticas) e nos homenageados – Irandhir Santos e Paulo Cezar Saraceni. Três lançamentos de livros e dois encontros de profissionais do setor também integram a programação do Seminário.

Irandhir Santos estará no foco do debate “Revelação Contemporânea”, que reunirá os diretores Cláudio Assis, Eric Laurence, Kleber Mendonça Filho e Leonardo Lacca – todos eles com trabalhos conjuntos com o ator pernambucano – e mediação do jornalista Xico Sá. Já Paulo Cézar Saraceni terá sua obra analisada no debate “O Percurso de Saraceni”, com as participações dos atores Ney Latorraca, Anna Nascimento e Joana Fomm e dos cineastas Júlio Bressane, Ricardo Miranda e Zelito Vianna, com mediação do crítico Daniel Caetano.

Nas mesas temáticas, além do debate “O Olhar Sobre o Cinema Brasileiro”, com a participação de convidados internacionais, a Mostra Tiradentes reúne na mesa “Vozes da Experiência”, os cineastas Cacá Diegues, Geraldo Sarno e José Joffily para refletir sobre a produção contemporânea com mediação do crítico Inácio Araújo, e “Inquietações Políticas”, encerra a programação de debates do Seminário com um balanço da produção exibida em Tiradentes que reflete a temática principal da 14ª edição do evento. No centro do debate estarão os críticos Carlos Alberto Mattos, Cezar Migliorin e Francis Vogner dos Reis e a professora e pesquisadora Claudia Mesquita, sob mediação do curador Cléber Eduardo.

Completam a programação do Seminário os lançamentos do Guia dos Festivais 2011, a edição no 53 da revista Filme Cultura e o livro “Cinema de Garagem – Um Inventário Afetivo Sobre o Jovem Cinema Brasileiro do Século XX!”, de Dellani Lima e Marcelo Ikeda, além dos encontros do Fórum dos Festivais e das Entidades de Classe Audiovisuais.

A 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes inaugura o Cinema sem Fronteiras 2011 e recebe toda infra-estrutura necessária para sediar uma programação cultural intensa e gratuita. São instalados três espaços de exibição – o Cine-Praça, no Largo das Fôrras (espaço para mais de 2.000 espectadores), o Complexo de Tendas – que sedia a instalação do Cine-Tenda (com 700 lugares), e o Cine-Teatro (com platéia de 150 lugares) funciona no Centro Cultural Yves Alves – sede do evento.

Acompanhe a 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes e o programa Cinema Sem Fronteiras 2011.
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