“CORINGA DO CINEMA” RETRATA O HEROICO PERÍODO DA BOCA DO LIXO.

Por Celso Sabadin.

Como figurante, Virgílio Roveda (foto) já “morreu” várias vezes no cinema. Até aí, nada demais. Só que ele morreu várias vezes… no mesmo filme. Era só trocar a roupa que ninguém percebia. Esta é apenas uma das deliciosas histórias contadas no livro “Coringa do Cinema” (Editora Giostri, 162 pág), biografia de Roveda, popularmente conhecido no mercado cinematográfico como Gaúcho.

O título de Coringa não veio à toa: Virgilio Roveda já fez de tudo nas telas, incluindo figuração, câmera, iluminação, direção de fotografia, produção, eletricista… a lista é grande. Nada mal para quem saiu do interior do Rio Grande do Sul, com uma mão na frente e outra atrás, chegou a São Paulo, e em seu primeiro emprego, sem dinheiro para pagar sequer uma pensão, dormia no caixão de defunto instalado do set de filmagens de José Mojica Marins.

Atualmente aos 70 anos de idade, Roveda continua ativo, se reinventando a cada instante, aprendendo sempre, e antenado com o mercado brasileiro de cinema. Sua trajetória se confunde com a própria história do cinema da Boca do Lixo, e os casos levantados pelo jornalista Matheus Trunk, autor do livro, formam um divertido e histórico painel daquela época romântica e heroica do cinema brasileiro.

Quem gosta do nosso cinema não pode perder.