CRÍTICOS ELEGEM “O MENINO E O MUNDO” COMO A MELHOR ANIMAÇÃO BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS.
Dentro das comemorações dos 100 anos da animação brasileira, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) elegeu “O Menino e o Mundo” (2013) como a melhor animação brasileira de todos os tempos.
Em eleição realizada entre os críticos associados da Abraccine e convidados, o longa-metragem de Alê Abreu, indicado ao Oscar em 2016 e vencedor do Festival de Annecy em 2014, foi o único filme citado por todos os votantes. Em segundo lugar ficou “Uma História de Amor e Fúria” (2013), de Luiz Bolognesi, também vencedor de Annecy. Na terceira posição, o curta-metragem “Meow!” (1981), de Marcos Magalhães, prêmio do júri no Festival de Cannes.
A pesquisa também revelou que Otto Guerra é o principal nome da animação brasileira, com quatro filmes na lista, dois deles entre os dez primeiros: “Até que a Sbórnia nos Separe” (2013), codirigido por EnnioTorresan Jr., em quarto lugar; e “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll” (2006), em nono. O cineasta gaúcho ainda aparece na lista com o curta “Novela” (1992), em 32º, e o longa “Rocky& Hudson, os Caubóis Gays” (1994), em 50º.
O levantamento é o ponto de partida para o livro “Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais”, que será lançado no segundo semestre de 2018 pela Abraccine, em conjunto com Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), Canal Brasil e Grupo Editorial Letramento.
Além de “Meow!”, Marcos Magalhães surge com outro filme no top dez da Abraccine: o curta “Animando” (1983), décimo colocado. Completando a presença dos curtas entre os dez mais, aparecem “Dossiê RêBordosa” (2008), de Cesar Cabral, e “Guida”, (2014), de Rosana Urbes, respectivamente quinto e sétimo colocados.
Apesar do predomínio de longas entre os dez melhores, o formato de pequena duração é responsável por 83 títulos dos 100 ranqueados, reforçando seu papel no fomento da animação em termos de experimentação estética, narrativa e de linguagem.
A lista contempla filmes de diversas épocas, gêneros e formatos, sendo considerados apenas os trabalhos com cópias ainda existentes. Lançado em 1928, “Macaco Feio… Macaco Bonito…” (30ª posição), de João Stamato e LuisSeel, é a animação brasileira mais antiga presente no ranking.
Compõem a lista também outras obras historicamente importantes, como o primeiro longa animado, “Sinfonia Amazônica” (1953), de AnélioLatini Filho, em sexto; o primeiro longa colorido, “Piconzé” (1973), de Ippe Nakashima, em 18º; e “As Aventuras da Turma da Mônica” (1982), 12º colocado, assinado pelo diretor que mais longas animados dirigiu no país: Maurício de Sousa. Do criador de personagens como Mônica, Cebolinha e Cascão também foi listado “A Princesa e o Robô” (1983), 34º posto.
A lista final apresenta ainda produções recentes, três delas deste ano – “Torre”, de Nádia Mangolini, em 16º, “Vênus – Filó, a Fadinha Lésbica”, de Sávio Leite, em 67º, e “História Antes de uma História”, de Wilson Lazaretti, em 90º.
“A oportunidade de rever tantos filmes produzidos neste campo nos deu a dimensão da grande importância da animação brasileira, ajudando a entender o caminho traçado até a conquista dos prêmios em Annecy e a indicação ao Oscar. O primeiro lugar de ‘O Menino e o Mundo’ consagra o trabalho de Alê Abreu, mas não podemos nos esquecer de tantos outros nomes fundamentais nesta história, como Marão, Chico Liberato, Walbercy Ribas, Roberto Miller, Arnaldo Galvão, Luiz Sá, Stil, CaoHamburger, Allan Sieber e Rosaria, entre tantos outros”, declarou Paulo Henrique da Silva, presidente da Abraccine e um dos organizadores do livro ao lado de Gabriel Carneiro.
Para Arnaldo Galvão, da ABCA, “o cinema de animação brasileiro nasceu bem humorado, ágil e como instrumento de contestação no curta “O Kaiser”. Cem anos depois vamos encontrar a animação expandindo em todas as plataformas, ganhando prêmios em festivais e sendo indicada ao Oscar. É muito bom ver essa trajetória agora sendo lembrada num livro que reunirá mais de cem autores, entre eles os principais críticos de cinema e especialistas da animação do país”.
Critérios de votação - A eleição das 100 melhores animações brasileiras é fruto de uma parceria da ABCA com a Abraccine. Num primeiro momento, a associação de animadores escolheu internamente os 100 trabalhos mais representativos de sua história, sem qualquer ordem de preferência no resultado final. Em seguida, a Abraccine montou uma comissão especial para incluir mais alguns títulos, ausentes na lista original, mas que pareciam importantes de serem considerados. A partir dessa lista de 115 títulos, os votantes escolheram os 50 melhores, em ordem de preferência. Os 100 mais bem posicionados compõem o ranking.
O Canal Brasil e a animação – Parceiro da Abraccine no lançamento dos livros “100 Melhores Filmes Brasileiros” (2016) e “Documentário Brasileiro – 100 Filmes Essenciais” (2017), o CanalBrasil exibe curtas e longas dos mais diversos formatos de animação desde seu lançamento, em 1998. Em 2010, a animação ganhou ainda mais destaque na grade do canal com a série“Anima Mundi Brasil”, que leva o nome e tem curadoria do mais importante festival de animação das Américas e o segundo maior do mundo do gênero. Toda semana, uma preciosaseleção de filmes mostra o que há de mais belo, moderno e interessante, desvendando as diferentes abordagens da arte animada, suas mais diversas estéticas e formatos de produção.
Ranking da Abraccine
- O Menino e o Mundo (2013), de Alê Abreu
- Uma História de Amor e Fúria (2013), de Luiz Bolognesi
- Meow! (1981), de Marcos Magalhães
- Até que a Sbórnia nos Separe (2013), de Otto Guerra e EnnioTorresan Jr.
- Dossiê RêBordosa (2008), de Cesar Cabral
- Sinfonia Amazônica (1953), de AnélioLatiniFilho
- Guida (2014), de Rosana Urbes
- Boi Aruá (1984), de Chico Liberato
- Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll (2006), de Otto Guerra
- Animando (1983), de Marcos Magalhães
- Frankenstein Punk (1986), de CaoHamburger e Eliana Fonseca
- As Aventuras da Turma da Mônica (1982), de Maurício de Sousa
- Até a China (2015), de Marão
- Cassiopéia (1996), de Clóvis Vieira
- O Projeto do meu Pai (2016), de Rosaria
- Torre (2017), de Nádia Mangolini
- De janela pro cinema (1999), de QuiáRodrigues
- Piconzé (1973), de IppeNakashima
- O Grilo Feliz (2001), de WalbercyRibas
- Linear (2012), de Amir Admoni
- O Dragãozinho Manso: Jonjoca (1942), de Humberto Mauro
- Castillo y el armado (2014), de Pedro Harres
- A Garota das Telas (1988), de CaoHamburger
- As Aventuras do Avião Vermelho (2012), de Frederico Pinto e José Maia
- Menina da Chuva (2010), de Rosaria
- Almas em Chamas (2000), de Arnaldo Galvão
- Historietas Assombradas (para crianças malcriadas) (2005), de Victor-Hugo Borges
- Vinil Verde (2004), de Kleber Mendonça Filho
- As Aventuras de Virgulino (1939), de Luiz Sá
- Macaco Feio… Macaco Bonito… (1928), de João Stamato e LuisSeel
- Deus é Pai (1999), de Allan Sieber
- Novela (1992), de Otto Guerra
- Amassa que elas gostam (1998), de Fernando Coster
- A Princesa e o Robô (1983), de Maurício de Sousa
- Minhocas (2006), de Paolo Conti e Arthur Nunes
- Eu queria ser um monstro (2009), de Marão
- The MaspMovie: O Filme do Masp (1986), de Hamilton Zini Jr., Salvador Messina e Sylvio Pinheiro
- O Divino, De Repente (2009), de Fabio Yamaji
- O Quebra Cabeça de Tarik (2015), de Maria Leite
- Adeus (1988), de Céu D’Ellia
- Ritos de Passagem (2012), de Chico Liberato
- Quando os Dias Eram Eternos (2016), de Marcus Vinícius Vasconcelos
- O Átomo Brincalhão (1964), de Roberto Miller
- O Céu no Andar de Baixo (2010), de Leonardo Cata Preta
- Vida Maria (2006), de Márcio Ramos
- Josué e o pé de macaxeira (2009), de Diego Viegas
- Pudim de Morango (1979), de Ingrid, Rosane, Elizabeth e HelmuthWagner
- Furico e Fiofó (2011), de Fernando Miller
- Graffiti Dança (2013), de Rodrigo EBA!
- Rocky& Hudson, os Caubóis Gays (1994), de Otto Guerra
- Jonas e Lisa (1994), de Daniel Schorr e ZabelleCôté
- Balloons (2007), de Jonas Brandão
- Calango Lengo – Morte e vida sem ver água (2008), de Fernando Miller
- Passo (2007), de AlêAbreu
- Tyger (2006), de Guilherme Marcondes
- Faroeste: um autêntico western (2013), de Wesley Rodrigues
- Noturno (1986), de Aída Queiroz
- TzubraTzuma (1983), de Flavio del Carlo
- Deu no Jornal (2005), de Yanko Del Pino
- Yansan (2006), de Carlos Eduardo Nogueira
- Casa de Máquinas (2007), de Daniel Herthel e Maria Leite
- Hamlet (1975), de José Rubens Siqueira
- Tempestade (2010), de Cesar Cabral
- Ballet de Lissajous (1973), de AluizioArcela Jr. e José Mário Parrot
- Até o Sol Raiá (2007), de Fernando Jorge e Leandro Amorim
- Os Anjos do Meio da Praça (2010), de Alê Camargo e Camila Carrossine
- Vênus – Filó, a fadinha lésbica (2017), de Sávio Leite
- Cabeça Papelão (2004), de QuiáRodrigues
- Balanços e Milkshakes (2010), de Erick Ricco e Fernando Mendes
- Céu, inferno e outras partes do corpo (2011), de Rodrigo John
- A Saga da Asa Branca (1979), de Lula Gonzaga de Oliveira
- Caminho dos Gigantes (2016), de Alois Di Leo
- O Ex-mágico (2016), de Maurício Nunes e Olímpio Costa
- Abstrações: Estudos n°. 1 (1960), de BassanoVaccarini e Rubens F. Lucchetti
- AmigãoZão (2005), de Andrés Lieban
- Castelos de Vento (1998), de Tania Anaya
- Dia Estrelado (2011), de Nara Normande
- Planeta Terra (1986), coletivo
- Viagem na Chuva (2014), de Wesley Rodrigues
- El Macho (1993), de EnnioTorresan Jr.
- Quando os Morcegos se Calam (1986), de Fabio Lignini
- Chifre de Camaleão (2000), de Marão
- Faz Mal… 2, Super-Tição! (1984), de Stil
- Aquarela (2003), de Andrés Lieban
- Belowars (2008), de Paulo Munhoz
- A Lasanha Assassina (2002), de Ale McHaddo
- Cidade Fantasma (1999), de Lisandro Santos
- Primeiro Movimento (2006), de Érica Valle
- Peixonauta – Agente secreto da O.S.T.R.A. (2012), de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo
- História Antes de uma História (2017), de Wilson Lazaretti
- Égun (2015), de Helder Quiroga
- Campo Branco (1997), de Telmo Carvalho
- Informística (1986), de Cesar Coelho
- Fluxos (2014), de Diego Akel
- Engolervilha (2003), coletivo
- Juro que Vi (2003-2009), de Humberto Avelar
- Lúmen (2007), de William Salvador
- Os 3 Porquinhos (2006), de Cláudio Roberto
- Reflexos (1974), de Antônio Moreno e Stil
- Linhas e Espirais (2009), de Diego Akel