DE VOLTA À PORNOCHANCHADA? OU À “GLOBOCHANCHADA”?

Em São Luís, onde estive semana passada, um amigo comentou comigo: li seu comentário sobre “Cilada.Com”, no Almanaque, e também sua troca de correspondência com o distribuidor Bruno Wainer. Outro comentou a expressão/concepção de Guilherme de Almeida Prado, que hoje o cinema brasileiro está homogeinizado pela “globochanchada”. Alguém acrescentou: “globopornochanchada”, pois os filmes estão tomando este caminho. Já havia lembrado, no Almanaque, que Artur Xexeo, na coluna dele em O Globo, falava desta retomada do diálogo entre o cinema comercial brasileiro e a pornochanchada.

Para Xexeo, nestes nossos tempos, o diálogo recomeçara com “Casa da Mãe Joana” (600 mil espectadores), de Hugo Carvana e ganhara força com o imenso êxito comercial de “De Pernas Pro Ar” (+ de 3 milhões). Tenho para mim que tudo começou com “Os Normais 2″: lembram da sequência totalmente gratuita, em que um personagem era empalado num hospital??!!!. Hoje, chega a notícia que “Cilada.Com” já passou dos 2 milhões de espectadores. Deve, como “De Pernas Pro Ar”, passar dos 3 milhões.

Cada um vê, no cinema, o que quer. O que não nos impede de dizer que estes filmes são apelativos. Que “Cilada.Com” é grotesco (nada a ver com o humor jovem e até envolvente de “Muita Calma Nesta Hora”, que vi sem me sentir ofendida).

Não sou moralista. Entre os 20 maiores/melhores filmes que vi na minha está “O Império dos Sentidos”, do Oshima. Nem sou contra o diálogo com o pornochanchada (brasileiro adora sexo no cinema). Joaquim
Pedro de Andrade dialogou com o gênero, magistralmente, no magnífico “Guerra Conjugal” (filme amado por João Gilberto Noll). Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado, Ícaro Martins & José Antônio Garcia também dialogaram criativamente com a pronochanchada. E com bons resultados.

Mas o diálogo de “Cilada” e côngeneres com o genêro está amedrontador….