DER SERTÃO GHET “VIRAR MAR” UND DAS MEER GEHT VIRAR SERTÃO.

Por Celso Sabadin.

Nós, brasileiros, já estamos profundamente familiarizados com a famosa profecia atribuída a Antonio Conselheiro que “o sertão vai virar mar, e o mar virar sertão”. O mote já virou poesia, música, filme, literatura e narrativas das mais variadas, aglutinando o sacro e o profano.

Contudo, qual relação poderia existir entre tal assertiva histórica e a Alemanha? Foi com este pensamento que os cineastas Danilo Carvalho e Philipp Hartmann realizaram “Virar Mar”, longa documental que aborda a sustentabilidade hídrica através de duas realidades opostas. Na Alemanha, a sociedade discute se inundar ou não uma vasta área na região pantanosa de Dithmarschen para efeitos de aproveitamento da água seria uma questão regional ou nacional. E, no Brasil, nosso sertão nordestino historicamente assolado pelas secas vê seus programas hídricos sofrendo com o abandono.

Contrariamente ao que se poderia supor, o tema é tratado pelo filme com experimentalismo e poesia, propondo uma viagem sem fronteiras entre os dois países, explorando com vagar a força das imagens, e sugerindo um tempo muito próprio de reflexão. Os opostos se atraem e se completam.

Coproduzido por Brasil e Alemanha, “Virar Mar” marca a estreia na direção de longas do cearense Danilo Carvalho, que atuou como técnico de som em “Tatuagem”, “O Grão” e “Curral”, entre vários outros. O codiretor alemão, Philipp Hartmann, tem uma vasta carreira como documentarista, em seu país.

“Virar Mar” entrou em cartaz na última sexta-feira, 28/07, com ingressos a preços reduzidos, nas cidades Aracaju, Balneário Camboriú, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Goiânia, Maceió, Manaus, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.