DIVULGADOS OS VENCEDORES DO PROGRAMA “HISTÓRIAS QUE FICAM”.

A segunda edição do Histórias que Ficam, programa da Fundação CSN para o fomento e difusão do documentário brasileiro, já tem os vencedores. Bruno Xavier, de Fortaleza, Carolina Benjamin, do Rio de Janeiro, Francisco Guarnieri, de São Paulo e Priscilla Brasil, de Belém, são os contemplados no exclusivo programa de consultoria com especialistas da área para o desenvolvimento dos seus filmes, além de R$ 330 mil. O edital tem o patrocínio da CSN e NAMISA, por meio da Lei Federal de Apoio à Cultura/Ministério da Cultura.

 

CONHEÇA OS QUATRO VENCEDORES

Levando em conta a qualidade e pertinência dos projetos apresentados, a adequação das linguagens aos temas propostos, o uso criativo dos materiais de arquivo, a clareza e maturidade na apresentação e defesa das ideias, bem como a viabilidade de execução dos projetos dentro das condições e prazos estipulados, a comissão julgadora decidiu por escolher:

 

SUDESTE

 

Ofício de Mãe

Diretora: Carolina Benjamin

Rio de Janeiro-RJ

 

Ao narrar a saga de Iramaya Benjamin, mãe de dois filhos presos e torturados pela ditadura civil-militar brasileira, Ofício de Mãe discute a problemática da emancipação feminina na década de 1960, a partir de uma abordagem ainda inédita em nossa cinematografia. Entrelaçando três gerações, a de Iramaya, a de dos filhos militantes e a da neta realizadora, por meio de uma estrutura narrativa epistolar e do uso de um rico material de arquivo, a proposta do documentário lança luz sobre a transformação existencial de uma mulher que, na luta pela libertação de seus filhos, deixou o mundo privado em direção à política – sem nunca deixar de se questionar.

 

Guarnieri

Diretor: Francisco Guarnieri

São Paulo-SP

 

Guarnieri poderia ser apenas uma cinebiografia sobre o grande artista brasileiro Gianfrancesco Guarnieri, mas sua proposta extrapola o gênero biográfico para colocar em tensão a relação entre arte e política por meio de três gerações: a de Guarnieri, representante do artista engajado, a de seus filhos, membros de uma geração alienada que cresceu sob a ditadura brasileira, e a de seu neto Francisco, também diretor do filme, ainda tentando localizar os dilemas e desafios de sua geração. Por meio do uso de um material de arquivo ainda inédito, de conversas com amigos e familiares de Guarnieri e do conflito entre perspectivas, a dimensão pública e política da obra do artista é discutida em face de uma narrativa que incorpora elementos de natureza afetiva e emocional, como a relação entre neto e avô, sem reduzir a política a um discurso da intimidade.

 

 

NORDESTE

 

Direitos Humanos para Bandidos,

Diretor: Bruno Xavier

Fortaleza-Ceará

 

Partindo dos assustadores índices de mortalidade de jovens pobres e negros nas periferias do Brasil, especialmente nas cidades de Maceió, Fortaleza e João Pessoa (três das mais violentas do mundo), o projeto de documentário procura compreender e problematizar as origens e os efeitos do preconceito racial no país, estabelecendo um paralelo entre as antigas teorias racistas e a violenta realidade atual. Retomando as teorias do bacharel e antropólogo criminal Aluí de Carvalho no final do século XIX, o filme propõe contrapor, por meio de dois narradores, a voz de Aluí de Carvalho com a voz de um diretor-personagem que investiga a imagem do bandido atual, dos arquivos fotográficos de outrora (que classificavam os tipos infratores por suas fisionomias) aos deterministas programas de TV policiais.

 

 

NORTE/CENTRO-OESTE

 

O Céu e a Selva,

Diretora: Priscilla Brasil

Belém-Pará

 

Ao eleger como protagonistas os aviadores da Amazônia, mensageiros e mediadores entre o mundos da selva e da cidade, dos rios e das nuvens, entre a floresta e a civilização, O Céu e a  Selva volta-se ao mito desses destemidos heróis solitários, contrapondo a aventura da aviação de pequeno porte no norte do país às dificuldades e precariedades dessa realidade, muitas vezes trágica ou fatal, mas sempre sedutora e poética. Como fio condutor do filme, temos as memórias de infância da realizadora Priscilla Regis Brasil e os registros dos voos feitos pelos próprios aviadores desde o início dos anos 90. Munidos de câmeras de vídeo e máquinas fotográficas, os pilotos – assim como os primeiros descobridores – registram as paisagens, o voo, as peripécias vividas dentro do avião, a descoberta de lugares ainda inexplorados (aos quais só eles têm acesso) e, sobretudo, a simplicidade de um cotidiano aparentemente pacato, mas que revela o imaginário da selva desconhecida e o medo que os pilotos têm de serem engolidos por ela.

 

Prêmio especial do júri:

Em decisão inédita, o Programa Histórias que Ficam convida o projeto “Filmeterapia”, de Felippe Mussel, do Rio de Janeiro, para participar do primeiro laboratório do edital, de desenvolvimento de projeto e produção.

 

 

Os vencedores foram definidos após o pitching realizado na segunda (30 de março) com os doze projetos finalistas, selecionados entre 273 inscritos. A comissão do pitching foi formada pelo diretor e roteirista Marcelo Gomes, pela diretora, roteirista e consultora Daniela Capelato e pela pesquisadora, crítica e realizadora Ilana Feldman. Pelo regulamento, são destacados ao final da seleção um projeto da região Norte/Centro-Oeste e um da região Nordeste. Os outros dois poderão ser de qualquer outra região do país.

 

“O Histórias que Ficam possibilita que ótimas histórias de documentaristas iniciantes de diferentes regiões do país cheguem às telas em 2016. A Fundação CSN é parceira na construção dos documentários, e se coloca ao lado dos realizadores por meio de consultorias e laboratórios com importantes nomes do cinema; o primeiro laboratório será realizado já em maio”, explica André Leonardi, Gerente Geral da Fundação CSN.

 

Além do valor em dinheiro, há os laboratórios de desenvolvimento de projeto/produção, o de montagem e o de distribuição, e os vencedores contam com consultoria online permanente de Marcelo Gomes e de Daniela Capelato. Finalizados, os filmes participarão da Mostra Itinerante Histórias que Ficam e serão exibidos gratuitamente em mais de vinte cidades de todas as regiões do Brasil, em 2016.

 

Em 19 de maio, os documentaristas participam de masterclass aberta ao público com o roteirista, consultor e educador franco-argentino Miguel Machalski, sobre O roteiro no cinema documental, e o primeiro laboratório, de 20 a 23, será de desenvolvimento de projeto e produção, com Marcelo Gomes e Daniela Capelato, além do produtor e diretor Flávio Botelho e do próprio Machalski.

 

 

Sobre a CSN

 

A CSN, ao longo do tempo, consolidou-se como uma das maiores patrocinadoras de cinema no Brasil. Entre 2006 e 2014, 43 filmes foram desenvolvidos com o apoio da CSN. No catálogo de obras realizadas com o apoio da empresa, estão títulos como: “Tropa de Elite” (I e II), “Paraísos Artificiais”, “Terra Vermelha”, “O Contador de Histórias”, “Além da estrada”, e os documentários “Quem se importa”, “Garapa”, “Doutores da Alegria”, “A Raça-Síntese de Joãosinho Trinta”, “Sem Pena” entre outros. Nos últimos 10 anos, a CSN incentivou R$ 125 milhões em projetos culturais, esportivos e de assistência social.

 

Sobre a Fundação CSN

 

A Fundação CSN, braço social da CSN, tem sua atuação focada, sobretudo, nas áreas de educação, cultura e assistência social. Desenvolve projetos que colaboram para a inclusão social, como o Garoto Cidadão. Com atividades culturais no contraturno escolar, o projeto atende atualmente a 2.000 crianças e adolescentes em sete cidades dos estados do Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

Pratica política de bolsas de estudo que democratiza o acesso à educação em duas escolas técnicas mantidas pela instituição, uma em Congonhas (MG) e outra em Volta Redonda (RJ). Desenvolve também o Capacitar Hotelaria e Serviços, no Hotel-Escola Bela Vista, voltado a jovens da rede pública de ensino do Sul Fluminense.