DOCUMENTÁRIO SOBRE ADONIRAN BARBOSA CHEGA AO VOD.

Por Celso Sabadin.

Quem ainda não viu tem agora mais uma chance. O delicioso documentário “Adoniran – Meu Nome é João Rubinato” estará disponível a partir de amanhã, 23/4, nas plataformas NOW, Vivo Play e Oi Play.

Poucos nomes da música são tão unânimes como Adoniran Barbosa. Parece praticamente impossível encontrar alguém que não curta sua genial e extensa produção musical. Assim, é mais que bem-vindo o lançamento do documentário “Adoniran – Meu Nome é João Rubinato”, de Pedro Serrano, nas plataformas digitais.

O filme faz a ótima opção de não se pretender sério. Ele assume a gaiatice do biografado para retratá-lo com a mesma ironia que o personagem destilou durante toda sua carreira. Uma imagem artística construída com bom humor e talento que permitia a Adoniran tanto vivenciar a imagem do italiano de fala errada do bairro do Bexiga como interpretar um nordestino no clássico “O Cangaceiro”, ou um sujeito elegante em “Candinho”.  Ator e personagem amalgamavam-se na persona do biografado de maneira indelével, não deixando transparecer ao grande público os limites entre Adoniran, Rubinato ou Charutinho. Entre outros. Mesmo porque não seria interessante para a carreira de Adoniran se viessem à tona alguns comportamentos violentos e misóginos de Rubinato.

Da mesma forma, se o Arnesto convidou ou não para o samba no Brás, se Mato Grosso e Joca de fato ficaram sem a maloca querida, ou se o compositor tomava realmente o último trem das onze da noite, tudo isso, sabiamente, o filme faz questão de não desmistificar com a crueldade do que poderia ser a verdade.

O longa trabalha sobre o acervo pessoal do artista, imagens de arquivo, depoimentos de amigos e familiares e, claro, boa parte da vasta e deliciosa produção musical de Adorinan, incluindo trabalhos inéditos.

Em alguns cinemas, o longa será precedido do delicioso curta ficcional em “Dá Licença de Contar”, do mesmo diretor, baseado na obra de Adoniran e grandemente premiado. “Adoniran, Meu Nome é João Rubinato” abriu o É Tudo Verdade 2018 e venceu Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora no 13º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro.