DOCUMENTÁRIO SOBRE FUNK TEM 3 EXIBIÇÕES NA MOSTRA. UMA É HOJE.

Ok, ok, eu sei… o pessoal não agüenta mais ver uma câmera digital na mão, balançando, subindo o morro e entrevistando o pessoal da “Comunidade” (novo nome da antiga “Favela”, segundo o dicionário do politicamente correto). Mas mesmo assim vale a pena dar uma olhada no documentário “Favela on Blast”, filme que, como já se percebe, tem pelo menos a coragem de assumir o “Favela” logo no seu título.

Esqueça “Tropa de Elite” e “Última Parada 174”. O tema aqui é a música, mais precisamente o tão combatido e polêmico funk carioca, em todas as suas vertentes. O projeto do filme começou julho de 2004, quando os cineastas Leandro HBL, Wesley Pentz e Amiten iniciaram uma pesquisa em favelas cariocas, em busca da cultura musical do funk. A partir daí, o documentário “Favela on Blast” procurou, por meio de entrevistas com os funkeiros, montar um quebra cabeças desta radical faceta da cultura popular.

Não é preciso gostar do ritmo. Mas é impossível ignorar a força do movimento, que promove bailes não raramente associados ao tráfico, e que traz coreografias dignas de um filme pornô. O Baile Funk, o Rio de Janeiro, a música, seus personagens, a própria favela em si, tudo isso forma um painel por vezes bizarro da realidade nacional que não pode ser desprezado como manifestação cultural.

O registro deste movimento em documentário pode ser conferido dentro da programação da 32a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, nas seguintes sessões:

28/10, 21h30, Espaço Unibanco Augusta 3.
29/10, 19h, IG Cine.
30/10, 21h10, Unibanco Arteplex 4.