ENCONTROS NO RIO DEBATERÃO CINEMA E TRILHA SONORA.

Como se dá o processo de criação da trilha sonora de um filme? Esta é uma das perguntas que os compositores de trilhas sonoras – o brasileiro David Tygel e o argentino José Luis Castiñera de Diós – respondem na 15ª edição do Cinesul 2008 – Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo, que acontece no Rio, até o dia e 29 de junho. Eles participam do encontro “A Música e a Imagem no Cinema”, no dia 23, às 14h30m, na Cinemateca do MAM, com entrada franca.

Mediado pela atriz, compositora e pesquisadora musical do Centro dos Estudos Sociais Aplicados, Kate Lyra, o encontro reunirá os compositores no mesmo palco para ensinar alguns truques da união entre música e imagem no cinema. Tygel e Castiñera de Dios vão executar ao piano pequenos trechos incompletos das músicas que serão projetadas no telão da Cinemateca. Ao final, o público poderá participar de uma conversa descontraída com os compositores.

Autor de trilhas sonoras premiadas em todo o mundo, José Luis Castiñera de Dios já realizou mais de 40 obras para produções argentinas e européias. Entre os prêmios conquistados estão o César por Tango, el exílio de Gardel, de Pino Solanas, obtido em parceria com Astor Piazzolla, em 1985; e o Cóndor, concedido pela Asociación de Cronistas de la Argentina, pela música original de “Cautiva”, longa de Gastón Birabén, em 2006.

Além de compositor renomado, o portenho Castiñera de Dios assina roteiro, direção e trilha sonora de “Manuel De Falla, musico de dos mundos”, filme que abre o Cinesul deste ano. O longa conta a história dos últimos anos de vida do escritor espanhol Manuel De Falla, após deixar Granada, em 1939, para viver na Argentina. Ao cruzar o Atlântico, o artista buscava se recuperar dos horrores vividos durante a Guerra Civil Espanhola. No final da vida, De Falla encontrou paz no novo país, onde concluiu Atlântida, seu último trabalho.

O brasileiro David Tygel iniciou sua carreira artística em 1967, como integrante do grupo vocal Momentoquatro, ao lado de Zé Rodrix, Maurício Maestro e Ricardo Villas. Como compositor de trilhas sonoras, começou pelos palcos na década de 70, ao criar canções para peças como “Os veranistas”, de Gorki e “Papa Highirte”, de Vianinha, dirigidas por Sérgio Brito. Em 1978, formou, ao lado de Maurício Maestro, Zé Renato e Cláudio Nucci o Grupo Boca Livre.

Passou a criar para o cinema no início da década de 80, ao assinar as trilhas sonoras de “A igreja da libertação”, de Sílvio Da Rin, e “O Espelho de carne”, de Antonio Carlos Fontoura. Em 1986, recebeu o Kikito de Melhor Trilha Musical pelo filme “O homem da capa preta”, de Sérgio Resende. O bi em Gramado veio em 89, quando foi contemplado pela trilha sonora de “Doida demais”, de Sérgio Rezende. Três anos mais tarde, conquistaria os títulos de Melhor Música Original nos festivais de Brasília e Cuiabá, por “Criaturas que nasciam em segredo”, de Chico Texeira. O terceiro Kikito viria em 1997 por “Quem matou Pixote”, de José Joffily. “For all, o trampolim da vitória”, de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz, deram a Tygel a quarta estatueta em Gramado, em 1997, no longa que, além de compor, gravou e mixou a trilha sonora.

Mais informações sobre a programação no site
www.cinesul.com.br