EVENTO DISCUTE ACESSO A INTERNET COMO DIFUSÃO CULTURAL.

Dados Ministério da Cultura mostram que mais da metade dos municípios brasileiros não conta com nenhum centro cultural, museu, teatro, cinema ou espaço multiuso. Cerca de 60% das bibliotecas públicas e comunitárias estão concentradas em sete dos 27 estados do país. A parcela da população que nunca visitou um museu supera os 90%. Esses números revelam que grande parte do Brasil ainda vive à margem de seu próprio patrimônio cultural. Uma das saídas para mudar essa realidade é digitalizar os acervos culturais – hoje hospedados em museus, bibliotecas, cinematecas – e assim permitir que esse patrimônio circule pelo país em formato digital por meio da internet.

Tecnologias, modelos, limites e ideais de como isso deve ser feito serão discutidos por especialistas e profissionais nacionais e internacionais no Simpósio Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais, a ser realizado em São Paulo entre 26 e 29 de abril. Haverá transmissão pela internet, no endereço www.acervosdigitais.blog.br.

Organizado pelo Ministério da Cultura, pelo Projeto Brasiliana USP e pela Casa da Cultura Digital, o encontro indicará possíveis rumos para que a digitalização dos acervos culturais no Brasil seja uma estratégia eficaz para facilitar o acesso da população à cultura.

Acesso qualificado – “Um equipamento eletrônico, seja ele um leitor digital, um celular ou um computador, pode armazenar ou acessar um acervo tão rico quanto o do Real Gabinete de Leitura, da Biblioteca Nacional, ou mesmo da Cinemateca de São Paulo”, compara um dos coordenadores do simpósio, Roberto Taddei. De acordo com ele, não se trata mais de apenas publicar conteúdos apenas em sites na rede. “É preciso organizar tudo de maneira intercambiável, com acesso por meio de diferentes suportes e plataformas, de fácil indexação e consulta por parte do público”, explica o jornalista que integra a Casa da Cultura Digital.

Seis mesas temáticas discutirão as questões essenciais desse processo. A digitalização dos acervos culturais do Brasil dialoga com a reflexão sobre os limites impostos pela atual legislação do direito autoral, as novas tecnologias, os padrões e normas, assim como os caminhos para a formação de uma rede efetiva entre as instituições e os projetos já existentes.

Também são destaques da programação a presença de representantes dos grandes projetos mundiais de digitalização em curso atualmente, como Wikimedia e Gallica, da França, e a Brasiliana, da USP, que recebeu a doação do acervo do bibliófilo José Mindlin.

Políticas culturais – No momento em que o governo brasileiro estimula a discussão para uma nova lei de direito autoral e tem como prioridade a definição de um plano nacional de banda larga para o país, a discussão sobre padrões e estímulos para a digitalização e circulação de conteúdos digitalizados passa a ser fundamental no planejamento estratégico para o crescimento do país.

De acordo com o coordenador de Cultura Digital do Ministério da Cultura, José Murilo Carvalho, o MinC coloca prioridade máxima na ampliação do acesso à cultura. “Ao abordar o processo de digitalização dos acervos culturais, estamos lidando com texto, imagem, áudio, vídeo e objetos”, diz. Nossa proposta é – segundo Carvalho – explorar os diferentes nichos técnicos envolvidos em cada mídia/suporte, mas tratando de não perder a visão geral que pode integrar ações que hoje acontecem de forma dispersa. O objetivo é promover o acesso qualificado como elemento orientador de todo o processo.

Confirma a programação em: http://culturadigital.br/simposioacervosdigitais/programacao/

Simpósio Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais
De 26 a 29 de abril
Novotel São Paulo Jaraguá Convention
R. Martins Fontes, 71 – Centro – São Paulo
(final da Rua Augusta, sentido centro)
55.11.2802.7000
Auditório Jaraguá – 250 lugares
Estacionamento no local.
Metrô linha 3 – Anhangabaú.
Transmissão pela internet no site www.acervosdigitais.blog.br

Acesso ao público gratuito, sujeito à lotação do auditório.