FESTIVAL DE BRASÍLIA ABRIRÁ COM CÓPIA RESTAURADA DE “DEUS E O DIABO”.

A abertura do 47º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO, prevista para 16 de setembro (terça-feira, para convidados), festeja não só o início de mais uma edição da mais importante e tradicional mostra competitiva de filmes brasileiros, mas também o cinqüentenário de um dos maiores clássicos do cinema nacional. Deus e o Diabo na Terra do Sol, seminal filme do cineasta baiano Glauber Rocha, será exibido em cópia restaurada. Considerado por cineastas e críticos como uma obra prima do cinema mundial, Deus e o Diabo na Terra do Sol, produção de 1964, foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes e quando exibido no evento ganhou a admiração de diretores consagrados como Luis Buñuel e Fritz Lang. Filmado no sertão da Bahia, o filme narra a saga do camponês Manoel, pobre e explorado, (Geraldo Del Rey) que depois de assassinar o patrão refugia-se com sua mulher, Rosa (Yoná Magalhães). O elenco conta ainda com Othon Bastos e Maurício do Valle. Além da música de Heitor Villa-Lobos, o filme conta com a inconfundível trilha composta por Sergio Ricardo.

CONVIDADOS ILUSTRES

A homenagem contará com a presença de Paloma Rocha e Henrique Cavalleiro, dois dos filhos de Glauber Rocha, morto em 1981. A sessão especial terá, também, como convidado Othon Bastos (foto), um dos mais emblemáticos e premiados atores do cinema brasileiro. Com mais de 60 anos de carreira, Othon Bastos interpreta em Deus e o Diabo na Terra do Sol o cangaceiro Corisco, personagem que tem papel fundamental no destino final do protagonista Manoel. É Corisco, encarnado por Othon Bastos, quem grita a frase que ficaria famosa posteriormente: “Mais fortes são os poderes do povo!”.

CONCERTO
As homenagens ao clássico Deus e o Diabo na Terra do Sol não se resumem apenas à sua exibição. Uma orquestra de câmara formada por nove músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro preparou um concerto inspirado na vibrante trilha sonora do filme. No programa, uma versão inédita de ‘Perseguição’, um dos temas mais conhecidos compostos por Sergio Ricardo, cujo refrão é inesquecível: “Se entrega, Corisco! Eu não me entrego não!”. O músico Sergio Ricardo, infelizmente, não poderá comparecer à cerimônia, pois está se recuperando de uma recente cirurgia.

MOSTRAS COMPETITIVAS
Na 47ª edição do Festival de Brasília, concorrem aos Candangos seis longas-metragens e 12 curtas de duas mostras competitivas oficiais. A Mostra Competitiva de Longa-Metragem e a Mostra Competitiva de Curta-Metragem voltam a integrar a divisão por gêneros – documentário, ficção e animação. As duas mostras serão exibidas todos os dias, às 20h30, simultaneamente no Cine Brasília, no Teatro da Praça de Taguatinga, no CG do Gama, no Teatro de Sobradinho e no SESC de Ceilândia. Os filmes da competição foram escolhidos por uma comissão de seleção, a partir de 612 inscrições. Consulte a programação das Mostras Competitivas e as fichas técnicas dos filmes (http://www.festbrasilia.com.br/mostra-competitiva).

MOSTRA BRASÍLIA
Criado em 1996 como um reconhecimento aos cineastas de Brasília e, ainda, como incentivo aos jovens realizadores que começavam a despontar no cenário local e nacional, o Troféu Câmara Legislativa é entregue anualmente durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em 18 anos, já premiou 58 filmes, entre longas e curtas, além de categorias técnicas como direção, roteiro e fotografia. E já investiu cerca de R$ 1,6 milhão no cinema brasiliense, por meio dos prêmios. Nesta edição, foram selecionados 16 filmes (três longas e 13 curtas). Os vencedores serão escolhidos por júri popular e por um júri oficial. As exibições ocorrerão no Cine Brasília, sempre às 18h, e nas regiões administrativas, às 18h30. Consulte os filmes e a programação completa da Mostra Brasília (http://www.festbrasilia.com.br/mostra-brasilia).