FESTIVAL DE CUIABÁ VAI ATÉ SÁBADO.

Vai até sábado (11) o 16o. Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, já considerado um dos mais tradicionais do país.
Além de oficinas, curtas, palestras, debates e vídeos, a mostra competitiva de longas-metragens está sendo um dos pontos alto do evento.

Sete produções nacionais, realizadas entre 2008 e 2009, concorrem ao Troféu Coxiponé. O longa exibido na primeira noite (05) foi o documentário-musical “O Homem que Engarrafava Nuvens” (106’), de Lírio Ferreira e produção de Denise Dumont.

Realizada no Rio de Janeiro/RJ, a produção trata sobre a vida e a obra do compositor, advogado, deputado federal e criador das leis de direito autoral, Humberto Teixeira, que também é conhecido como “O Doutor do Baião”, por ser o autor de clássicos populares como Asa Branca. Grandes nomes da música popular brasileira dão o tom na película, a exemplo de Bebel Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque, Cordel do Fogo Encantado, David Byrne, Fagner, Gal Costa, Gilberto Gil, Lenine, Maria Bethânia, Rita Ribeiro, Sivuca, Wagner Tiso e Zeca Pagodinho.

O Rio de Janeiro ainda marca presença no Festival com outros três filmes: “Hotxuá” (70’), de Letícia Sabatela; “Loki” – foto – (120’) de Paulo Henrique Fonenelli; e “Efeito Sanfona”(90’), do também ator e mato-grossense, André D’Lucca, que estreia como diretor.

Os dois primeiros serão projetados nesta sexta-feira (09) e Loki foi exibido na quarta-feira (07).

Hotxuá também é a estreia de Letícia como cineasta. Trata-se de registro poético sobre o povo indígena Krahô, que tem entre seus membros um sacerdote do riso, o Hotxuá, para fortalecer e unir o grupo através da alegria, do abraço e da conversa. A produção tem o mérito de trazer elementos cotidianos deste grupo indígena, que pode se expressar por meio de sua própria língua, revelando suas crenças e mitologias.

“Efeito Sanfona” conta, com bom humor, a dramática trajetória de uma ex-modelo, Sandra Alencar, que é interpretada por Mônica Vilela, na tentativa de retomar o passado e enfrentar os acontecimentos presentes. A trama de André D’Lucca, que ficou conhecido nacionalmente com a peça “Segredos de Almerinda”, traz também momentos de suspense, com uma misteriosa morte.

Já “Loki” (120’), traz a cinebiografia de Arnaldo Baptista, fundador dos Mutantes. Tem sua narrativa costurada por depoimentos emocionantes do artista, enquanto o próprio pinta um quadro emblemático. Embalado por músicas que marcaram época, este é o primeiro longa produzido pelo Canal Brasil e revela a trajetória de um dos maiores nomes do rock brasileiro.

SP, PR e DF também marcam presença. Quem compareceu na terça-feira (06) ao Cine-Teatro Cuiabá acompanhou a produção paulista “Fim da Picada” (80’), de Christian Saghaard.

O tema tratado no filme é bastante polêmico, pois aborda o eterno desejo do ser humano de viajar no tempo, mas a partir de uma possibilidade mágico-religiosa, que envolve orgia satanista e um encontro de Macário, personagem principal da trama, com a entidade feminina “Exu-Lebará”, de origem afro-brasileira.

As outras duas produções longas-metragens que serão exibidas no 16º Festival são: “Belowards” (71’), de Paulo Munhoz, projetado na quinta-feira (08); e “Ñande Guarani” (80’), de André Luiz da Cunha, exibido na noite de sábado (10).

A primeira, produzida no Paraná é uma livre adaptação da obra “Guerra Dentro da Gente”, do escritor curitibano Paulo Leminski. O épico da animação digital, mostra os dramas e aventuras vividos por Baita, que vive em busca do sonho de aprender a arte da guerra, mas acaba encontrando coisas da sua própria guerra interior.

“Ñande Guarani”, do Distrito Federal, encerra a mostra competitiva de longas e conta a história do povo indígena milenar “Guarani”, que ocupou a América do Sul em regiões onde atualmente se localizam Bolívia, Paraguai, Argentina e praticamente todo Brasil, hoje reduzindo-se a poucos Estados. A película revela que os problemas que os Guaranis enfrentam em seu dia-a-dia são os mesmos em todos os lugares onde vivem, como a luta pelo reconhecimento de seu território e a demarcação de suas terras.

Os filmes participantes foram convidados por meio de uma curadoria do Instituto Cultural América (Inca). Porém, não concorrem pelo júri oficial, uma vez que será o público, por meio de votação popular, quem escolherá a melhor produção em longa-metragens.

Toda a programação e mais informações podem ser vistas no site www.cinemaevideocuiaba.org, youtube como Festival Cuiabá, flickr
http://www.flickr.com/photos/festivaldecinema e twitter festivalcuiabá.