FESTIVAL DE PAULÍNIA ABRE COM BOM PÚBLICO.

No feriado paulista de quinta-feira foi realizada a cerimônia de abertura do II Festival Paulínia de Cinema, apresentada pelo ator Lázaro Ramos e pela jornalista Marília Gabriela. Além dos dois, estiveram presentes à festa restrita a convidados outros nomes do cinema brasileiro como Antônio Pitanga, Djin Sganzerla, Ney Latorraca, Paula Burlamarqui, o escritor e jornalista Zuenir Ventura (que compõe o júri) e o curador do festival, Rubens Ewald Filho, dentre outras personalidades.

O filme de abertura do evento foi “À Deriva”, de Heitor Dhalia (“O Cheiro do Ralo”), que mostra a desconstrução de uma família classe média em Búzios, no início da década de 1980. Nomes como o francês Vincent Cassel, a americana Camilla Belle, Debora Bloch e Cauã Reymond dividem a cena com a estreante Laura Neiva, descoberta pela equipe do filme no site de relacionamentos Orkut.

No dia seguinte, sexta-feira, foi realizado um debate, na sala de imprensa do Paço Municipal, com o diretor Dhalia e a equipe do filme, incluindo a protagonista Laura, que trocou com o público suas impressões sobre um novo mundo que se descortina à sua frente, sempre apoiada por Heitor.

Na sexta também foi dada a largada para a mostra competitiva de curtas e longas-metragens, com a platéia do Theatro Municipal de Paulínia repleta de cidadãos paulinenses e dos arredores da cidade, já que a partir deste dia o público tem acesso ao Theatro. A apresentadora da noite foi a VJ Marina Person (MTV).

A partir das 18h, começou a ser exibido o polêmico documentário “Caro Francis”, de Nelson Hoineff, “apenas uma carta a um amigo que se foi, e não um documentário imparcial”, como deixou claro o documentarista antes do filme. Paulo Francis, icônico jornalista brasileiro morto nos anos 90 em Nova York, domina o filme de ponta a ponta, intercalado com depoimentos de amigos e admiradores.

Em seguida foi a vez do curta-metragem regional “Morte Corporation”, em que o diretor Léo de Castilho pretendia fazer humor com a Morte, que não consegue realizar seu trabalho pelo fato de a internet estar fora do ar, baseado num pequeno conto de Woody Allen.

O curta nacional da sexta foi “Vida Vertiginosa”, de Luiz Carlos Lacerda, inspirado em contos de João do Rio, em que duas atrizes de teatro conversam antes de entrar em cena, com histórias com um limite não muito definido entre ficção e realidade.

O longa-metragem da noite foi “O Contador de Histórias”, de Luiz Villaça, que conta a história real de Roberto Carlos Ramos, ex-interno da FEBEM considerado irrecuperável que hoje é pedagogo, pai adotivo de treze meninos e está entre os dês melhores contadores de histórias do mundo. No elenco, a portuguesa Maria de Medeiros, em uma produção de Denise Fraga, com parte do filme feita em Paulínia na ocasião do primeiro festival de cinema, ano passado.

Com a casa quase cheia, a despeito do feriadão, o Festival já começou muito prestigiado pela população local, que estará presente ao evento até a quinta-feira da próxima semana.