FESTIVAL DE PAULÍNIA NA RETA FINAL.

“Só Dez por Cento é Mentira” (foto) começou a penúltima noite no II Festival Paulínia de Cinema. O divertido documentário de Pedro Cezar fez o público rir com suas tiradas, espontâneas ou programadas, “contando” a vida e a carreira do poeta sul-mato-grossense Manoel de Barros, com depoimento de familiares e “leitores”. A plateia do Theatro Municipal de Paulínia aplaudiu bastante, com casa quase cheia.

O curta-metragem regional foi “A Máquina do Tempo”, de Marcos Craveiro, em que um guia mirim voluntário dos passeios de trem entre Campinas e Jaguariúna conta a história da preservação dos antigos trens, alguns ainda em atividade. No curta nacional, “Nesta Data Querida”, uma mulher da zona sul carioca percebe a própria solidão quando os convidados para a festinha de aniversário da filha demoram a chegar, baseado em um conto da escritora Martha Medeiros.

O longa-metragem de ficção da noite foi “Olhos Azuis”, do veterano diretor José Joffily, mostra o último dia de trabalho de Marshall, chefe do Departamento de Imigração do Aeroporto JFK, em Nova York, interpretado pelo ator americano David Rasche (protagonista da série de TV oitentista “Sledge Hammer”, rebatizada “Na Mira do Tira” no Brasil). Na véspera de sua aposentadoria, o agente detém aleatoriamente um grupo misto de latino-americanos, submetendo-as a situações constrangedoras que provocam a morte de um brasileiro. Ao sair da prisão e debilitado por uma doença, o americano empreende uma viagem pelo Nordeste brasileiro para se livrar da culpa, procurando os familiares do falecido. Na peregrinação, recebe a ajuda de uma prostituta de Recife que também enfrentará seus próprios fantasmas. Um dos filmes mais aplaudidos pelos espectadores até agora.

Quarta-feira será o último dia da mostra competitiva, com os premiados do Festival sendo divulgados e laureados na noite de sexta no Theatro Municipal.