FESTIVAL DE RECIFE SE DIVIDE ENTRE A SUTILEZA E A VULGARIDADE.

Ambos inéditos no nosso circuito, os longas “Praça Saens Peña” (foto) e “Alô, Alô, Teresinha” são os grandes vencedores da 13ª edição do CINE PE – Festival do Audiovisual de Recife, encerrado neste domingo (03).

Pode-se dizer que o Júri do evento ficou dividido então entre a sutileza e a vulgaridade. “Praça Saens Peña”, do paulista radicado no Rio de Janeiro Vinícius Reis, é um belo e poético retrato de uma família de classe média que luta para sobreviver na tradicional região carioca da Tijuca. Balas perdidas e sentimentos reencontrados fazem parte do cotidiano de um escritor, sua esposa, e a jovem filha vestibulanda.
Um trabalho precioso em todos os seus aspectos, do roteiro á direção, do elenco à fotografia.

Por outro lado, o documentário “Alô Alõ, Teresinha” é uma ode à vulgaridade. Ode, porém, consciente. Ao documentar o estilo e a obra do apresentador de TV Abelardo Barbosa, o diretor Nelson Hoineff, propositalmente. fez um mergulho no universo chacriniano, ridicularizando seus entrevistados da mesma forma que Charcrinha fazia com seus convidados. O resultado é polêmico e discutível.

De qualquer maneira, o resultado do 13o CINE PE, como evento, foi dos mais positivos, demonstrando muita eficiência na organização e na seleção de filmes e – principalmente – honrando sua tradição de lotar o imenso Centro de Convenções Guararapes (quase 3 mil pessoas) praticamente todas as noites.

Veja a relação completa de premiados:

Longas:

Melhor Filme: “Alô, Alô, Teresinha”, de Nelson Hoineff.
Melhor Direção: Vinicius Reis, por “Praça Saens Peña”.
Melhor Ator: Chico Diaz, por “Praça Saens Peña”.
Melhor Atriz: Maria Padilha, por “Praça Saens Peña”.
Melhor Ator Coadjuvante: Leonardo Miggiorin, por “Mistéryos”.
Melhor Atriz Coadjuvante: Isabela Meirelles, por “Praça Saens Peña”.
Melhor Roteiro: “Um Homem de Moral”.
Melhor Fotografia: “Mistéryos”.
Melhor Montagem: “Alô, Alô, Teresinha”.
Melhor Direção de Arte: “Mistéryos”.
Melhor Trilha Sonora: “Estranhos”.
Melhor Edição de Som: “Um Homem de Moral”.
Prêmio Especial do Júri: “Um Homem de Moral”.
Prêmio do Público: “Alô, Alô, Teresinha”.
Prêmio Especial da Crítica: “Praça Saens Peña”.
Troféu Gilberto Freyre: “Alô, Alô, Teresinha”, de Nelson Hoineff.

Curta em 35mm
Melhor Curta em 35mm: “Superbarroco”.
Melhor Direção: Luiz René Guerra, por “Os Sapatos de Aristeu”.
Melhor Ator: Everaldo Pontes, por “Superbarroco”.
Melhor Atriz: Prêmio Coletivo para as atrizes de “Os Sapatos de Aristeu”.
Melhor Roteiro: “Eu e Crocodilos”.
Melhor Fotografia: “Os Sapatos de Aristeu”.
Melhor Montagem: “Muro”.
Melhor Direção de Arte: “Muro”.
Melhor Trilha Sonora: “Distração de Ivan”.
Melhor Edição de Som: “Blackout”.
Prêmio Especial do Júri: “Cocais – A Cidade Reinventada”.
Prêmio do público: “Blackout”.
Prêmio Especial da Crítica: “Muro”.
Menção Honrosa: “Nós Somos um Poema”.
Troféu Aquisição TV Cultura: “SuperBarroco”.
Troféu Aquisição Canal Brasil: “Muro”.

Curta Digital
Melhor Curta: “A Ilha”
Melhor Direção: Marão, por “O Anão Que Virou Gigante”.
Melhor Roteiro: “Quintas Intenções”.
Melhor Montagem: “Nello’s”
Prêmio do Público: “Manual para se Defender de Alienígenas, Zumbis e Ninjas”.
Prêmio da Crítica: “A Ilha”.
Prêmio Especial do Júri: “Artilheiro do Meu Coração”.