FESTIVAL DO RIO DIVULGA PREMIADOS E BALANÇO GERAL.

Após duas semanas de debates, palestras, oficinas, e – claro – filmes, muitos filmes, a organização do Festival de Cinema do Rio de Janeiro 2008 divulga seu balanço geral. Acompanhe:

Filmes Premiados:

VOTO POPULAR
- Melhor Longa ficção: Apenas o Fim, de Matheus Souza
- Melhor Longa documentário: Loki, Arnaldo Baptista, de Paulo Henrique Fontenelle
- Melhor Curta – Urubus têm asas, de André Rangel e Marcos Negrão

JÚRI OFICIAL – Presidido por Wieland Speck e composto Camila Pitanga, Jorge Duran e Lita Stantic.

Melhor longa-metragem de ficção: Se nada mais der certo, de José Eduardo Belmonte
Melhor longa-metragem documentário: Estrada real da cachaça, de Pedro Urano
Melhor direção ficção: Matheus Nachtergaele (A festa da menina morta)
Melhor direção documentário: Helena Solberg (Palavra (En)cantada)
Melhor ator: Daniel de Oliveira (A festa da menina morta)
Melhor atriz: Caroline Abras (Se nada mais der certo)
Melhor curta de ficção: Blackout , de Daniel Rezende
Melhor curta documentário: 69 – Praça da Luz, de Carolina Markowicz, Joana Galvão
Prêmio especial do júri: Jards Macalé – Um morcego na porta principal, de Marco Abujamra, co-direção de João Pimentel
Menção honrosa: Apenas o Fim, de Matheus Souza

Prêmio FIPRESCI – Júri da Federação Internacional da Imprensa. Júri presidido por
Diego Brodersen (Argentina) e composto por Lídice Varas (Chile), Fernando Palumbo (Uruguai), Ivonete Pinto (Brasil – Porto Alegre), Pedro Butcher (Brasil – Rio de Janeiro): A Mulher sem cabeça, de Lucrecia Martel (Argentina, 2008)

MOSTRA GERAÇÃO – Melhor filme – voto popular Somos todos diferentes (Taare Zameen Par), de Aamin Khan

Além do TROFÉU REDENTOR, outros prêmios:

- MELHOR CURTA METRAGEM – Júri Oficial
PRÊMIO QUANTA – R$ 4.000,00 em equipamento;
PRÊMIO TELE IMAGE – 6h telecine off line e 40h de edição de som
PRÊMIO LINK DIGITAL – Transfer de até 15 min.
PRÊMIO DOLBY – licença dolby 5.1.
PRÊMIO CTAV – Copa nova legendada (em película ou digital) curta e longa

- MELHOR LONGA DOCUMENTÁRIO – voto Popular
PRÊMIO GLOBO FILMES – R$ 100.000,00 em mídia na TV Globo
PRÊMIO PROJETA BRASIL CINEMARK* – R$ 10.000,00 em dinheiro

- MELHOR LONGA DOCUMENTÁRIO – Júri Oficial
PRÊMIO QUANTA – R$ 6.000,00 em locação de equipamento
PRÊMIO TELEIMAGE – 8h de tape to tape
- MELHOR LONGA FICÇÃO – voto popular
PRÊMIO PROJETA BRASIL CINEMARK*, no valor de R$ 20.000,00 em dinheiro
PRÊMIO NIELSEN EDI – Tracking Report Internacional (Brasil e mais dois países)
- MELHOR LONGA FICÇÃO – Júri Oficial
PRÊMIO QUANTA – R$ 10.000,00 em equipamentos
PRÊMIO TELE IMAGE – 60 horas de telecine off line
PRÊMIO NIELSEN EDI – Tracking Report Internacional (Brasil e mais dois paises)

*O prêmio Projeta Brasil Cinemark:
Pelo sétimo ano consecutivo, a Cinemark apóia o Festival do Rio, premiando o“Melhor Longa de Ficção” e o “Melhor Longa Documentário” escolhidos pelo público, dentro da mostra Première Brasil. Para o vencedor do “Melhor Longa de Ficção” pelo júri popular será entregue o Prêmio Projeta Brasil no valor de R$ 20 mil. Já o “Melhor Longa Documentário” recebe o Prêmio Projeta Brasil no valor de R$ 10 mil. Os prêmios oferecidos pela Cinemark são resultado da renda arrecadada com o Projeta Brasil, que reserva a primeira segunda-feira de novembro para exibir somente filmes nacionais, em comemoração ao Dia do Cinema.

OS MAIS VISTOS, SURPRESAS, RIOMARKET:

1) Destaques do cinema mundial levam 220 mil pessoas as salas cariocas no Festival do Rio:

O premiado italiano Gomorra, de Matteo Garrone; o novo filme de Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona, o argentino La Leonera, de Pablo Trapero com Rodrigo Santoro; Queime depois de Ler, o mais recente dos irmãos Coen, O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme, e o coreano midnight O Bom, O Mau e o Bizarro, de Kim Jee-Woon, além do documentário norte-americano Gonzo, de Alex Gibney, estão entre os filmes mais procurados do Festival do Rio. Sem contar com os quase 40 títulos da Première Brasil.

Para Ilda Santiago, diretora executiva do Festival ao lado Walkiria Barbosa, o encontro do público com quem faz cinema é o objetivo do Festival do Rio. “Apresentamos um panorama da produção mundial”, explica Ilda. “Trazemos nomes consagrados (caso dos diretores Paolo Taviani e Arturo Ripstein e do ator Viggo Mortensen), e principalmente diretores que vem regularmente apresentar seus filmes ao publico carioca tornando-se nomes mais conhecidos para a imprensa. É o que chamamos de famíla do festival. Privilegiamos muito também a vinda de diretores e produtores latinos. Um bom exemplo dessa família é Stephan Eliott que veio ao Rio pela primeira vez, há muitos anos, com Priscila, a Rainha do Deserto, e agora voltou com seu novo filme, Easy Virtue.”

Ilda Santiago ressalta que a cada ano e em 2008, especialmente, muitos diretores e produtores vieram por conta própria, considerando o Festival do Rio um trampolim para a carreira de seus filmes. “Escolhemos os convidados em função do benefício que sua vinda traz à carreira do filme que ele realizou. As celebridades são importantes mas o encontro do público com os profissionais do cinema é fundamental.”

A Première Brasil tornou-se a principal vitrine do cinema nacional, com recordes de público em sessões de gala e populares. “Os produtores e diretores reconhecem isso e estão presentes às sessões e debates. Este ano, foi um prazer ver a repercussão dos filmes brasileiros”, comemora Ilda.

Ela corre o mundo em busca do cardápio do Festival do Rio e lembra que sempre há surpresas. “Esperávamos o sucesso de Gomorra, La Leonera, Vicky Cristina Barcelona e Queime depois de Ler, premiados nos grandes festivais e esperados por aqui, mas houve outros, como o documentário, 9to5, o Dia a Dia da Pornografia, sobre a indústria pornô, e o português Call Girl, que atraíram público e atenção dos meios de comunicação muito além do esperado. E foi um prazer ver 800 pessoas no cinema para rever O Poderoso Chefão.”

2)RIOMARKET: Filmes, encontros, debates e negócios garantem o sucesso do Festival do Rio

Enquanto o público se deliciava com 350 títulos – estréias nacionais, mundiais, cults e clássicos, como Romance, de Guel Arraes, Gomorra, de Gatteo Garrone, e O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola – apresentados no Festival do Rio durante as duas últimas semanas, profissionais brasileiros e estrangeiros buscavam, no RioMarket, resposta para a principal questão de quem faz cinema e audiovisual: quem é nosso público e como falar com ele?

“Determinar um tema para as discussões atraiu executivos das majors internacionais e os profissionais brasileiros porque a questão é de todos: diante de tanta oferta de entretenimento e de informação a bombardear o público, como atraí-lo para as salas de cinema?”, diz a diretora executiva do Festival do Rio, Walkiria Barbosa, que divide a tarefa com Ilda Santiago. Segundo Walkiria, o cinema já passou por outros percalços. “Quando surge uma nova mídia, a sétima arte sofre retração de público, mas depois ele volta. Foi assim com o advento da televisão, do vídeo cassete e, de novo, com as novas mídias.”

A Première Brasil, com quase 40 títulos, tornou-se a principal vitrine do cinema nacional, com recordes de público nas sessões de gala e nas populares. “A cidade se envolve com o evento, uma tendência que permanece meses depois, porque ter passado do Festival entra no currículo do filme, aumenta o interesse sobre ele. Torna-se um selo de qualidade”, comenta Walkiria.

Na área de negócios, o festival também foi um sucesso. Além dos debates sobre quem é o público do cinema e como atingi-lo, do qual participaram empresas internacionais como BBC Films, Paramount Vantage, Pathé Entertainenment, 20th Century Fox International, Rain Networks, Universal, Google, MySpace e Petrobras, entre outras, houve 300 reuniões de negócios cujos frutos vão se estender a longo prazo.

“Em 2007, Estômago foi negociado para sete países a partir do Festival. Este ano, pelo menos três documentários foram vendidos aqui, Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei, O Homem que Engarrafava Nuvens (sobre o compositor Humberto Teixeira) e Favela on Blast (sobre o funk)”, enumera Walkiria. “Os seminários sobre mídias digitais atraíram as empresas top de linha, aí incluído cinema, televisão, internet, celular e outras mídias. E houve o concurso de roteiros. Doze trabalhos, selecionados entre 90, foram lidos pelos especialistas que decidem o que vai às telas no mundo inteiro. Um privilégio para esses autores.”

O Festival do Rio de 2008 terminou ontem, quinta-feira, mas continua com exibição de 70 filmes na já clássica Repescagem – a última Chance do Festival, em duas salas do cinema Estação Botafogo. O grande prêmio para os 3.000 profissionais que participam diretamente do evento é saber que, durante duas semanas, a Cidade Maravilhosa respirou cinema, se viu na tela grande e soube do que acontece pelo mundo afora.