Festival “É Tudo Verdade” começa hoje em São Paulo

Começa hoje(22) em Sao Paulo a 12ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários. Na cerimônia de abertura, que se realizará no Cinesesc, os convidados assistem à premiére nacional de “Adeus, América”, de Sérgio Oksman, realizador brasileiro radicado na Espanha.
Considerado o maior festival do gênero na América Latina, o evento exibe esse ano 141 títulos. Em entrevista coletiva realizada semana passada em São Paulo, o fundador e organizador do Festival Amir Laback afirmou que o crescimento do festival é involuntário. “A gente tenta mantê-lo menor, mas parece que o festival tem vida própria e quer crescer sozinho”.
O “É Tudo Verdade” apresenta duas competições internacionais (14 longas e 10 curtas) e duas competições brasileiras (7 longas/médias e 8 curtas).

Competiçao brasileira- a seleção deste ano traz uma saudável combinação entre cineastas estabelecidos e jovens revelações. “A disputa de longas e médias apresenta uma notável variedade estilística e rara abertura para a experimentação, também presente na de curtas”, explica Amir Labaki.

LONGAS/MÉDIAS
Os longas e médias finalistas, que nesta edição concorrem ao prêmio CPFL Energia/ É
Tudo Verdade “Janela para o Contemporâneo” no valor de R$ 100 mil, são:

Construção (Cristiano Burlan, Brasil/SP, 48’, 2006) – Retrata o cotidiano de trabalhadores
da construção civil na cidade de São Paulo.

Descaminhos (Marília Rocha, Luiz Felipe Fernandes/Alexandre Baxter, João Flores, Maria
de Fátima Augusto, Leandro HBL, Armando Mendz e Cristiano Abud, Brasil/MG, 73’,(2007) – Viagem antropológica entre paisagens naturais e urbanas, pelas cidades e pela vida das comunidades às margens das ferrovias, a partir do olhar de oito novos diretores.

Elevado 3.5 (João Sodré, Maíra Bühler, Paulo Pastorelo, Brasil/SP, 90’, 2006) – Retrata o
mundo de pessoas que cruzam os 3.5 km do Minhocão, via expressa construída na região
central de São Paulo durante a ditadura militar.

O Longo Amanhecer – Cinebiografia de Celso Furtado (José Mariani, Brasil/RJ, 73’,
2006) – Um balanço da vida e do pensamento de um dos maiores economistas brasileiros.

Lutzenberger: For Ever Gaia (Frank Coe e Otto Guerra, Brasil/RS, 52’, 2006) –
Combinando depoimentos e animações, um olhar sobre desenvolvimento a partir da obra
do ambientalista José Lutzenberger.

Maria Bethânia – Pedrinha de Aruanda (Andrucha Waddington, Brasil/RJ, 60’, 2006) –
A face privada da cantora baiana, em cenas familiares e conversas com amigos.

Nas Terras do Bem-Virá (Alexandre Rampazzo, Brasil/SP, 110’, 2007) – Uma visão
panorâmica da história recente da Amazônia, do fim do regime militar aos dias de hoje. O
foco são os vários conflitos em torno da terra, revelando os bastidores do massacre de
Eldorado do Carajás e do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang.

6 CURTAS
Capistrano no Quilo (Firmino Holanda, Brasil/CE, 21’, 2007) – Capistrano de Abreu tem
sua estátua roubada por marginais, em praça de Fortaleza. Foi a anti-homenagem do povo
que ele colocou como personagem da História? Quanto se comeu com a venda do bronze?

O Desafio de Zezão (Patrícia Cornils, Brasil/ SP, 13’, 2006) – Há 37,7 mil quilômetros de
esgotos e córregos subterrâneos em São Paulo. É neles que Zezão devolve, entre água e
baratas, a arte que o escuro lhe deu.

Hibakusha: Herdeiros Atômicos no Brasil (Maurício Kinoshita, Brasil/SP, 16’, 2006) –
A história dos que sobreviveram a uma das maiores atrocidades cometidas pelo homem
contra a própria humanidade – as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki – que hoje
vivem no Brasil.

O Homem da Árvore (Paula Mercedes, Brasil/SP, 19’, 2006) – O dia-a-dia de um homem
que mora numa árvore entre o Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça, em Brasília.

Porto Alegre de Quintana (Fabiano de Souza e Gilson Vargas, Brasil/RS, 26’, 2006) –Um dia na cidade de Porto Alegre. Pelas palavras do poeta Mario Quintana, esqueletos
passeiam de jipe, um cavalo bebe em um bar, um homem senta-se na parede da sua casa.

Resistir (Caco Souza, Brasil/SP, 15’, 2007) – Unidos na prisão durante a ditadura militar,
três personagens reavaliam suas histórias e o significado de seu encontro. São eles o presopolítico e ex-padre português Alípio de Freitas e dois presos comuns, André Borges – quefoi anistiado juntamente com os presos políticos -, e William da Silva Lima, cujo nome érelacionado ao Comando Vermelho e que ainda permanece encarcerado.

Stela do Patrocínio – A Mulher que Falava Coisas (Marcio de Andrade, Brasil/RJ, 14’,
2007) – Stela falava e falava. Um “falatório” construído no ar. Uma arquitetura de falas que amplia a percepção de si mesma e das coisas ao seu redor. Suas falas poéticas revelam
outras possibilidades de pensamento. Stela tentava fazer contato, fazendo sentido.

Um Bom Negócio (Eduardo Duwe, Brasil/SP, 5’, 2006) – Denúncia de uma rede criminosa
de órgãos que mantinha uma conexão em Recife, onde um capitão da PM e um major
israelense aliciavam os potenciais doadores.