FESTIVAL MEGACITIES SHORTDOCS ANUNCIA OS VENCEDORES DE 2024.
Maior festival global de documentários cidadãos exibiu, no Reserva Cultural, em São Paulo, os 5 curtas premiados e o Grand Prix global do ano.
Não é mais mudança climática, é emergência climática. Assim foi o clima do evento de premiação do Festival Megacities Shortdocs ocorrido na noite de ontem no Cine Reserva Cultural, na avenida Paulista. O evento ocorreu pela primeira vez no Brasil, embora seja já tradicional na França, e reuniu produtores culturais, diretores, atores e muitos estudantes. Filmes que geram empatia e encorajam as pessoas a atuarem por cidades mais sustentáveis e justas.
Foram revelados os vencedores em cinco categorias: Melhor Curta Documentário, Melhor Curta Estudante, Crise Climática Urbana, A Cidade em 15 Minutos e a Melhor Iniciativa Urbana, além do Grand Prix global do ano, que é exibido no Festival Internacional de Cinema. A TV Cultura vai exibir os curtas-metragens vencedores em junho.
Premiados:
Melhor Curta Estudante Edição 2023 / 24
“Nunca foi só futebol”, de Manuela Fiuza e Erico Simonard
O curta mostra personagens e as lutas do primeiro time de futebol de salão transgênero de São Paulo.
Melhor Iniciativa Urbana
“Lixo no Lixo” – Haroldo Cesar de Castro Silva e Yara Leitão.
Um músico propõe novas formas de conscientizar a população sobre os perigos do descarte do lixo de forma desordenada.
Proximidade Feliz / Cidade de 15 Minutos
“O Morro do Fubá”, de Dandara Pires e Jonathan Roditi (La Colline Du Mais).
Crianças se unem para revitalizar, transformar e ocupar um espaço público na região do Rio de Janeiro ocupada pela milícia.
Crise Climática
“Se o campo não planta, a cidade não janta” – Gabriel Valle e Fernanda Soares.
Mostra os desdobramentos do projeto da agricultura orgânica e comunitária já nos centros urbanos, como São Paulo.
Menção Honrosa
“Circuito Rios e Ruas Manifesto” – Charles Groisman.
Marcelo Tas nos guia por um passeio às margens do eterno poluído Rio Pinheiros: “nossos rios urbanos correm limpos, vivos e livres!”.
Melhor Curta São Paulo São
“Lavando Almas” – Rafael Machado dos Santos e Luis Guilherme Chagas.
Mostra que o projeto Banho Solidário Sampa funciona para oferecer apoio e dignidade aos moradores de rua de São Paulo.
Grand Prix Global
“The Atlantis Mussels” (Indonésia) – Rachmat Kurniawan Idrus e Azyd Aqsha Madami
Mostra a resistência de uma comunidade na costa da chamada Região Especial da Capital Jacarta, que sofre impactos diretos da subsidência (afundamento) das terras e das mudanças climáticas globais.
Sobre o Festival:
Criado na França em 2015, o Megacities Shortdocs ocorre no Brasil por meio de uma parceria entre a ONG Métropole du Grand Paris, idealizadora do festival, e a plataforma São Paulo São. Neste ano, participaram 350 documentários, 80 deles brasileiros. Participam cineastas profissionais ou amadores, mas o requisito é ser um morador de uma metrópole. Ou seja, qualquer cidade com mais de um milhão de habitantes, como a Grande Paris, ou alguma das 35 megacidades do mundo (toda e qualquer área urbana contínua formada por mais de 10 milhões de habitantes). No Brasil, há 2 megacidades (São Paulo e Rio de Janeiro) e 17 grandes cidades, segundo esse conceito da ONU. Espaços que necessariamente concentram um triplo desafio: ecológico, econômico e social.
“O festival se reveste de ainda mais importância em meio ao colapso climático vivido pelo Estado do Rio Grande do Sul. É um festival muito tradicional na França e uma novidade no Brasil, mas o país já representa quase 25% dos inscritos, o que revela a força do audiovisual brasileiro e dos desafios urbanos. O concurso é uma grande oportunidade para que, através do cinema, se possa revelar e inspirar novos projetos e iniciativas de impacto positivo nas cidades”, destaca o designer Maurício Machado, sócio-diretor da plataforma São Paulo São e responsável pela vinda do festival ao Brasil.