Filme sobre Patativa do Assaré é aplaudido de pé no Ceará

Quem costuma freqüentar festivais de cinema para ver filmes, e não apenas para festas e badalações, não tem do que reclamar neste 17º. Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema. A programação oferece um cardápio para os mais diversos gostos cinematográficos, desde curtas e longas espanhóis inéditos no Brasil, passando por curtas metragens cearenses fora de competição, filme brasileiros históricos, e desembocando numa Mostra Competitiva Oficial que, até o momento, vem mostrando uma qualidade bastante satisfatória.
Neste três primeiros dias do evento, a platéia do belíssimo Cine São Luiz (uma bela construção de 1958, totalmente restaurada) já foi “sacudida” por ótimos trabalhos como o longa “Querô” e o curta “Vida Maria”, por exemplo.
Na noite de segunda-feira, foi a vez do documentário cearense “Patativa do Assaré – Ave Poesia” receber uma ovação mais do que emocionada da platéia do Cine Ceará. O documentário em longa-metragem radiografa a vida e a obra do famoso poeta popular cearense com uma forte carga emocional, já que o diretor do filme, Rosemberg Cariry (foto), foi, ele próprio um grande amigo de Patativa, falecido há quatro anos. ”É um filme de compadre para compadre – explica Rosenberg – já que eu freqüentava a casa dele desde pequeno. Cada vez que eu ia lá, levava uma camerazinha, fosse de super 8, de vídeo, fosse do que fosse, e fui durante décadas gravando entrevistas e coletando poemas de Patativa. Tenho 100 horas de material gravado, que consegui enxugar para os 84 minutos do filme, mas com todo o material que eu tenho em casa poderia fazer mais diversos filmes sobre ele, que o assunto não se esgotaria”.
Ainda não há previsões para o lançamento comercial do documentário.