GRATUITA, MOSTRA DO FILME LIVRE COMEÇA DIA 16 DE MARÇO.

Comemorando seus 15 anos de existência, a Mostra do Filme Livre ajudou a valorizar e consolidar a sua principal vitrine, a do cinema independente brasileiro. E ela cresce a cada ano. Recebeu a inscrição de 1342 filmes brasileiros, 90% deles realizados de forma independente e foi surpreendida, este ano, com produções também da América Latina. A MFL em São Paulo acontecerá de 16/03 a 07/04, de quarta a domingo e exibirá 184 filmes, sendo 35 longas e 80 inéditos. O público irá se deleitar com obras de todos os gêneros, formatos e durações, nesta, que é a maior mostra de filmes independentes do Brasil. A programação é gratuita e oferece, também, debates com realizadores e quatro oficinas de vídeo, uma por cidade. Toda a programação e as sinopses dos filmes estão disponíveis no site da MFL www.mostralivre.com

Os filmes livres têm como principal característica a narrativa livre. São instigantes, desprendidos de dogmas e/ou regras de linguagem, abusam do inesperado. Da miscelânea de curtas, médias e longas que exibe, muitos representam a maturidade que o cinema livre do Brasil já alcançou nessa caminhada respeitosa de 15 anos. Neste “debut”, ciclos se fecham e outros se abrem, com mais janelas e espaço para ampliar as possibilidades do audiovisual feito hoje no Brasil e no mundo.

A Mostra acontece nos CCBBs do Rio de Janeiro – de 09 de março a 04 de Abril; de São Paulo – de 16 de março a 07 de abril; de Brasília – de 13 de abril a 02 de maio; e de Belo Horizonte – de 25 de maio a 13 de junho. Também vai acontecer pela primeira vez em Niterói (RJ), em maio, no Cine Arte UFF, e nos Cineclubes Livres após o término da edição mineira.

“Das Pílulas com produções de até 3 minutos até os curtas infantis da Mostrinha Livre - alguns feitos por crianças -, a MFL também exibe diferentes produções, incluindo longas com pegada Trash até documentários e vídeos não narrativos – experimentações e/ou vídeo artes que passam em loop por seis horas nas Cabines Livres. Ou seja, tem quase de tudo na MFL. E olha que apenas 15% dos inscritos foram selecionados. São mais de 200 filmes que mostram a versatilidade, a poesia e a potência do cinema possível brasileiro”, afirma Guilherme Whitaker, um dos curadores da Mostra, ao lado de Gabriel Sanna, Chico Serra, Diego Franco, Ricardo Mansur, Christian Caselli e Pedro Dantas.

A MFL distribuiu os filmes em sessões específicas. Entre os destaques está a inédita Panaméricas Latinas. “É a primeira vez que o evento recebeu e selecionou filmes livres de outros países da América do Sul. As inscrições foram espontâneas, pois nunca fizemos qualquer tipo de ‘propaganda’ da mostra fora do Brasil”, relata Christian Caselli, “embora que, em 2013, realizamos uma pequena edição da MFL em Lima, Peru”. Desta parceria resultou uma sessão com filmes peruanos em 2014, mas este ano é a vez dos chilenos terem a sua. Batizada de Especial Chile em Cine terá curadoria de Pedro Dantas, cineasta paulistano radicado em Santiago.

As demais sessões são:

Longas Livres – Os seis longas mais significativos na opinião da curadoria;

Panoramas Livres – os 20 curtas e médias que mais instigaram a curadoria, de onde saem a maioria dos premiados de cada edição;

Mundo Livre – Filmes feitos por brasileiros fora do Brasil que, assim como aqueles dos Panoramas Livres, saltaram aos olhos da curadoria pela ousadia e originalidade. Aqui, o estranhamento frente ao espaço filmado interfere diretamente na linguagem.

Territórios – Filmes que partem de questões locais muito específicas, mas que têm em comum a busca por um tempo inerente a cada espaço filmado;

Biografemas – Conjunto de filmes que traçam um diálogo com obras de artistas em diferentes tempos e linguagens;

Destaque Cristiano Burlan – Filmes com a marca da liberdade e da energia do cineasta paulista, com direito a debate com o autor;

Destaque Louise Botkay – Filmes usando telefone celular, vídeo, película super-8, 16 e 35 milímetros, muitas vezes revelados “à mão”, com direito a debate com a autora;

Destaque Pedro Dantas – Com obras da filmografia poética e documental deste paulistano radicado no Chile, também com debate;

Destaque Autores Livres – Curtas e longas de realizadores ímpares, com produções totalmente livres e instigantes, alguns já premiados e/ou homenageados na MFL;

Pílulas – Com 19 filmes de até três minutos;

Outro Olhar – Com filmes que a curadoria identificou uma qualidade de invenção e esforço no sentido de experimentar a linguagem audiovisual;

Cabine Livre – Espaço para a exibição, em loop, de filmes mais abstratos e não narrativos, que passam por 6 horas seguidas em cabines individuais e/ou em salas adaptadas para este fim (a forma da cabine depende de cada CCBB);

Mostrinha Livre – Curtas diferenciados para crianças. O “Dinossauro Rex”, da Mostrinha 1, foi feito por alunos da Escola Mariana Ferreira de Nazareth, no Espírito Santo.

Trash ou Cinema de Gênero? – Filmes e debates sobre o preconceito que existe em se fazer cinema de gênero no Brasil, que muitas vezes é associado – pejorativamente – ao termo “trash”;

Caminhos – Sessão com filmes feitos em oficinas e/ou escolas de cinema, e

Coisas Nossas – Filmes feitos pelos curadores e/ou produtores da MFL.

 

Sessões especiais com Debates

Em cada cidade sede (exceto Brasília) também serão realizadas sessões especiais com exibição de produções locais. No CCBB SP, além do “Curta Sampa”, a MFL preparou sessões especiais com debates. As datas serão as seguintes:

17/03 – quinta-feira, às 19h30

Sessão comentada com a cineasta Karen Akerman e entrega do Troféu Livre

 

18/03 – sexta-feira, após sessão das 19h30

Louise Botkay – com Louise Botkay e mediação de Gabriel Sanna

 

19/03 – sábado, após sessão das 19h

Chacal – Com o poeta Chacal e mediação de Gabriel Sanna

 

27/03 – domingo, após a sessão das 19h

Pedro Dantas – mediação a definir

 

02/04 – sábado, após sessão das 18h30

Cristiano Burlan – com o diretor Cristiano Burlan e mediação de Cid Nader

 

03/04 – domingo, após sessão das 19h

Com os diretores dos filmes paulistas da sessão – mediação de Cid Nader

 

Circuito de Cineclubes receberá programação

Depois de ser apresentada nos CCBBs, a MFL percorrerá o circuito de Cineclubes Livres, que em 2015 teve 2.700 espectadores em mais de 60 cidades. Também por isso a MFL é a maior e a mais abrangente mostra de cinema brasileiro, por conta da extensa variedade de produções que exibe e do tempo que fica em cartaz, cinco meses.

Produzida pela WSET (que também realiza no Brasil as mostras completas dos cineastas David Cronenberg e Michael Haneke, entre outros eventos audiovisuais) a MFL conta com patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo (Minc).

Números da MFL 2016

Em 2016 a MFL recebeu 1342 filmes e selecionou 205 entre curtas, médias e longas.

Pela primeira vez em 15 anos, São Paulo teve mais filmes inscritos do que o Rio de Janeiro (55 contra 49)!! Mas ao final RJ teve mais filmes selecionados. Proporcionalmente o Estado com melhor índice foi MG, com 26% dos selecionados inscritos (sem contar o Acre que teve três inscritos e um selecionado, 33%).

Relação de inscritos/selecionados por estado:

SP= 371/47; RJ= 333/53; MG= 98/26; RS= 77/11; CE= 61/12; BA= 51/4; PE= 50/10; PR= 43/8; PB= 32/5; GO= 32/2; ES= 29/5; DF= 22/1; AL= 20/1; RN= 19/1; SC= 19/5; AM= 16/0; PA= 15/0; MA= 9/1; MT= 7/0; RO= 5/0; PI= 3/0; AC= 3/0; RR= 2/0; SE= 2/0; MS= 2/0.

Entre os filmes selecionados, os mais antigos são da década de 1980 – “Se Colar Olhou”, “Censura Livre” e “Se Pintar colou”, de Ivan Cordeiro.

Apenas 223 filmes, 17% do total de inscritos, foram feitos com apoio estatal, sendo que 36 filmes foram selecionados.

422 filmes foram feitos em escolas de cinema e 33 foram selecionados.

A soma do custo de produção dos 1342 filmes inscritos foi de R$ 22.373.300,00 e dos 205 selecionados foi de R$ 3.372.330,00, em ambos os casos a média de custo por filme é de R$ 17.000,00. “Muitos não preenchem este item na inscrição, então com certeza tais dados são menores do que a realidade”, ressalta Whitaker.

Premiação MFL

A curadoria da Mostra do Filme Livre assiste e discute todos os filmes inscritos, a fim de fazer a seleção e a programação do evento. Ela define também quais as obras que se destacaram para serem premiadas com o troféu Filme Livre!. Os realizadores contemplados são convidados a irem à mostra carioca para receberem o troféu e conversarem com o público após a exibição de seus filmes. Os premiados deste ano (2 longas, 3 médias e 5 curtas) serão divulgados na noite de abertura da MFL no Rio, dia 09/03.

 

*Sobre a MFL – A Mostra do Filme Livre nasceu no Rio de Janeiro em 2002 pela iniciativa do produtor e diretor de cinema Guilherme Whitaker. A sua principal vocação era a de reunir o cinema independente local. Hoje, continua sendo a única Mostra que acolhe todos os formatos – curtas, médias e longas – com trabalhos alternativos/independentes vindos de todos os cantos do país. Recebendo em 2016 inscrições da América Latina. Produções, estas, que muitas vezes não precisam de grandes verbas ou de editais. Nos quatro últimos anos a MFL também organizou mostras itinerantes em Brasília e São Paulo. Minas Gerais entrou no circuito em 2015. Tornou-se, então, a maior vitrine do cinema independente brasileiro. Ao longo de 14 edições, a MFL exibiu para 72 mil pessoas mais de 3.200 filmes. Nesta edição a MFL pretende atrair um público de 20 mil pessoas.

Serviço:

15ª Mostra do Filme Livre – MFL 2015

Data: 16 de Março a 07 de Abril

Centro Cultural Banco do Brasil  São Paulo

Cinema (70 lugares) Auditório (30 lugares)

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112, Centro,

Próximo às estações Sé e São Bento do Metrô

(11) 3113-3651 / 11 3113-3652 |

Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h.

Horários: consultar programação

Ingressos: entrada franca

Horários da bilheteria: das 9h às 21h