“LAÇOS” RETOMA A TRADIÇÃO DOS DRAMAS FAMILIARES ITALIANOS.

Por Celso Sabadin.

A vida supostamente normal e tranquila do casal classe média formado por Vanda (Alba Rohrwacher) e Aldo (Luigi Lo Cascio) desmorona quando ele decide contar a ela que dormiu com outra mulher. E que não sabe se está apaixonado ou não. Aldo pede ajuda à esposa. Vanda, ferida, se desequilibra emocionalmente. Tudo parece ruir, para a tristeza e indignação do casal de filhos pequenos.

A história de Vanda e Alba é contada em “Laços” fora da ordem cronológica. O quebra-cabeças de emoções e sentimentos vai se formando aos poucos na mente do público, cativando gradativamente as percepções na medida em que as motivações dos protagonistas se desenvolvem e se consolidam. Voyeurs de relações humanas que todos somos, queremos saber quem vai ficar com quem – e porquê. Acabamos assim nos esquecendo – ou pelo menos deixando num injusto segundo plano, uma das mais fundamentais questões deste relacionamento conturbado: e os filhos? Este é o grande desafio.

“Lazzi” é uma das obras do escritor napolitano Domenico Starnone – juntamente com “Assombrações” e “Segredos” – que compõe uma suposta Trilogia Sentimental, livros que abordam relacionamentos afetivos, mas não protagonizados pelos mesmos personagens. A partir do romance, o roteiro foi desenvolvido por Francesco Piccolo (também corroteirista de “O Traidor”) e pelo próprio diretor, Daniele Luchetti, premiado por “La Nostra Vita” e “Meu Irmão é Filho Único”, entre outros.

Indicado a três David di Donatello, “Laços” é um dos destaques da 8 ½ Festa do Cinema Italiano no Brasil. A programação completa está em https://br.festadocinemaitaliano.com/