LIVRO TRAZ GLAUBER ROCHA PARA TODOS.  

Para os mais velhos, pode parecer inacreditável, mas dentro do processo de desinformação que assola nossa cultura e nossa educação já existe toda uma geração que mal sabe quem foi Glauber Rocha, e tem pouca ou nenhuma informação sobre sua importância.

Neste sentido, é mais que bem-vindo o lançamento do livro  “Glauber Rocha: Cinema, Estética e Revolução”, de Humberto Pereira da Silva, editado pela Paco Editorial.

“Não é uma biografia. É um livro introdutório, com linguagem direta, sobre a trajetória artística e de ativista cultural de Glauber Rocha (falecido há 35 anos), dando elementos para que se conheça seu processo criativo em conjunto com suas posições políticas. É tratada também a recepção de seus filmes, desde a época do Cinema Novo até o derradeiro, ‘A Idade da Terra’, que gerou enorme polêmica no Festival de Veneza”, explica Pereira da Silva, que aposta nesse conjunto como o diferencial de seu título em relação a vários outros já lançados sobre Glauber.

Crítico há quase 20 anos, o autor pesquisa o cinema nacional e suas relações com a produção artística brasileira. Para escrever o livro, foram sete meses de dedicação à memória e legado de Glauber, perpetuados por sua mãe Dona Lucia – falecida há dois anos, aos 94 anos – e filha, Paloma Rocha – fontes diretas na produção. “Por elas, pude colher informações importantes sobre pontos obscuros da vida de Glauber, principalmente do período em que ele esteve no exílio, durante a Ditadura Militar”, relata.

Orelha ilustre: Cacá Diegues. Ninguém menos que um dos diretores de cinema mais expressivos do país ainda ativo assina a orelha do livro. Também criador do Cinema Novo, Diegues foi um dos amigos mais presentes de Glauber Rocha. “Cacá entende que as novas gerações não podem perder de vista uma obra tão importante como a de Glauber”, diz o autor Humberto sobre o convite para recomendação, prontamente aceito por Diegues.