Lucélia Santos diz não ter “culpa” pelo seu filme.

A noite de sábado (11) no II Festival Paulínia de Cinema teve grande participação do público de Paulínia e região, sobretudo da próxima Campinas. Começou com “Mamonas, o Doc”, de Claudio Kahns, contando a trajetória do irreverente grupo musical que foi um dos maiores fenômenos da indústria fonográfica brasileira da década passada, mas morreram prematuramente em um acidente de avião em Guarulhos, onde viviam. É uma prévia de outro filme, previsto para o ano que vem, que contará a história do grupo em dramatização.

O curta-metragem regional foi “Prós e Contras”, de Pedro Struchi, em que dois amigos, um romântico e outro cético em relação ao amor, discutem as vantagens e desvantagens da vida a dois. “Relicário”, de Rafael Gomes, foi o curta nacional da mostra competitiva da noite, em que um paciente terminal se interna em seu subconsciente e esculpe um relicário de sua vida, entre memórias, sonhos e até alucinações.

Mas a surpresa da noite, e não exatamente no sentido positivo, foi “Destino”, de Moacyr Góes, produzido por Diler Trindade e Lucélia Santos, que encabeça o elenco. A película tenta contar a história de uma jornalista que descobre uma vila abandonada no interior de São Paulo, que abrigara imigrantes chineses que trabalhavam na lavoura de café. Lá conhece uma jovem chinesa e parte para uma jornada que mistura realidade e o sobrenatural.

O filme, que levou treze anos para ficar pronto, passou por diversas mãos antes de ser finalizado. Uma sequência sem fim de equívocos operacionais e artísticos tornam o filme incompreensível e desagradável. O público? Simplesmente caiu na risada do início ao fim, em uma experiência constrangedora para elenco e realizadores presentes. De longe, a pior produção apresentada no Festival até o momento.

No dia seguinte, Lucélia e Diler explicaram ao público o motivo dos erros que, infelizmente, tornaram o filme praticamente inviável para exibição. “Estou tranquila, não sinto culpa nenhuma pelo resultado, pois foi o que pudemos fazer”, disse a produtora em debate no dia seguinte, com o que concordou Diler Trindade. No mesmo debate, imprensa e público foram respeitosos com a equipe.

A despeito do filme ruim, a noite de sábado foi coroada com a homenagem à atriz Eva Wilma, que recebeu no palco do Theatro Municipal de Paulínia o troféu Menina de Ouro pelos 55 anos dedicados à arte. Educada e agradável como sempre, a veterana atriz agradeceu ao público paulinense pela merecida homenagem.