MOSTRA AUDIOVISUAL DE CAMBUQUIRA FAZ ITINERÂNCIA EM SÃO PAULO.

A  MOSCA – Mostra Audiovisual de Cmbuquira – traz ao Brasil o programa We Need to Disagree (Nós
Precisamos Discordar), e o curador do VIS – Festival de Curtas de Viena, em diálogo com premiados curtas brasileiros na mostra Nós Precisamos Ouvir. As sessões acontecerão entre 20 e 23 de setembro no Centro Cultural São
Paulo, em parceria com a Spcine.

Desde a 10ª edição, a Mostra Audiovisual de Cambuquira se tornou um festival
bianual. Em julho de 2017, a 11ª edição exibiu uma seleção de curtas produzidos em
23 países. A MOSCA lança agora o programa “.5″, o que significa que nos anos de
intervalo entre edições, será realizada uma mostra com o intuito de experimentar
novos formatos de programação. A MOSCA 11.5 teve início no mês de julho em
Cambuquira-MG, e realiza itinerância em São Paulo entre 20 e 23 de setembro, no
Centro Cultural São Paulo.

A programação tem foco na contemporaneidade e seus valores, com a proposta de
explorar possíveis relações entre contextos distantes. Em parceria com o VIS Vienna
Shorts Festival, Glasgow Short Film Festival e L’Alternativa – Festival de Cinema
Independent de Barcelona, a MOSCA 11.5 traz ao Brasil os curtas-metragens do WE
NEED TO DISAGREE (NÓS PRECISAMOS DISCORDAR), um triângulo de programas
alinhados sob o mesmo tema, programados por Daniel Ebner: “Ilhas e Bodes
expiatórios (e, de repente, o ódio desponta”, composto por curtas da Áustria,
Alemanha, França, Bélgica, Polônia e Israel; Matt Loyd: “A Vontade do Povo”, com
produções do Reino Unido, e Tess Renaudo: “O Pessoal e o Político”, com filmes
espanhóis e uma co-produção Espanha/ Suíça.

Daniel Ebner, diretor artístico do VIS – Festival de Curtas de Viena, e idealizador da
mostra We Need to Disagree vem ao Brasil para debater os programas internacionais.
Pertencimento, nacionalismo, direitos humanos, fronteiras, batalhas visíveis e invisíveis
são alguns dos temas. Para dialogar com estas questões, a MOSCA programa curtas
brasileiros que dão voz à questões não desconhecidas, mas ainda em
desenvolvimento entre conversas e conflitos diários. O convite feito por esta edição da
MOSCA é NÓS PRECISAMOS OUVIR, uma mostra com quatro programas com
curadoria de Ananda Guimarães: “Raízes, trajetórias e desvios obrigatórios”;
“Precisamos ouvir de outras formas” “Contemporaneidade duradoura”; e “Contextos
rasgados” compõem a mostra nacional.

A MOSCA  em São Paulo é uma realização da Romã Produtora Cultural com
parceria da Spcine. A entrada é franca.

 

NÓS PRECISAMOS DISCORDAR
MAIS SOBRE OS PROGRAMAS “WE NEED TO DISAGREE”

“Hoje, cinquenta anos depois das batalhas de 1968 por uma sociedade mais liberal,
nós parecemos ter entregado nossos padrões e valores ao populismo e suas bolhas:
polarização ao invés de debate, tomar partido ao invés de engajamento politico,
construir muros ao invés de construir pontes. No entanto, discussões e oposição
construtiva são necessárias se quisermos promover nossa sociedade e moldar a
relação entre liberdade e segurança, individualidade e solidariedade. Ouvir, pensar,
argumentar – e resistir à erosão de conquistas importantes!” (Daniel Ebner, diretor
artístico do VIS e idealizador do We Need To Disagree)

Desde 2013 o VIS – Festival de Curtas de Viena tem convidado anualmente dois
festivais para dedicar um programa ao seu lema mais recente: este ano o escocês
GSFF – Festival de Curtas-Metragens de Glasgow, e o espanhol L’Alternativa também
focaram em We Need To Disagree (Nós Precisamos Discordar). Além da contribuição
de programação ao VIS, as seleções são exibidas nos três festivais: depois de sua
première em Março em Glasgow, o programa triângulo foi exibido em junho em Viena,
e estará em Novembro em Barcelona.

A convite da MOSCA 11.5, tais programas chegam ao Brasil, e são exibidos ao lado de
premiados curtas nacionais que também possuem seu foco em reflexão sócio-política.
Daniel Ebner é co-fundador e diretor artístico do VIS – Festival de Curtas de Viena,
festival internacional que qualifica curtas para Oscar, e editor cultural e crítico de
cinema da APA – Agência Austríaca de Imprensa. Mestre em Ciência Política e
graduado em Teoria Cinematográfica e Estudos Culturais em Viena e Berlim, foi um
Jovem Talento Europeu do Comitê Europeu (EU Committee of the Regions) e um coprodutor
do projeto “Eleven Minutes” (Onze Minutos), Suiça/Áustria (2008). Curador de
curtas-metragens, artes visuais e exposições como, por exemplo, para o Wiener
Festwochen e o Museum Quarter, tem participado de inúmeros júris ao redor do
mundo. Representa a Associação de Festivais de Cinema Austríaco, é membro da
comissão de cinema da cidade de Viena e do estado de Vorarlberg e atua por
melhores condições de trabalho no setor de festivais na Áustria.

+ LONGA NA MOSCA | SESSÃO ESPECIAL | Estreia paulista
do longa FEIJÃO
Ainda experimentando programação na MOSCA 11.5, a programação exibe o longametragem
FEIJÃO, de Felipe Carrelli. O diretor teve alguns de seus curtas exibidos na
MOSCA e ministrou algumas das oficinas realizadas nos últimos anos.
FEIJÃO, dirigido por Felipe Carrelli (Doc // Brasil // 2018 // 70′).
Feijão é nascido e criado na Serra da Chapada Diamantina, Brasil. Atualmente
trabalha como guia no Parque Nacional e como membro voluntário da brigada de
incêndio, arriscando sua vida para preservar a natureza que tanto venera. É um
personagem muito respeitado na região e um incrível contador de histórias.

Após a sessão, bate papo com o diretor Felipe Carrelli.

 

PROGRAMAS INTERNACIONAIS
WE NEED TO DISAGREE 1 – ILHAS E BODES EXPIATÓRIOS (E, DE REPENTE, O
ÓDIO DESPONTA)
Curadoria VIS Festival de Curtas de Viena
ÁUSTRIA! (ÖSTERREICH!), de Hubert Sielecki // Áustria // 2001 // 4’
Áustria. De novo e de novo. Repetidamente. Áustria, austríaco, os austríacos, por toda
a Áustria, a única Áustria, o país, no país, o país inteiro.
NORMALIDADE 5 E 6 (NORMALITÄT 5 & 6), de Hito Steyerl / Áustria, Alemanha / 2001/ 9’
Hito Steyerl oferece um relatório ricamente detalhado sobre o crescente número de
ataques antissemitas e racistas – contra cemitérios, monumentos e pessoas – na Áustria
e na Alemanha.
OROGÊNESE (OROGENESIS), de Boris Labbé // França // 2016 // 8′
Paisagens montanhosas ou superfícies microscópicas? Um experimento visual
fascinante de distorção de imagens digitais.
PRIMEIRO E ACIMA DE TUDO (IN ERSTER LINIE), de Veronika Schubert // Áustria // 2016 //
6′
Registro do sobrecarregar. Formatos elusivos, reminiscências das fronteiras geográficas,
passam pelos nossos olhos.
POLONESA (POLONEZ), de Agnieszka Elbanowska // Polônia // 2016 // 16’
Em uma pequena cidade polonesa, o diretor do centro cultural local anuncia uma
competição. O tema: uma apresentação criativa da sua atitude patriótica preferida.
PÁTRIA (HEIMAT), de Sam Peeters // Bélgica // 2016 // 15’
Uma caricatura irônica da vida nos subúrbios flamengos, que reflete o atual zeitgeist
europeu. O populismo de extrema direita é mais popular em bairros calmos e de
predominância branca, onde as pessoas são blindadas de diferentes culturas e estilos
de vida.
QUANTO TEMPO, NÃO MUITO (HOW LONG, NOT LONG), de Michelle Kranot, Uri Kranot //
Israel // 2016 // 6’
Uma jornada visual que nos desafia, em uma época de intolerância, a pensar sobre
um pertencimento universal que não se restringe a uma cidade, região ou fronteiras
de uma nação.
WE NEED TO DISAGREE 2 – A VONTADE DO POVO
Curadoria GSFF – Festival Internacional de Curtas-Metragens de Glasgow
QUEM SOMOS NÓS? (WHO ARE WE?), de John Smith // Reino Unido // 2016 // 4’
No dia 23 de junho de 2016, o Reino Unido votou para sair da União Europeia. John
Smith respondeu a isso retrabalhando o material captado durante um debate exibido
no canal de televisão BBC que foi ao ar algumas semanas antes.
CARAS BRANCOS ALEATÓRIOS (RANDOM WHITE DUDES), de Young Fathers // Reino
Unido // 2017 // 4′
A banda vencedora do Prêmio Mercury Young Fathers responde a “Looking Good”,
uma exposição sediada pela Galeria Nacional de Retratos da Escócia (Scottish
National Portrait Gallery) que explora a imagem e identidade masculinas. Questões
sobre privilégio e desigualdade, assim como convenções de representação histórica,
são confrontadas.
JUS SOLI (JUS SOLI), de Somebody Nobody // Reino Unido // 2015 // 15’
Um filme que visa despertar uma reflexão sobre a experiência de ser negro no Reino
Unido; interrompendo a transição emocional entre gerações e questionando o que
significa ser Inglês.
RUA 66 (STREET 66), de Ayo Akingbade // Reino Unido // 2018 // 13’
Um documentário sobre a ativista por moradia ganense Dora Boatemah e a
comunidade Angell Town em Brixton, Londres, que lutaram por melhores condições
habitacionais. O direito dos moradores de poderem votar sobre o futuro de suas
próprias propriedades foi o tema central do seu trabalho. Dora faleceu em 2001 aos 43
anos.
RITOS CIVIS (CIVIL RITES), de Andrea Luka Zimmerman // Reino Unido // 2017 // 28’
Uma exploração dos temas centrais referentes à pobreza, racismo e guerra, que
continuam a assombrar as nossas vidas, apresentando como ponto de partida o
discurso que Martin Luther King fez em 1967 ao receber seu doutorado honorário da
Universidade de Newcastle. Entrevistas com mais de duas dúzias de pessoas, entre
residentes antigos e recém-chegados, com e sem moradia, organizadores de
comunidades, transeuntes, educadores e outros, são reunidos em diálogo com
espaços chave de resistência que se localizam ao longo da região de Tyneside há
séculos.
TORRE XYZ (TOWER XYZ), de Ayo Akingbade // Reino Unido // 2016 // 3’
Acompanhado por uma trilha sonora ritmada, personagens vagam pela selva de
concreto de Londres enquanto a narradora reflete sobre o estado atual da cidade e o
futuro que ela imaginou.
WE NEED TO DISAGREE 3 – O PESSOAL E O POLÍTICO
Curadoria L’Alternativa – Festival de Cinema Independente de Barcelona
RAÍZES (ROOTS), de Daniel Cuberta // Espanha // 2004 // 1’
De águas límpidas a lamacentas. Um prólogo.
PEDRO M (PEDRO M), de Andreas Fontana // Suíça, Espanha // 2015 // 27’
Pedro Martín foi o operador de câmera que filmou o frustrado golpe de estado, ao
vivo, no parlamento espanhol em 23 de fevereiro de 1981.
SE ABRINDO (COMING OUT), de Florencia Aliberti // Espanha // 2015 // 4’
Uma exploração da crescente tendência de compartilhar experiências pessoais na
internet, se utilizando de materiais encontrados no YouTube.
O CADÁVER DO TEMPO (EL CADÁVER DEL TIEMPO), de Luis E. Parés // Espanha // 2016 //
13’
A imagem para um ditador é tudo. Nós devemos destruir essas imagens se quisermos
construir um futuro próprio.
A VALETA (AREKA), de Atxur Animazio Taldea // Espanha // 2017 // 6’
Uma criativa colaboração de vinte jovens artistas explorando a memória coletiva e o
‘bersolarismo’ – a tradicional cultura Basca.
ORGANIZAR O IMPOSSÍVEL (ORGANIZAR LO (IM)POSIBLE), de Carme Gomila, Tonina
Matamalas // Espanha // 2017 // 14’
Camareiras têm apenas quinze minutos para limpar um quarto de hotel. Enquanto
trabalham, membros da associação Las Kellys discutem sua situação e seus planos
para organizar uma manifestação.
UMA MUSIQUINHA UNIVERSAL (UNA CANCIONCILLA UNIVERSAL), de Daniel Cuberta //
Espanha // 2016 // 1’
No final, todos tocam juntos. Um epílogo.
PROGRAMAS BRASILEIROS
Curadoria MOSCA 11.5 – Mostra Audiovisual de Cambuquira
NÓS PRECISAMOS OUVIR 1 – RAÍZES, TRAJETÓRIAS E DESVIOS
OBRIGATÓRIOS
FotogrÁFRICA, de Tila Chitunda // Brasil // PE // 2016 // 25’
Dona Amélia é uma angolana refugiada de guerra que recomeçou a vida em Olinda,
Nordeste do Brasil. A partir do seu mural de fotografias, a sua filha brasileira vai em
busca de suas raízes, dividida entre as memórias da família e as manifestações de
origem africana que ela encontra pelo caminho.
GALERIA PRESIDENTE, de Amanda Gutiérrez Gomes // Brasil // SP // 2016 // 20’
Galeria Presidente é o local de trabalho, o espaço de convivência e a resistência da
cultura de imigrantes africanos que residem na cidade de São Paulo.
PERIPATÉTICO, de Jéssica Queiroz // Brasil // SP // 2017 // 15’
Simone, Thiana e Michel são três jovens moradores da periferia de São Paulo. Simone
está a procura do seu primeiro emprego, Thiana tenta passar no concorrido vestibular
de medicina e Michel ainda não sabe o que fazer. Em meio às demandas do início da
fase adulta, um acontecimento histórico em Maio de 2006 na cidade de São Paulo
muda o rumo de suas vidas para sempre.
TRAVESSIA, de Safira Moreira // Brasil // RJ // 2017 // 15’
Utilizando uma linguagem poética, Travessia parte da busca pela memória fotográfica
das famílias negras e assume uma postura crítica e afirmativa diante da quase
ausência e da estigmatização da representação do negro.
NÓS PRECISAMOS OUVIR 2 – PRECISAMOS OUVIR DE OUTRAS FORMAS
OUTRAS, de Ana Julia Travia // Brasil // SP // 2017 // 22’
Vemos o cotidiano de seis mulheres de diferentes etnias e origens sociais. Escutamos
desejos, angústias, ocupações e devaneios de suas bocas e de outras. Há lugares
para aonde partir que escapem as cobranças da nossa sociedade racista e
patriarcal?
TENTEI, de Laís Melo // Brasil // PR // 2017 // 15’
A coragem foi se fazendo aos poucos conforme a angústia tomava o corpo. Em certa
manhã, Glória, 34 anos, parte em busca de um lugar para voltar a ser.
OCUPAÇÃO HOTEL CAMBRIDGE, de Andrea Mendonça // Brasil // SP // 2015 // 24’
O curta-metragem retrata o funcionamento do movimento de moradia sem teto do
Centro da cidade de São Paulo, Frente de Luta Por Moradia (FLM) por meio do
cotidiano dos moradores da Ocupação Hotel Cambridge. Responsabilidade, trabalho
duro e organização são a base da luta por moradia, possibilitando que famílias
construam um futuro fora das ruas.
PISCINA, de Leandro Goddinho // Brasil // SP // 2016 // 30’
Claudia decide investigar o passado de sua avó recém falecida. Através de uma
carta ela conhece Marlene, uma velha alemã que vive no Brasil e mantém suas
memórias dentro de uma piscina desativada. Piscina fala sobre a perseguição aos
gays durante o período nazista e as recentes conquistas dos direitos civis da
comunidade LGBTT.
DIAGRAMA DO ÚTERO, de Bianca Rêgo // Brasil // SP // 2014 // 7’
Como mulheres modernas temos uma gama de caminhos para escolhermos seguir.
Ser uma mãe e esposa com filhos para criar, uma trabalhadora do mercado de
trabalho, ou tentar conciliar todas essas funções em apenas uma: ser uma mulher em
um mundo de homens. “Diagrama do Útero” é um documentário poético constituído
de imagens de arquivo que propõe reflexões sobre nossa sociedade, sobre a própria
mulher e suas indecisões, sobre como se encaixar ou se desvencilhar desses rótulos
que nos perseguem desde o “É uma menina”, disse o doutor.
NÓS PRECISAMOS OUVIR 3 – CONTEMPORANEIDADE DURADOURA
O COMPLEXO, de Thiago Foresti // Brasil // MT // 2017 // 26’
Construído em solo sagrado indígena, o complexo hidrelétrico Teles Pires resulta em
impactos ambientais na bacia do Alto Tapajós, localizada nos estados do Pará e do
Mato Grosso. O documentário revela os vícios do licenciamento, dos estudos
ambientais e das compensações das obras mais caras do Brasil. Para prosseguir com
as construções e sob o pretexto de garantir a ordem pública, as empreiteiras acionam
um mecanismo jurídico da época do regime militar: a suspensão de segurança. A
Amazônia e o Cerrado sofrem os efeitos negativos das hidrelétricas, os movimentos
sociais e as pessoas atingidas pelas barragens são silenciados, enquanto os povos
indígenas sentem no corpo a violência do Estado quando tentam proteger suas terras.
CHICO, de Irmãos Carvalho // Brasil // RJ // 2016 // 22’
2029. Treze anos depois de um golpe de Estado no Brasil, crianças pobres, negras e
faveladas são marcadas em seu nascimento com uma tornozeleira e têm suas vidas
rastreadas por pressupor-se que elas irão, mais cedo ou mais tarde, entrar para o
crime. Chico é mais uma dessas crianças. No aniversário dele, é aprovada a lei de
ressocialização preventiva, que autoriza a prisão desses menores. O clima de festa
dará espaço a uma separação dolorosa entre Chico e sua mãe, Nazaré.
TERMINAL 3, de Marques Casara e Thomaz Pedro // Brasil // SP // 2017 // 24’
Em 2013, enquanto o país construía as grandes obras da Copa do Mundo, um grupo
de 150 homens foi resgatado em situação de trabalho escravo na construção do
Terminal 3 do aeroporto internacional de Guarulhos. Eles foram levados de vários
estados do Nordeste a São Paulo por aliciadores a serviço da multinacional OAS,
empresa de engenharia responsável pela obra. O filme conta a história desses
trabalhadores pela voz de Josenildo Cruz Nunes, que mora com a família no interior de
Pernambuco e continua viajando pelo país atrás de uma obra que construa seu maior
sonho: trabalhar com dignidade.
TORTURA TEM COR, Pedro Biava // Brasil // SP // 2016 // 22’
Em 1969, o governo brasileiro criou a Operação Bandeirante (Oban).
O objetivo era combater os grupos de esquerda contrários ao regime militar,
identificando, localizando e capturando os membros dos grupos considerados
subversivos. No período mais violento da ditadura no Brasil, a tortura foi amplamente
utilizada como arma na guerra contra a ameaça comunista. Entre os mais ativos
torturadores, estava o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou a
repressão entre 1970 e 1974.
O GOLPE EM 50 CORTES OU A CORTE EM 50 GOLPES, de Lucas Campolina // Brasil // MG
// 2017 // 9’
Tem telefone aí? – Não, não, deixei tudo no carro. O Golpe em 50 Cortes ou A Corte
em 50 Golpes é uma das histórias possíveis sobre o golpe de estado no Brasil em 2016.
O filme é composto por trechos de grampos telefônicos e presenciais envolvendo
políticos. A partir desse recorte e de um dispositivo – um contador de cortes – a
montagem procura evidenciar o que pra muitos é óbvio: Dilma caiu para que a Lava
Jato acabasse.
NÓS PRECISAMOS OUVIR 4 – CONTEXTOS RASGADOS
EM BUSCA DA TERRA SEM MALES, de Anna Azevedo // Brasil // RJ // 2017 // 15’
Na mitologia Guarani, Terra sem males é o lugar onde os índios encontram a paz. Nos
arredores da cidade do Rio de Janeiro, um grupo indígena sem terra ergue uma
pequena aldeia chamada Ka’aguy hovy Porã, Mata Verde Bonita. Ali, crianças
crescem entre as antigas tradições, como a língua Guarani, e a cultura das grandes
cidades, como o rap. Mas sempre sob a tensão de um dia surgir “os donos da terra” e
o eterno pesadelo de, outra vez, terem que sair em busca da terra sem males.
ARARA: UM FILME SOBRE UM FILME SOBREVIVENTE, de Lipe Cânedo // Brasil // MG //
2017 // 14’
Em 2012, Rodrigo Piquet, do Museu do Índio, mostra a Marcelo Zelic, do grupo Tortura
Nunca Mais, um filme que encontrara, chamado Arara. O título não se referia ao
animal, nem ao povo conhecido por esse nome. Zelic o aponta como importante
registro probatório sobre o ensino de tortura durante a ditadura militar. Eram imagens
da formatura da Guarda Rural Indígena, em Belo Horizonte, produzidas pelo
indigenista Jesco Von Puttkamer em 1970.
TORRE, de Nádia Mangolini // Brasil // SP // 2017 // 18’
Quatro irmãos, filhos de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político da
ditadura militar brasileira, relatam suas infâncias durante o regime.
ESTAMOS TODOS AQUI, de Chico Santos e Rafael Mellim // Brasil // SP // 2017 // 20’
Rosa nunca foi Lucas. Expulsa de casa, ela precisa construir seu próprio barraco. O
tempo urge enquanto um projeto de expansão do maior porto da América Latina
avança, não só sobre Rosa, mas sobre todos os moradores da Favela da Prainha.
PROGRAMAÇÃO | CCSP
20/09, QUINTA-FEIRA
20h00 | Sessão de abertura | WE NEED TO DISAGREE 1 – ILHAS E BODES EXPIATÓRIOS (E
DE REPENTE, O ÓDIO DESPONTA) / Áustria / 64’. Após a sessão, bate papo com o
curador Daniel Ebner.
21/09, SEXTA FEIRA
18h00 – NÓS PRECISAMOS OUVIR 1 – RAÍZES, TRAJETÓRIAS E DESVIOS OBRIGATÓRIOS /
Brasil / 64’.
20h00 – WE NEED TO DISAGREE 2 – A VONTADE DO POVO / Reino Unido / 67’. Após a
sessão, bate papo com o curador Daniel Ebner.
22/09, SÁBADO
15h30 | Longa na MOSCA – FEIJÃO, de Felipe Carrelli / Doc / Brasil / 2018 / 70′. Após a
sessão, bate papo com o diretor.
17h30 – NÓS PRECISAMOS OUVIR 2 – PRECISAMOS OUVIR DE OUTRAS FORMAS / Brasil /
97’.
20h00 | WE NEED TO DISAGREE 3 – O PESSOAL E O POLÍTICO / Espanha / 66’. Após a
sessão, bate papo com o curador Daniel Ebner.
23/09, DOMINGO
17h30 – NÓS PRECISAMOS OUVIR 3 – CONTEMPORANEIDADE DURADOURA / Brasil / 97’.
20h00 – NÓS PRECISAMOS OUVIR 4 – CONTEXTOS RASGADOS / Brasil / 85’.
Parceria: Spcine
Embaixada da Áustria Brasília
VIS – Festival Internacinal de Curtas-metragens de Viena
GSFF – Festival Internacional de Curtas-Metragens de Glasgow
L’Alternativa – Festival de Cinema Independente de Barcelona.
Realização: Romã Produtora Cultural
Serviço:
MOSCA 11.5 – Mostra Audiovisual de Cambuquira em São Paulo
Data: 20 a 23 de setembro de 2018
Local: CCSP – Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000.
Entrada franca
Instagram @mostramosca / Facebook.com/MostraAudiovisualdeCambuquira
www.mostramosca.com.br
I