MOSTRA GRATUITA EM SÃO PAULO REVÊ A DITADURA MILITAR NO CINEMA BRASILEIRO.

Marcando o cinquentenário do golpe que deu início aos 21 anos de ditadura no Brasil, a mostra e seminário 50 ANOS DO GOLPE: O REGIME MILITAR NO CINEMA BRASILEIRO busca apresentar os eventos e personagens marcantes desta história, reunindo filmes brasileiros sobre o assunto de diversos períodos e estilos, documentais e ficcionais, incluindo os recentes Hoje, Repare Bem, O Dia que Durou 21 Anos e Dossiê Jango, além do ainda inédito Em Busca de Iara, em sessão de pré-estreia no dia 26 de março, às 19h. A programação, que ocupa a tradicional sala do CINUSP no Favo 4 da Colmeia, a sala Carlos Reichenbach do Centro Universitário Maria Antônia e também o auditório do edifício da Procuradoria Regional da República da 3ª Região do Ministério Público Federal, inclui ainda sessões seguidas de debates com realizadores e personagens dos filmes, pesquisadores, historiadores e ativistas, como Lúcio de Castro, Plínio de Arruda Sampaio, Ivan Seixas, Igor Fuser e Carlos Gianazzi, dentre muitos outros. Promovida pelo CINUSP Paulo Emílio em parceria com o grupo de pesquisa Conflitos Armados, Massacres e Genocídios na Era Contemporânea, da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, com a Comissão da Verdade Marcos Lindenberg e com a Procuradoria Regional da República da 3ª Região, do Ministério Público Federal, o evento conta com a curadoria do professor Rodrigo Medina Zagni, doutor em Práticas Políticas e Relações Internacionais pelo PROLAM/USP e coordenador do grupo de pesquisa Conflitos Armados, Massacres e Genocídios na Era Contemporânea, e de Marlon Alberto Weichert, Procurador Regional da República e coordenador do grupo de trabalho Memória e Verdade da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal.

O golpe civil-militar desfechado em 1º de abril de 1964 inaugurou um dos períodos mais violentos da história do Brasil. Longos vinte e um anos se passariam até que as instituições políticas brasileiras fossem redemocratizadas, ainda assim tendo que amargar a derrota do movimento pelas diretas e o dissabor da anistia dada aos responsáveis pelo fenômeno do terrorismo de Estado contra o qual se mobilizaram intelectuais, artistas, ligas camponesas, o movimento operário, o movimento estudantil, a guerrilha urbana e tantos outros atores sociais

Advindas desse período, permanências históricas desvelam-se incrustadas nas mentalidades, na cultura, nas instituições e práticas políticas brasileiras, feridas ainda abertas como a inconclusão da luta pelo direito à memória, à verdade e à justiça, a reivindicação pela abertura dos arquivos da ditadura militar, a busca pelos desaparecidos, os traumas no corpo e na alma daqueles que sobreviveram, as perdas irreparáveis dos que tombaram, a violência policial, a vigência ainda hoje de práticas de tortura levadas a cabo por agentes do Estado, a reinvenção dos esquadrões da morte, a criminalização de movimentos sociais dentre tantos outros malefícios petrificados em forma de tradição.

A mostra 50 ANOS DO GOLPE: O REGIME MILITAR NO CINEMA BRASILEIRO se propõe a mapear esses processos a partir de produções fílmicas realizadas entre o início dos anos 1970 e o presente, de linguagem dramatizada ou documental, passando em revista temas fulcrais como: os antecedentes do golpe; os movimentos de luta armada na forma das ligas camponesas e da guerrilha urbana; os movimentos organizados de luta política, como o movimento operário, o movimento estudantil e a oposição crítica de artistas e intelectuais; a montagem e atuação do aparelho de censura e a reação da imprensa; a Operação Condor, que inscreveu a ditadura militar brasileira no complexo jogo da política externa dos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria e na vigência de estratégias de contenção ao avanço do comunismo soviético; as práticas de tortura; a atuação dos esquadrões da morte; o exílio e a saudade de casa; e, por fim, as biografias marcadas por todos esses processos concatenados, como aquelas de João Goulart, Carlos Lamarca, Carlos Marighella e Vladimir Herzog, dentre outros.
Tal esforço se mostra importante não só por inserir as instituições envolvidas nesse projeto no cenário dos eventos que marcam a rememoração dessa data, mas também por fazer coro a setores da sociedade brasileira que têm intensificado os clamores para revisitarmos os vinte e um anos de governo autoritário no país com um olhar crítico. Enquanto a Comissão da Verdade instalada pelo Governo Federal vem caminhando para encerrar os seus trabalhos, após dois anos de pesquisas e investigações que buscam elucidar alguns aspectos obscuros da ditadura, movimentos sociais e grupos organizados fazem intervenções artísticas em diversas cidades, renomeando praças, ruas, avenidas e pontes com os nomes de desaparecidos e mortos pela repressão no lugar dos nomes de militares, policiais e civis apoiadores do aparato sociopolítico que cerceou a liberdade e a democracia no Brasil.
Um dos objetivos deste evento é destacar que, muito embora os presidentes do período entre 1964 e 1985 tenham sido militares, o movimento político que derrubou João Goulart em 1º de abril de 1964 não foi gestado apenas na caserna: contou também com o apoio amplo de diversos setores da sociedade civil, bem como teve início em uma ação parlamentar. Longe de criar uma dicotomia entre o “bem”, civil, e o “mal”, militar, lembrar que o período autoritário contou com o suporte das elites nacionais, assim como de setores das classes médias e populares, é alertar para o fato de que a ruptura da democracia é causada, muitas vezes, por aqueles que alegam lutar em sua defesa. Não por acaso, alguns setores das Forças Armadas e da sociedade ainda denominam o golpe de 1964 como “revolução democrática”, que teria impedido a tomada do Estado pelo comunismo e o alinhamento do país com o bloco socialista.

Essa ressalva é importante, pois é esse entendimento que orienta a mostra de filmes e o ciclo de debates que agora se apresentam: pensar o Golpe para além de maniqueísmos e clichês reproduzidos à exaustão. As produções fílmicas aqui selecionadas têm como fio condutor a tarefa de expor a complexidade desse acontecimento histórico, mostrando suas variadas facetas e, por fim, ressaltando que a fronteira entre “perpetradores”, “vítimas” e “espectadores” em casos de atentados contra os Direitos Humanos não é tão sólida quanto acreditamos. Em suma, espera-se que esse evento permita ao público olhar para o período de governo autoritário vivido pelo Brasil entre 1964 e 1985, sobretudo em um ano de rememoração de suas causas e consequências, como um exercício de fundamental importância para a manutenção da democracia que reerguemos após estes vinte e um anos, à custa de centenas de vidas perdidas, destruídas e findadas.

PROGRAMAÇÃO:

26/03 | quarta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
19h00 PRÉ-ESTREIA | EM BUSCA DE IARA | (foto)DEBATE COM FLAVIO FREDERICO

28/03 | sexta
MARIA ANTÔNIA
20h00 CIDADÃO BOILESEN

29/03 | sábado
MARIA ANTÔNIA
16h00 DOSSIÊ JANGO | DEBATE COM RAPHAEL MARTINELLI | TEMA: ANTECEDENTES DO GOLPE
20h00 HOJE

30/03 | domingo
MARIA ANTÔNIA
18h00 MEMÓRIAS DO CHUMBO: O FUTEBOL NOS TEMPOS DO CONDOR – URUGUAI + ARGENTINA
20h00 MEMÓRIAS DO CHUMBO: O FUTEBOL NOS TEMPOS DO CONDOR – BRASIL + CHILE

31/03 | segunda
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 VLADO: 30 ANOS DEPOIS
19h00 LAMARCA
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
17h00 VERDADE 12.528 | O FIM DO ESQUECIMENTO

01/04 | terça
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 QUE BOM TE VER VIVA
19h00 MARIGHELLA | DEBATE COM MILTON PINHEIRO | TEMA: GUERRILHA URBANA

02/04 | quarta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 QUASE DOIS IRMÃOS
19h00 A MEMÓRIA QUE ME CONTAM
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
17h00 O DIA QUE DUROU 21 ANOS | DEBATE COM FLÁVIO TAVARES E MARLON WEICHERT | TEMA: OPERAÇÃO CONDOR

03/04 | quinta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL
19h00 O APITO DA PANELA DE PRESSÃO | A EXPERIÊNCIA CRUSPIANA | DEBATE COM MARCOLÂNDIO GURGEL PRAXEDES | TEMA: MOVIMENTO ESTUDANTIL

04/04 | sexta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 CABRA-CEGA
19h00 O DIA QUE DUROU 21 ANOS
MARIA ANTÔNIA
20h00 QUASE DOIS IRMÃOS
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11h00 MEMÓRIAS DO CHUMBO: O FUTEBOL NOS TEMPOS DO CONDOR – BRASIL + CHILE | DEBATE COM LÚCIO DE CASTRO LIRA ALLI | TEMA: FUTEBOL E DITADURA
17h00 MEMÓRIAS DO CHUMBO: O FUTEBOL NOS TEMPOS DO CONDOR – URUGUAI + ARGENTINA

05/04 | sábado
MARIA ANTÔNIA
16h00 MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL | DEBATE COM CARLOS GIANNAZI | TEMA: MOVIMENTO ESTUDANTIL
20h00 A MEMÓRIA QUE ME CONTAM

06/04 | domingo
MARIA ANTÔNIA
17h00 O APITO DA PANELA DE PRESSÃO | A EXPERIÊNCIA CRUSPIANA
18h00 ELES NÃO USAM BLACK-TIE
20h00 QUE BOM TE VER VIVA

07/04 | segunda
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 ZUZU ANGEL
19h00 O PROFETA DAS ÁGUAS
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
17h00 CABRA MARCADO PARA MORRER

08/04 | terça
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 LAMARCA
19h00 VLADO: 30 ANOS DEPOIS | DEBATE COM IGOR FUSER E DANIEL CAMPOS DE CARVALHO | TEMA: CENSURA E IMPRENSA

09/04 | quarta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 HÉRCULES 56 | VOCÊ TAMBÉM PODE DAR UM PRESUNTO LEGAL
19h00 DOSSIÊ JANGO
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
17h00 REPARE BEM | DEBATE COM DENISE CRISPIM E PEDRO BARBOSA PEREIRA NETO | TEMA: VERDADE E MEMÓRIA

10/04 | quinta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 CABRA-CEGA
19h00 CIDADÃO BOILESEN | DEBATE COM IVAN SEIXAS | TEMA: TORTURA

11/04 | sexta
CIDADE UNIVERSITÁRIA
16h00 O PROFETA DAS ÁGUAS
19h00 VERDADE 12.528 | O FIM DO ESQUECIMENTO
MARIA ANTÔNIA
20h00 MARIGHELLA
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11h00 ELES NÃO USAM BLACK-TIE | DEBATE COM LUCIANO CASTRO LIMA E GUSTAVO SEFERIAN | TEMA: MOVIMENTO OPERÁRIO
17h00 HOJE

12/04 | sábado
MARIA ANTÔNIA
16h00 CABRA MARCADO PARA MORRER | DEBATE COM PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO | TEMA: LIGAS CAMPONESAS
20h00 REPARE BEM

13/04 | domingo
MARIA ANTÔNIA
17h00 HÉRCULES 56 | VOCÊ TAMBÉM PODE DAR UM PRESUNTO LEGAL
20h00 ZUZU ANGEL

FILMES:

O Apito da Panela de Pressão
Brasil, 1977, cor, digital, 25’
direção: anônima
sinopse: Produzido pelo DCE Livre da USP e pelo DCE Livre da PUC no conturbado ano de 1977, o filme documenta o ressurgimento do movimento estudantil em São Paulo, apresentando imagens raras da passeata estudantil realizada no Viaduto do Chá naquele ano: a primeira concentração política aberta feita por estudantes fora dos campi universitários. Quando de seu lançamento, o filme foi censurado e teve inúmeras cópias apreendidas pela Polícia Federal, além de sessões públicas canceladas. Apesar disso, fomentou a organização dos estudantes na luta política contra o regime ditatorial civil-militar brasileiro, em vários estados.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 03.04 ter 19h00 | sessão seguida de debate
mariantônia: 06.04 dom 17h00

Cabra Marcado Para Morrer
Brasil, 1984, p&b/cor, digital, 119’
direção: Eduardo Coutinho
sinopse: Mais aclamado trabalho de Eduardo Coutinho (1933-2014), esse clássico do cinema brasileiro é resultado de um trabalho iniciado em 1964 e concluído apenas em 1981. Às vésperas do Golpe, o cineasta rodava na Paraíba um longa-metragem de ficção sobre o líder camponês João Pedro Teixeira, reconstituindo a ação política que levara ao seu assassinato. Com a instauração do governo militar, as filmagens foram interrompidas e o material já filmado, apreendido pelo exército brasileiro. Dezessete anos depois, o diretor retomou o projeto e procurou os participantes do filme interrompido, transformando-o em um documentário sobre a repressão e sobre a história de cada um deles, que, revendo as imagens do passado, elaboram para a câmera os sentidos de suas experiências.
classificação indicativa: 12 anos
procuradoria: 07.04 seg 17h00
mariantônia: 12.04 sáb 16h00 | sessão seguida de debate

Cabra-Cega
Brasil, 2004, cor, 35mm, 107’
direção: Toni Venturi
elenco: Leonardo Medeiros, Debora Duboc, Jonas Bloch, Michel Bercovitch, Walter Breda, Renato Borghi, Milhem Cortaz
sinopse: Em São Paulo, em setembro de 1971, durante os “anos de chumbo” da ditadura no Brasil, as organizações clandestinas de combate ao Regime estão debilitadas e discutem o abandono da luta armada. Nesse contexto, o comandante de um “grupo de ação”, após ser ferido à bala em uma emboscada da polícia, refugia-se no apartamento de um arquiteto simpatizante do movimento, onde permanece escondido, recebendo os cuidados de uma enfermeira. Do lado de fora, o cerco da repressão se fecha inexoravelmente, enquanto a tensão aumenta no exíguo espaço do esconderijo.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 04.04 sex 16h00 | 10.04 qui 16h00

Cidadão Boilesen
Brasil, 2009, cor/p&b, digital, 92’
direção: Chaim Litewski
sinopse: Documentário biográfico sobre Henning Albert Boilesen, presidente do grupo Ultra, da Ultragaz, assassinado pela guerrilha em 1971. Nascido na Dinamarca, Boilesen veio para o Brasil aos vinte e dois anos de idade, onde se naturalizou. Entre depoimentos de pessoas que vão de familiares a militantes rivais, no Brasil e na Dinamarca, além de imagens e textos de arquivo, o filme esboça um perfil deste poderoso empresário e suscita debates acerca de um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no Brasil: o financiamento por grandes empresários da repressão violenta do Estado à luta armada. O filme expõe as ligações de Boilesen com a ditadura, sua participação na criação da temível Operação Bandeirante e acusações de que ele teria assistido voluntariamente a diversas sessões de tortura.
classificação indicativa: 12 anos
cinusp: 10.04 qui 19h00 | sessão seguida de debate
mariantônia: 28.03 sex 20h00

O Dia que Durou 21 Anos
Brasil, 2012, cor/p&b, digital, 77’
direção: Camilo Tavares
sinopse: Documentário que aborda uma dimensão até então pouco explorada pela filmografia sobre o período da ditadura civil-militar brasileira: a participação do governo dos Estados Unidos não apenas na perpetração do Golpe e na condução da Operação Brother Sam, como também no fomento do regime que duraria longos e violentos vinte e um anos. O filme expõe documentos e gravações até então mantidos sigilosos, revelando a ativa participação dos serviços de inteligência, como a CIA, além da própria Casa Branca e do serviço diplomático norte-americano. Essas informações que vêm à tona implicam diretamente os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson como sabotadores do governo de João Goulart.
classificação indicativa: 12 anos
cinusp: 04.04 sex 19h00
procuradoria: 02.04 qua 17h00 | sessão seguida de debate

Dossiê Jango
Brasil, 2012, cor/p&b, digital, 102’
direção: Paulo Henrique Fontenelle
sinopse: Fruto de três anos de pesquisas sobre a vida e a morte de João Goulart, este documentário é uma biografia política do ex-presidente, eleito em 1964 e deposto pelo golpe civil-militar. Além de desenhar um panorama dos antecedentes do Golpe, o filme aborda o conturbado período em que Jango esteve no exílio e as obscuras circunstâncias de sua morte. Incluindo informações inéditas recolhidas no Uruguai, o filme se insere no debate sobre a necessidade de investigação e esclarecimento público de fatos relativos ao período de ditaduras na América Latina.
classificação indicativa: 12 anos
cinusp: 09.04 qua 19h00
mariantônia: 29.03 sáb 16h00 | sessão seguida de debate

Eles Não Usam Black-Tie
Brasil, 1981, cor, digital, 123’
direção: Leon Hirzman
elenco: Carlos Alberto Ricelli, Gianfrancesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Bete Mendes, Lélia Abramo, Milton Gonçalves
sinopse: Baseado na peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, o filme conta a história de um conflito familiar desencadeado em um contexto de luta social. Um jovem operário, quando descobre que sua namorada está grávida, decide se casar, apesar de passar por grandes dificuldades financeiras. Em meio a isso, eclode uma greve na fábrica onde trabalha. Seu pai, líder sindical veterano que trabalha na mesma empresa, adere à greve, participa de piquetes, entra em choque com a polícia e é preso. Contrário aos valores de classe do pai, o jovem opta por furar a greve, entrando em conflito com a família. Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza.
classificação indicativa: 14 anos
procuradoria: 11.04 sex 11h00
mariantônia: 06.04 dom 18h00

Em Busca de Iara PRÉ-ESTREIA
Brasil, 2013, cor, digital, 91’
direção: Flavio Frederico
sinopse: Por iniciativa de sua sobrinha Mariana, Iara Ivelberg é a personagem que tem sua memória resgatada neste documentário. Uma bela jovem de família abastada, Iara ingressou em 1963 no Instituto de Psicologia, que era então parte integrante da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, na rua Maria Antônia. Ali, ela tomou contato com a política e envolveu-se com intelectuais e artistas. Após o Golpe, no ano seguinte, Iara começou a conduzir uma vida na clandestinidade. Foi companheira de Carlos Lamarca e teve grande influência sobre ele, razão para que ela se tornasse uma cobiçada prisioneira do regime militar. Sua morte em 1971 foi declarada oficialmente como suicídio, o que a família sempre questionou. Mariana, que à época não tinha nascido, começou em 2006 um processo de busca e reconstituição da vida de sua tia, tão presente no seu imaginário desde criança. O filme ganhou Menção Honrosa na Competição Oficial de Longas-metragens do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade em 2013 e estreia comercialmente no circuito cinematográfico paulistano no dia 27 de fevereiro.
classificação indicativa: 12 anos
cinusp: 26.03 qua 19h00 | sessão seguida de debate com o realizador

A Experiência Cruspiana
Brasil, 1986, cor, digital, 27’
direção: Nelson Couto
sinopse: Com fotografias, imagens de arquivo e entrevistas, este raro documentário realizado durante o início do processo de abertura política no Brasil narra a história do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo. A história começa com a ocupação de prédios da Universidade por estudantes em luta por moradia. A intensa vivência política no CRUSP durante as décadas de 1960 e 70 fez do complexo um importante foco de resistência ao Regime e alvo de truculenta repressão. O filme também retrata experiências comunitárias diversas nos anos 1980 e contém relatos do então estudante José Dirceu. O documentário recebeu o Prêmio Estímulo da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 03.04 qui 19h00 | sessão seguida de debate
mariantônia: 06.04 dom 17h00

O Fim do Esquecimento
Brasil, 2012, cor/p&b, digital, 52’
direção: Renato Tapajós
sinopse: Com depoimentos de personagens que participaram do Tribunal de Tiradentes e combatentes na luta pelos Direitos Humanos, este documentário retoma a questão da Doutrina de Segurança Nacional, depois de três décadas. São trazidos à tona os resquícios dessa doutrina no Brasil dos dias atuais e as tentativas das classes dominantes de acobertar os militares após sua saída do poder e promover o esquecimento dos crimes da ditadura. O filme complementa outro documentário realizado pelo mesmo diretor quase trinta anos antes: Em Nome da Segurança Nacional, de 1984.
classificação indicativa: 12 anos
cinusp: 11.04 sex 19h00
procuradoria: 31.03 seg 17h00

Hércules 56
Brasil, 2006, cor/p&b, digital, 93’
direção: Silvio Da-Rin
sinopse: Em 1969, num momento de auge da repressão pela ditadura civil-militar, o embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, foi sequestrado por organizações de resistência armada. Em troca dele, foi exigida a libertação de quinze presos políticos e a divulgação de um manifesto revolucionário. Em represália, eles foram banidos do território nacional e levados ao México no avião Hércules 56. Este documentário recolhe os depoimentos de pessoas envolvidas nessa ação, discutindo as implicações da luta armada contra o regime militar.
classificação indicativa: livre
cinusp: 09.04 qua 16h00
mariantônia: 13.04 dom 16h00

Hoje
Brasil, 2011, cor, digital, 87’
direção: Tata Amaral
elenco: Denise Fraga, César Trancoso, João Baldasserini, Cláudia Assunção, Lorena Lobato
sinopse: Com a oficialização da morte do marido, até então dado como desaparecido político, vítima da ditadura militar, uma ex-militante pode finalmente ser reconhecida como viúva. Usando o dinheiro da indenização que recebeu do Estado, ela compra um sonhado apartamento no centro de São Paulo. Mas essa mudança atrai uma visita inesperada que pode comprometer sua situação. Baseado no romance Prova Contrária, de Fernando Bonassi. Vencedor de oito prêmios Candango no Festival de Brasília, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro.
classificação indicativa: 12 anos
procuradoria: 11.04 sex 17h00
mariantônia: 29.03 sáb 20h00

Lamarca
Brasil, 1994, cor, digital, 130’
direção: Sergio Rezende
elenco: Paulo Betti, Carla Camurati, Roberto Bomtempo, Nelson Dantas, José de Abreu, Selton Mello
sinopse: Drama biográfico sobre o ex-capitão do exército brasileiro e guerrilheiro Carlos Lamarca, centrado em seus dois últimos anos de vida. Em 1969, numa opção radical pela revolução, Lamarca decide mandar mulher e filhos para Cuba e desertar do Exército. Vivendo na clandestinidade, ele comanda assaltos e protestos. Participa da operação que resultou no sequestro do embaixador da Suíça, cuja liberação foi trocada por trinta militantes presos. Sofre intensa perseguição por parte do delegado Flores, personagem cujo nome faz referência a Sérgio Fleury. Do mesmo diretor de Zuzu Angel, também selecionado para esta mostra
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 31.03 seg 19h00 | 08.04 ter 16h00

Marighella
Brasil, 2012, cor/p&b, digital, 100’
direção: Isa Grinspum Ferraz
sinopse: Documentário biográfico sobre Carlos Marighella, líder comunista e parlamentar que atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre os anos 1930 e 1969 e foi considerado o inimigo número 1 da ditadura civil-militar brasileira. Autor do célebre Manual do Guerrilheiro Urbano, que inspirou movimentos de insurgência política em vários países, Marighella foi caçado, preso, torturado e morto em nome dos ideais que defendeu. Dirigido por sua sobrinha, o filme reconstitui elementos da vida política e afetiva deste baiano que dedicou a vida a transformar o Brasil. O filme conta com narração do ator Lázaro Ramos e depoimentos inéditos de Oscar Niemeyer e do ex-presidente Lula.
classificação indicativa: 10 anos
cinusp: 01.04 ter 19h00 | sessão seguida de debate
mariantônia: 11.04 sex 20h00

Memória do Movimento Estudantil
Brasil, 2007, cor, digital, 103’
direção: Silvio Tendler
sinopse: Documentário que faz parte do projeto Memória do Movimento Estudantil, que tem por objetivo resgatar e divulgar a história da militância estudantil brasileira, criado a partir da junção de dois médias-metragens sobre o assunto do diretor Silvio Tendler: Ou Ficar a Pátria Livre ou Morrer pelo Brasil e O Afeto Que Se Encerra Em Nosso Peito Juvenil. A partir do registro de mais de cem depoimentos de militantes do movimento e de imagens de arquivo, são revistos momentos dramáticos da história do Brasil.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 03.04 qui 16h00
mariantônia: 05.04 sáb 16h00 | sessão seguida de debate

A Memória que Me Contam
Brasil/Argentina, 2012, cor, digital, 95’
direção: Lúcia Murat
elenco: Simone Spoladore, Irene Ravache, Franco Nero
sinopse: Um grupo de amigos que participaram da resistência à ditadura civil-militar brasileira, acompanhados de seus filhos, enfrenta o conflito com o passado no momento em que uma jovem companheira de lutas está prestes a morrer. Dentre essas pessoas reunidas na sala de espera de um hospital, está uma diretora de cinema, que se sente desnorteada ante a iminente morte de sua amiga ex-guerrilheira. Numa visita às memórias da luta, a cineasta terá de lidar com questões que lhe são caras e com a inesperada prisão de seu marido. Da mesma diretora de Que Bom Te Ver Viva e Quase Dois Irmãos, ambos também selecionados para esta mostra.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 02.04 qua 19h00
mariantônia: 05.04 sáb 20h00

Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor – Brasil + Chile
Brasil, 2013, cor, digital, 104’
direção: Lúcio de Castro
sinopse: Produzida para o canal de televisão a cabo ESPN Brasil, a minissérie documental Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor aborda as relações entre o futebol e as ditaduras militares do continente sul-americano nas décadas de 1960, 70 e 80. Fruto de intensa investigação em arquivos nacionais, a minissérie busca demonstrar como a Operação Condor, criada para exterminar a oposição de esquerda aos regimes militares, teve influência até mesmo sobre o futebol das nações envolvidas. Cada um dos quatro episódios da minissérie, que conquistou em 2013 o Prêmio Gabriel García Marquez, na Colômbia, aborda a questão no contexto de um país específico: Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Nesta sessão, estão reunidos os episódios sobre o Chile e sobre o Brasil – no qual, dentre outras surpreendentes revelações, é mostrada a participação de um grande jogador brasileiro nos esquemas formados pela ditadura.
classificação indicativa: 14 anos
procuradoria: 04.04 sex 11h00 | sessão seguida de debate
mariantônia: 30.03 dom 20h00

Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor – Uruguai + Argentina
Brasil, 2013, cor, digital, 104’
direção: Lúcio de Castro
sinopse: Produzida para o canal de televisão a cabo ESPN Brasil e vencedora do Prêmio Gabriel García Marquez, na Colômbia, a minissérie documental Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor aborda as relações entre o futebol e as ditaduras militares do continente sul-americano nas décadas de 1960, 70 e 80. Nesta sessão, estão reunidos os episódios sobre a Argentina e o Uruguai.
classificação indicativa: 14 anos
procuradoria: 04.04 sex 11h00
mariantônia: 30.03 dom 18h00

O Profeta das Águas
Brasil, 2005, cor, digital, 83’
direção: Leopoldo Nunes
sinopse: Documentário que resgata a biografia de Aparecido Galdino Jacintho, conhecido como “Profeta das Águas”. Um religioso que, em plena ditadura, liderou um exército de salvação para proteger o rio Paraná da construção da hidrelétrica de Ilha Solteira, o personagem foi acompanhado pelo diretor do filme de 1986 até 2005. Em 1970, na fronteira de São Paulo com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, ele pregava paz e justiça aos fiéis e queria impedir que a população local fosse expulsa de suas terras. Jacintho e seus seguidores foram reprimidos pelas forças militares, que o deixaram a cargo do temido delegado Fleury. Após ser preso e torturado no DOPS e no DOI-CODI, Galdino, que não registrava nenhum distúrbio psiquiátrico, foi internado no hospital psiquiátrico de Franco da Rocha, sendo o único preso político, até onde se sabe, a ter amargado tal destino.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 07.04 seg 19h00 | 11.04 sex 16h00

Quase Dois Irmãos
Brasil/Chile/França, 2004, cor, digital, 102’
direção: Lúcia Murat
elenco: Caco Ciocler, Flavio Bauraqui, Werner Schünemann, Antônio Pompêo, Maria Flor, Fernando Alves Pinto
sinopse: Drama histórico sobre a relação entre dois prisioneiros, um criminoso comum e um preso político, que se tornam amigos durante o cárcere no presídio de Ilha Grande, ao longo da década de 1970. Naquele momento, a recém-implementada Lei de Segurança Nacional esvaziava o caráter político da ação de militantes de esquerda e os encarcerava junto a prisioneiros comuns. Dentro da cadeia, há conflitos entre os presos políticos e os presos comuns, o que acaba levando à construção de um muro para separá-los. A disputa também provoca o aparecimento do Comando Vermelho, que mais tarde passaria a dominar o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Ao expor de forma dramatizada essa situação, o filme dá conta de relacionar o contexto da ditadura civil-militar a temas mais amplos ligados ao racismo, à miséria, à exclusão social e à criminalidade urbana no Brasil. Da mesma diretora de Que Bom Te Ver Viva e A Memória Que Me Contam, ambos também em exibição nesta mostra.
classificação indicativa: 18 anos
cinusp: 02.04 qua 16h00
mariantônia: 04.04 sex 20h00

Que Bom Te Ver Viva
Brasil, 1989, cor, digital, 100’
direção: Lúcia Murat
elenco: Irene Ravache
sinopse: Híbrido de ficção e documentário, este longa-metragem mistura os delírios solitários de uma personagem anônima a depoimentos de oito ex-presas políticas que passaram por situações de tortura durante os anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira. Optando por utilizar diferentes registros para as situações de ficção e documentário, a diretora expõe aqui as consequências para as vidas dessas mulheres de terem sobrevivido lúcidas à traumatizante experiência do encarceramento e da tortura. Da mesma diretora de A Memória Que Me Contam e Quase Dois Irmãos, ambos também selecionados para esta mostra, o filme conquistou os prêmios Candango de Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Montagem no Festival de Brasília.
classificação indicativa: 16 anos
cinusp: 01.04 ter 16h00
mariantônia: 06.04 dom 20h00

Repare Bem
Brasil, 2012, cor, digital, 95’
direção: Maria de Medeiros
sinopse: Documentário que narra as trajetórias de três gerações de mulheres marcadas pela perseguição das ditaduras militares no Brasil e no Chile. Denise Crispim, filha de pais militantes, envolve-se com o guerrilheiro Eduardo Leite, conhecido como Bacuri. O regime empenha-se em perseguir toda a família de Denise. Seu irmão é assassinado. Sua mãe, cujos relatos escritos são recolhidos e narrados, é presa. Bacuri é torturado durante mais de três meses e depois assassinado. Com o nascimento da filha Eduarda, Denise consegue asilo político no Chile, mas precisa mudar-se com a filha para a Itália depois do golpe de Pinochet. Vivendo ambas entre Itália e Holanda ao longo de suas vidas, mãe e filha contam sua história pela primeira vez neste filme dirigido pela consagrada atriz portuguesa Maria de Medeiros.
classificação indicativa: 10 anos
procuradoria: 09.04 qua 17h00 | sessão seguida de debate
mariantônia: 12.04 sáb 20h00

Verdade 12.528
Brasil, 2013, cor, digital, 55’
direção: Paula Sachetta e Peu Pobles
sinopse: Passados quase trinta anos do fim da ditadura civil-militar brasileira, ainda restam muitas dúvidas e mistérios sobre os mortos e desaparecidos políticos do regime. Batizado com uma referência ao número da lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, em 2011, e a instituiu em maio de 2012, este filme documenta esse anseio por respostas e dá voz àqueles que lutaram pela Anistia. São registradas expectativas e cobranças da sociedade em relação ao trabalho que deve ser desempenhado pela Comissão, o que precisa ser descoberto e esclarecido. Na busca pela construção da memória do país, são questionados resquícios daquele período nos dias de hoje. Realizado a partir da arrecadação de financiamento coletivo, o filme foi lançado em outubro de 2013 na 37ª Mostra Internacional de São Paulo e conta com depoimentos de nomes como Clarice Herzog, Ivan Seixas, Maria Rita Kehl, Marcelo Rubens Paiva, José Miguel Wisnik, Laura Petit, Bernardo Kucinski, Franklin Martins e Marlon Weichert, entre outros.
classificação indicativa: 16 anos
cinusp: 11.04 sex 19h00
procuradoria: 31.03 seg 17h00

Vlado: 30 Anos Depois
Brasil, 2005, cor/p&b, digital, 85’
direção: João Batista de Andrade
sinopse: Documentário sobre a vida e morte do emblemático jornalista Vladimir Herzog. Nos anos finais do regime ditatorial civil-militar brasileiro, políticos de tendência mais liberal ocuparam cargos expressivos na Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, possibilitando que a TV Cultura voltasse a conduzir um jornalismo menos comprometido com a ditadura. O resultado da mudança: em outubro de 1975, o então diretor de jornalismo da emissora, Vladimir Herzog, é chamado para apresentar-se no DOI-CODI na cidade de São Paulo, onde foi torturado e morto – embora as fontes oficiais tenham tratado sua morte como um suicídio na prisão, “comprovado” pela famosa foto, forjada pelas autoridades, do jornalista enforcado em sua cela. O filme conta com depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate e Mino Carta, entre outros.
classificação indicativa: 16 anos
cinusp: 31.03 seg 19h00 | 08.04 ter 19h00 | sessão seguida de debate

Você Também Pode Dar Um Presunto Legal
Brasil, 2006, p&b, digital, 39’
direção: Sérgio Muniz
sinopse: Produzido em um ano de intensa repressão por parte do regime militar brasileiro, este documentário aborda em tom de denúncia a atuação dos esquadrões da morte e os crimes praticados pelo Delegado de Polícia Sérgio Fleury, que atuou no DOPS de São Paulo e notabilizou-se como um dos mais atuantes agentes da repressão. Realizado em 1971, o filme permaneceu inacabado e inédito até 2006, quando foi recuperado pelo seu diretor. Neste retrato produzido no calor dos acontecimentos, a atuação do Esquadrão da Morte de São Paulo é vista como um ensaio para a repressão política que veio a seguir, baseada na tortura e no extermínio.
classificação indicativa: 16 anos
cinusp: 09.04 qua 16h00
mariantônia: 13.04 dom 16h00

Zuzu Angel
Brasil, 2006, cor, digital, 104’
direção: Sergio Rezende
elenco: Patricia Pillar, Daniel de Oliveira, Leandra Leal, Alexandre Borges, Luana Piovani, Regiane Alves, Paulo Betti
sinopse: Drama biográfico sobre a empresária e estilista brasileira Zuzu Angel, que vivia a ascensão de sua carreira nos anos 1960 ao mesmo tempo em que seu filho, Stuart, ingressava na luta armada contra a ditadura civil-militar. Quando descobre que seu filho fora torturado até a morte após ser preso pela polícia, ela inicia uma árdua e arriscada luta pela busca do corpo de Stuart, enfrentando o descaso e a má-fé das autoridades, que parecem determinadas em não lhe oferecer explicações. Zuzu morreria em 14 de abril de 1976, em um acidente de carro cujas causas seguem sendo um mistério. Do mesmo diretor de Lamarca, também em exibição nesta mostra, o filme conta com participação especial do ator Paulo Betti, reprisando aqui o papel que desempenhou naquela produção.
classificação indicativa: 14 anos
cinusp: 07.04 seg 16h00
mariantônia: 13.04 dom 20h00

DEBATEDORES:

CARLOS GIANNAZI é diretor de escola pública, com mestrado em Educação e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Estudou a atuação do movimento estudantil durante a ditadura civil-militar brasileira, foi vereador da cidade de São Paulo em duas legislaturas e cumpre seu segundo mandato parlamentar, como deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

DANIEL CAMPOS DE CARVALHO é Doutor e Mestre em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade Federal de São Paulo. Foi Sylff Mobility Program Fellow no Institut Universitaire de Hautes Études Internationales de Genève, bolsista do The Ryoichi Sasakawa Young Leaders Fellowship Fund e pesquisador GV-Law da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

DENISE CRISPIM foi militante política na época da ditadura civil-militar brasileira e é personagem central do documentário Repare Bem, de Maria de Medeiros, em exibição nesta mostra.

FLAVIO FREDERICO é cineasta. Estudou Arquitetura e Cinema na Universidade de São Paulo e dirigiu documentários como Urbania, Caparaó (vencedor da competição brasileira do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade) e Em Busca de Iara (em exibição nesta mostra), e do longa-metragem ficcional Boca, vencedor de prêmios no festival Cine PE e no Festival do Rio.

FLÁVIO TAVARES é jornalista. Militante na época da ditadura civil-militar, foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick e é pai do cineasta Camilo Tavares.

IGOR FUSER é professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Doutor em Ciência Política pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação Santiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) e graduado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Reuter Fellow pelo Green College da University of Oxford, é também colaborador e membro do Conselho Editorial dos jornais Brasil de Fato e Le Monde Diplomatique Brasil.

IVAN SEIXAS é presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE) e coordenador da Comissão da Verdade Rubens Paiva. Foi prisioneiro político durante a ditadura civil-militar brasileira e atuou no Movimento Revolucionário Tiradentes.

LIRA ALLI é ativista do Levante Popular da Juventude.

LUCIANO CASTRO LIMA foi preso político da ditadura civil-militar brasileira e participou do movimento estudantil de 1968 a 70. Integrou o movimento Escola Operária, formado na USP e responsável pela criação de doze centros de educação para operários.

LÚCIO DE CASTRO é repórter e comentarista dos canais de televisão a cabo da ESPN Brasil. Dirigiu e produziu a minissérie documental Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor, em exibição nesta mostra.

MARCOLÂNDIO GURGEL PRAXEDES é professor de História da rede municipal de ensino médio e fundamental. Integrou, nos anos 1980, a banda de punk rock paulistana Excomungados e participou da elaboração do curta-metragem documental A Experiência Cruspiana, em exibição nesta mostra, do processo de ocupação do CRUSP pelos estudantes e de sua desocupação forçada por parte do governo militar.

MARLON WEICHERT é Procurador Regional da República e coordenador do grupo de trabalho Memória e Verdade da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal.

MILTON PINHEIRO é Mestre em Educação e Pesquisa pela Université du Québec à Chicoutimi e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é doutorando em Ciência Política pela PUC-SP e professor da UNEB. Coordena o CEMARX/UNEB e integra o Instituto Caio Prado Júnior. Coorganizador do livro Escritos de Marighella no PCB.

PEDRO BARBOSA PEREIRA NETO é Procurador-Chefe da Procuradoria Regional da República da 3ª Região, do Ministério Público Federal.

PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO é Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Exilado ao tempo da ditadura civil-militar brasileira, militou na Juventude Universitária Católica, da qual foi presidente, e na Ação Popular, organização de esquerda surgida a partir dos movimentos leigos da Ação Católica Brasileira. Foi promotor público, deputado federal constituinte e atualmente preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), além de dirigir o semanário Correio da Cidadania.

RAPHAEL MARTINELLI é presidente do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo. Compôs, ao tempo da ditadura civil-militar brasileira, a liderança nacional dos ferroviários e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), tendo sido amigo pessoal do ex-presidente João Goulart.

mostra
50 ANOS DO GOLPE: O REGIME MILITAR NO CINEMA BRASILEIRO
26 de março a 13 de abril de 2014
realização
CINUSP Paulo Emílio
Grupo de Pesquisa “Conflitos Armados, Massacres e Genocídios na Era Contemporânea”
Universidade Federal de São Paulo
Comissão da Verdade Marcos Lindenberg
Ministério Público Federal – Procuradoria Regional da República – 3ª Região
curadoria
Prof. Dr. Rodrigo Medina Zagni
Dr. Marlon Alberto Weichert
comissão organizadora
Ana Nemi
André Lopes Loula
Elson Mattos
Flávio de Leão Bastos Pereira
Heitor de Andrade Carvalho Loureiro
Henrique Figueiredo
Inês Soares
Lorena Duarte
Marcos Kurtinaitis
Maurício Orestes Parisi
Profª. Drª. Patrícia Moran Fernandes
Thiago de André

CINUSP Paulo Emílio
Cidade Universitária
Rua do Anfiteatro, 181 – Colmeia, Favo 04
Cidade Universitária
entrada franca
100 lugares
fone: 11-3091-3540
Maria Antônia
Centro Universitário Maria Antônia – Sala Carlos Reichenbach
Rua Maria Antônia, 294 – 1º andar
Consolação
entrada franca
70 lugares
fone: 11-3123-5200
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional da República da 3ª Região – auditório
Av. Brigadeiro Luis Antônio, 2.020 – térreo
Bela Vista
entrada franca
180 lugares
fone: 11-2192-8723
cinusp@usp.br
www.usp.br/cinusp
www.twitter.com/cinusp
www.facebook.com/cinusp