MOSTRA SÃO PAULO QUADRO A QUADRO PROSSEGUE NA CINEMATECA. GRÁTIS.

 
Cinemateca Brasileira inaugurou sua programação de 2024 comemorando o aniversário de 470 anos da cidade de São Paulo. A mostra SÃO PAULO QUADRO A QUADRO é uma parceria com o Centro Cultural São Paulo e apresenta uma seleção de filmes que contam a história da cidade e do seu desenvolvimento sem ignorar suas contradições, cada vez mais evidentes nos dias atuais. Obras de épocas variadas exploram as paisagens e as experiências da população da cidade ao longo dos anos, em um panorama marcado por transformações.

 

Até 28 de janeiro, o público poderá assistir a clássicos que abordam o progresso econômico da cidade, mas também trazem à tona questões como a concentração de renda, a desigualdade social e as desilusões em uma sociedade industrial.

 

Personagens e cenários noturnos estão presentes em Cidade oculta, em que um clima cyberpunk emerge da cidade esfumaçada e sombria, e em A dama do Cine Shangai e a escuridão de uma sala de cinema, ponto de partida da história. O submundo do crime é pano de fundo de O Bandido da Luz Vermelha, com uma ênfase em pontos degradados da cidade como a Boca do Lixo, e de Pixote, a lei do mais fraco, que aborda a violência nas favelas e nas instituições socioeducativas.

 

Perifericu Corpo elétrico constroem diferentes modos de existir e ocupar a cidade. De forma semelhante, Espero tua (re)volta mostra a efervescência do movimento estudantil e de suas lutas, que se materializam em diversas escolas, ruas e avenidas. Por sua vez, Diz a ela que me viu chorar Era o Hotel Cambridge expõem a precariedade, formas de organização e relações de afeto em espaços de convívio coletivo para populações vulneráveis.

 

A mostra conta ainda com uma seleção de curtas-metragens, dentre eles, Esta rua tão Augusta, Sob as pedras do chão, Bexiga ano zero, Mulheres da Boca Rua São Bento, 405, além de cópias restauradas de A metrópole de Anchieta e Pixote, a lei do mais fraco, e de um cinejornal recentemente catalogado e digitalizado no âmbito do projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira.

 

A programação é gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão. 

 


CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana

 

Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação.
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados

 

Sala Grande Otelo (210 lugares + 04 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão

 

Sexta-feira, 26 de janeiro

 

18h30
Perifericu
Brasil (SP) , 2019, 20 min, cor, 14 anos
Direção: Rosa Caldeira, Vita Pereira, Nay Mendl, Stheffany Fernanda
Elenco: Ingrid Martins, Vita Pereira, Miriam Lima, Momô de Oliveira, Audre Verneck, Isma Almeida, Natt Maat, Manauara, Lorran Lopes, Lucas Sodré, Mana Black, Ayron Nogueira
Sinopse: Luz e Denise cresceram no Grajaú, extremo Sul de São Paulo. Elas foram criadas em meio a canções de rap, louvores de igreja e passos de vogue. Colocadas à margem da sociedade, as duas se impõem contra o mundo amando, sonhando e sendo o que são.
Espero tua (re)volta
Brasil (SP), 2019, 93 min, cor, 12 anos 
Direção: Eliza Capai
Elenco: Lucas Penteado, Marcela Jesus, Nayara Souza
Sinopse: Buscando compreender suas principais pautas a partir do ponto de vista dos estudantes envolvidos e com uma rica quantidade de imagens de arquivo, o filme traça um retrato do movimento estudantil que ganhou força a partir do ano de 2015, que ocupou escolas estaduais por todo o Brasil.

 

20h15
Rua São Bento, 405
Sessão com apresentação do diretor Ugo Giorgetti
Brasil (SP), 1976, 22 min, cor/p&b, 16 anos
Direção: Ugo Giorgetti
Sinopse: O filme conta a história do primeiro arranha-céu de São Paulo, o prédio Martinelli, e registra depoimentos de seus últimos moradores, que tiveram que se mudar após a interdição do prédio pela Prefeitura do Município de São Paulo. Mostra a variedade de pessoas e de estabelecimentos comerciais que existiam dentro do tradicional edifício.
O Bandido da Luz Vermelha
Brasil (SP) , 1968, 92 min, p&b, 16 anos
Direção: Rogério Sganzerla
Elenco: Paulo Villaça, Helena Ignez, Luiz Linhares, Sérgio Hingst
Sinopse: O assaltante apelidado pela imprensa sensacionalista de Bandido da Luz Vermelha assalta residências, realiza fugas ousadas e gasta o dinheiro de forma extravagante. Porém, uma vez encurralado, recorre a medidas extremas.

 

 

Sábado, 27 de janeiro

 

15h30
Fragmentos da vida
Brasil (SP) , 1929, 30 min, p&b, livre
Direção: José Medina
Elenco: Carlos Ferreira, Áurea de Aremar, Alfredo Roussy, Medina Filho
Sinopse: Na construção de uma São Paulo moderna, um trabalhador cai de um andaime e à beira da morte pede para o filho trilhar o caminho da honestidade, do trabalho e da honradez. O filho, porém, prefere tornar-se um vagabundo. Por causa da dureza de sua realidade, e em busca do conforto da vida na prisão, ele faz de tudo para ser preso.
São Paulo, a symphonia da metrópole
Brasil (SP) , 1929, 90 min, p&b, livre
Direção: Adalberto Kemeny, Rodolpho Rex Lustig
Sinopse: A cidade de São Paulo no final da década de 20. Urbanismo, moda, monumentos públicos, industrialização, fatos históricos, expansão do café, educação e o burburinho do cotidiano.

 

17h45
Sob as pedras do chão
Brasil (SP) , 1973, 23 min, cor, livre
Direção: Olga Futemma
Sinopse: O Bairro da Liberdade, situado no Centro de São Paulo, é mais conhecido como “o bairro japonês”. O filme mostra a imigração, os primeiros assentamentos japoneses, o dia a dia da comunidade e a relação entre tradição e assimilação cultural.
Diz a ela que me viu chorar
Sessão com apresentação da diretora Maíra Bühler
Brasil (SP), 2019, 86 min, cor, 16 anos
Direção: Maíra Bühler
Sinopse: Moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável e pelo uso abusivo de crack. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados pelo espectro da solidão. O filme retrata um grupo de pessoas reunidas por laços fortes em frágil abrigo.

 

20h
Praça da Sé
Brasil (SP) , 1974, 10 min, cor, livre
Direção: Nilce Tranjan
Sinopse: Por meio de entrevistas com transeuntes e trabalhadores, o filme apresenta um retrato da população que frequentava a Praça da Sé, da situação do transporte público e do crescimento da região central de São Paulo, mostrando, também, a implosão de um prédio onde seria construída a Estação Sé do Metrô.
Era o Hotel Cambridge
Brasil (SP), 2016, 93 min, cor, 12 anos 
Direção: Eliane Caffé
Elenco: José Dumont, Carmen Silva, Isam Ahamad Issa e Guylain Mukendi
Sinopse: Uma criação coletiva entre o MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), o GRIST (Grupo Refugiados e Imigrantes Sem Teto) e a Escola da Cidade, o filme narra a trajetória de um grupo de refugiados que divide com os sem-teto uma ocupação no centro de São Paulo. Na tensão diária pela ameaça de despejo, revelam-se pequenos dramas, alegrias e diferentes visões de mundo dos ocupantes.

 

 

Domingo, 28 de janeiro

 

15h
Mulheres da Boca
Sessão com apresentação da diretora Maria Inês Nunes de Castilho
Brasil (SP), 1981, 22 min, cor/p&b, 16 anos
Direção: Cida Aidar, Maria Inês Nunes de Castilho
Elenco: Rosa Negra, Walder Laurentis, Rosilda Matis, Flavia Castro e Castro, Goffredo Telles Neto
Sinopse: Na Boca do Lixo, centro de São Paulo, sob uma visão feminina, o cotidiano de prostitutas e de seus exploradores, cafetinas e malandros, parte de uma rede social ambígua, entre a malandragem e a corrupção.
Corpo elétrico
Brasil (SP) , 2017, 94 min, cor, 16 anos
Direção: Marcelo Caetano
Elenco: Kelner Macêdo, Lucas Andrade, Welket Bungué, Ana Flavia Cavalcanti, Ronaldo Serruya, Henrique Zanoni
Sinopse: O jovem Elias tenta equilibrar seu cotidiano entre o trabalho e encontros casuais com outros homens. Na fábrica em que trabalha as responsabilidades aumentam e, depois de mais uma noite fazendo hora extra, Elias e os operários decidem sair juntos. Corpos cansados que buscam apenas uma cerveja para espairecer. A partir desta noite, Elias percebe que a distância entre ele e o grupo é menor do que imaginava. É quando novas possibilidades de encontros surgem em seu horizonte.

 

17h20
Bexiga, ano zero
Sessão com apresentação da diretora Regina Jehá
Brasil (SP) , 1971, 11 min, cor, livre
Direção: Regina Jehá
Sinopse: Retrato do bairro Bela Vista, tradicionalmente chamado Bexiga. Ocupado por imigrantes italianos no final do século XIX, o bairro passou por um processo de abandono e degradação ao ser rasgado por largas avenidas e viadutos.
São Paulo Sociedade Anônima
Brasil (SP) , 1965, 107 min, cor, 12 anos 
Direção: Luiz Sérgio Person
Elenco: Walmor Chagas, Eva Wilma, Darlene Glória, Otello Zeloni, Etty Fraser
Sinopse: Apesar do sucesso na vida profissional, Carlos, um trabalhador da indústria automobilística paulistana, não consegue encontrar satisfação ou sentido no que faz. Sem perspectivas na vida para mudar a condição que rejeita, seu último recurso é fugir.

 

19h45 
Pixote, a lei do mais fraco
Sessão com apresentação de Mira Babenco
Brasil (SP) , 1980, 125 min, cor, 16 anos
Direção: Hector Babenco
Elenco: Fernando Ramos da Silva, Gilberto Moura, Edílson Lino, Jorge Julião, Marília Pêra, Jardel Filho, Rubens de Falco, Elke Maravilha
Sinopse: Vivendo a dura realidade do menor carente em um reformatório de São Paulo e revoltados com as injustiças dos administradores da instituição, quatro meninos fogem e passam a conviver com uma prostituta, envolvendo-se com traficantes de drogas e trapaceiros.

 

 

 

O Viva Cinemateca foi lançado em junho como continuidade ao processo de retomada iniciado no ano passado. O projeto pretende ampliar e modernizar a Cinemateca Brasileira, fazendo com que ela ocupe definitivamente o seu relevante lugar na história do cinema brasileiro. Está prevista a ampliação dos espaços de laboratórios da instituição, garantindo que mais filmes e documentos possam ser preservados. Assegura-se, dessa maneira a sobrevivência de mais de 120 anos de história do cinema e do Brasil. Outra importante frente do projeto contempla o restauro das edificações históricas, melhorando as instalações disponíveis para o público. Desde 1997, a Cinemateca Brasileira está instalada em seu prédio atual: uma valiosa edificação em tijolos aparentes, remanescente da arquitetura industrial de São Paulo do século 19.
Além da mostra A CINEMATECA É BRASILEIRA, as ações de difusão também incluíram o FESTIVAL CULTURA E SUSTENTABILIDADE, nos dias 10 e 11 de julho, e a MOSTRA POVOS ORIGINÁRIOS DA AMÉRICA LATINA, de 11 a 16 de julho.