MOSTRA

De 20 a 31 de agosto, o Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, apresenta “Luz, Câmera, Música!: Cineastas Compositores”, mostra composta por 14 filmes de sete cineastas que também assinam a composição das trilhas sonoras de seus trabalhos. A proposta é que o público possa conhecer ou rever as produções de forma global: com olhar e ouvidos atentos para perceber a totalidade da obra, uma vez que a composição está intimamente ligada ao desenvolvimento da história. De nacionalidades e estilos distintos, os sete diretores compartilham pontos em comum: são independentes, reconhecidos pelo público, pela crítica e pela categoria, e continuam em atividade. São eles: o espanhol Alejandro Amenábar (“Morte Ao Vivo” e “Mar Adentro”); o brasileiro Carlos Reichenbach (“Extremos do Prazer” e “Alma Corsária”); o bósnio Emir Kusturica (“Memórias em Super-8” e “A Vida é um Milagre”); o americano Hal Hartley (“Simples Desejo” e “Flerte”); o inglês Mike Figgis (“Justiça Cega” e “Timecode”); o alemão Tom Tykwer (“Inverno Quente” e “Perfume”) e o argelino Tony Gatlif (“O Estrangeiro Louco” e “Vengo”). A curadoria é de Fábio Yamaji e a produção da Cinnamon Comunicação.

Com exibições diárias, serão 35 sessões em dez dias, a preço popular, e uma palestra com entrada franca. Na sexta-feira, dia 29, às 19h, o público poderá conversar sobre “ Música no Cinema”, com Carlos Reichenbach e Christian Petermann. O diretor e o jornalista, respectivamente, falam sobre a criação da trilha sonora e de sua importância para o filme. Reichenbach resume o valor da música em seus trabalhos da seguinte forma: É comum nos meus filmes a música ser apresentada como personagem – o elemento mais importante da cena – e gradativamente se tornar diegética – a que algum personagem esteja escutando. Busco fazer isso de modo que a mudança seja quase imperceptível.”

“Ao investir na realização da mostra, o Banco do Brasil busca contribuir na ampliação da percepção do espectador sobre o rico trabalho de produção musical envolvido na concepção de um filme, além de homenagear o trabalho desses cineastas que se desdobram em múltiplas funções, realizando um cinema, acima de tudo, autoral.”, diz Marcelo Mendonça, diretor do CCBB São Paulo.

Para Fábio Yamaji, curador da mostra e editor e crítico do site Cinequanon.art.br essa é uma oportunidade de assistir a filmes que se destacam pela qualidade como a inquietação temática, a originalidade visual e a sofisticação musical. “A mostra garantirá ao espectador algumas horas de reflexão, beleza e sonoridade sincronizadas”, ressalta.

Diretor de curtas de animação e de documentário, entre outras atividades, Yamaji frisa a importância da música incidental no corpo de um filme, traduzindo sua cadência narrativa, sugestão de emoções, ambientação sonora e identificação de personagens, entre outros. No cinema autoral é comum que o diretor acumule as funções de roteirista, montador e produtor, cuidando assim para que o resultado seja o mais fiel possível de sua concepção original, artística e tecnicamente. São etapas-chaves do processo criativo e de produção, que contribuem para a construção de uma obra mais focada e pessoal. É uma característica inerente ao cinema independente, completa.

Os longas-metragens “Timecode” e “Justiça Cega” serão exibidos em DVD. Nestas sessões, a entrada será gratuita, com retirada de senhas a partir das 10h. Para assistir aos demais filmes, os espectadores pagam R$4 (inteira) e R$2 (meia) pelo ingresso. A mostra estará em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro entre 5 e 17 de agosto e, em Brasília, entre 19 e 31 de agosto.

Anote:
Centro Cultural Banco do Brasil
Cinema (70 lugares): R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia-entrada). Filmes em DVD têm entrada gratuita, com retirada de senhas a partir das 10h.
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro – São Paulo
Informações: (11) 3113-3651 / 3113-3652
www.bb.com.br/cultura