NOVA DISTRIBUIDORA ACENA COM CLÁSSICOS INTERNACIONAIS E NOVIDADES BRASILEIRAS.

Profissionais do mercado cinematográfico já concordam há algum tempo que, com o advento do cinema digital, distribuir um filme, colocá-lo à disposição do público, tem sido uma tarefa bem mais árdua que produzir este mesmo filme. Num país de dimensões continentais que conta apenas com 3 mil salas de cinema (a maioria delas administrada/dominada por esquemas multinacionais), encontrar espaço para o produto independente produzido fora de Hollywood  é um desafio gigantesco.

Com o objetivo de tentar quebrar pelo menos um pouco desta escrita tradicionalmente colonialista, foi inaugurada em Fortaleza a distribuidora Celeste, que busca aproximar produtores, salas e plataformas de exibição. Administrada pelo cineasta e curador Salomão Santana, a Celeste inicia suas atividades distribuindo nacionalmente o longa cearense “Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois” (foto), de Petrus Cariry, que chegará ao circuito ainda este ano, com data a definir.

“Queremos propor formas alternativas de negociação, sempre respeitando os filmes e estabelecendo uma boa relação com os exibidores”, diz Santana. “Diante de um contexto crítico, o principal desafio é a busca pelo nosso próprio espaço. Acreditamos no potencial agregador dos nossos parceiros e esperamos ter voz ativa neste processo”, afirma o distribuidor, que chega a este mercado com a experiência de já ter atuado como programador do cinema do Centro Cultural Dragão do Mar e do Cineteatro São Luiz, ambos na capital cearense.

Antes de “Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois”, a Celeste distribuirá o clássico “Rebecca, A Mulher Inesquecível” (1940), primeiro longa norte-americano dirigido por Alfred Hitchcock. O filme será lançado nos cinemas brasileiros no dia 11 de agosto, com cópia restaurada em 2K.

Segundo Salomão Santana, o planejamento de distribuição da Celeste foge do tradicional, com ideias inovadoras que geram uma boa visibilidade nas salas de exibição. “Montamos uma estratégia personalizada para cada filme, avaliando o potencial das obras e as salas que mais se adequam às propostas das narrativas”, conclui.