O GENIAL E SENSÍVEL DOCUMENTÁRIO “MAIS DO EU POSSA ME RECONHECER” VENCE A MOSTRA TIRADENTES.

por Celso Sabadin.

Documentando a obra e a solidão do artista plástico Darel Valença Lins, o longa “Mais do que Eu Possa me Reconhecer”, de Allan Ribeiro, foi considerado o melhor filme da Mostra Aurora pelo Júri da Crítica da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em cerimônia de encerramento realizada no sábado, dia 31. A produção carioca levou o Troféu Barroco 2015 e o prêmio de R$ 50 mil dado pelo Itamaraty, além de serviços oferecidos por parceiros do evento.

“A Aurora foi o melhor espaço para esse filme estrear, porque é onde esse tipo de trabalho vai ser visto pelo público e pela crítica, recebendo uma atenção que ele não teria em outros festivais”, exaltou Allan Ribeiro, ao subir ao palco do Cine-Tenda. Para os jurados, o trabalho de Allan primou “pela originalidade com que é registrado o reiterado espelhamento nas relações entre o cineasta e o pintor, presente na narrativa sobre Rembrandt e seus autorretratos e pela expressão política do corpo atravessado pelo tempo e pela história”.

O Júri da Crítica também premiou o curta-metragem “Estátua!”, de Gabriela Amaral Almeida. O filme, produção de São Paulo, integrou a Mostra Foco e foi agraciado com prêmios de parceiros da Mostra. Para o júri, o curta levou o troféu “pela importância estética e política da descolonização do corpo da mulher e da construção de uma relação original com o cinema de gênero, subvertendo os códigos já consolidados em favor das personagens femininas e de suas trajetórias”.

Os integrantes do Júri da Crítica foram a professora e pesquisadora da UFRJ Guiomar Ramos (RJ); a professora e pesquisadora da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) Amaranta César (BA); a professora da Universidade Anhembi Morumbi Bernadette Lyra; o crítico, pesquisador e curador Ewerton Belico (MG); e o crítico Enéas de Souza (RS).

O Júri Jovem – que, pela primeira vez, avaliou trabalhos da Mostra Transições – escolheu “O Tempo não Existe no Lugar Onde Estamos”, produção de Minas Gerais com direção de Dellani Lima. Os jurados chamaram atenção ao “trabalho da subjetividade do tempo incorporado ao personagem e reforçado na montagem, bem como o respeito à individualidade que caracteriza o sujeito em contraste às categorizações sociais”.

O curta “Outubro Acabou” (SP), de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes, levou o Prêmio Aquisição Canal Brasil, de R$ 15 mil. Pelo júri popular, os escolhidos foram o curta “De Castigo” (SP), de Helena Ungaretti, e o longa “O Dia do Galo” (MG), de Cris Azzi e Luiz Felipe Fernandes.

 

OS PREMIADOS DA 18ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

 

CURTA MOSTRA FOCO – JÚRI DA CRÍTICA

“Estátua!”, de Gabriela Amaral Almeida (SP)

 

AQUISIÇÃO CANAL BRASIL – CURTA MOSTRA FOCO

“Outubro Acabou”, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes

 

LONGA MOSTRA TRANSIÇÕES – JÚRI JOVEM

“O tempo não existe no lugar em que estamos”, de Dellani Lima (MG)

 

LONGA MOSTRA AURORA – JÚRI DA CRÍTICA

“Mais do que eu possa me reconhecer”, de Allan Ribeiro (RJ)

 

CURTA – JÚRI POPULAR:

“De Castigo”, de Helena Ungaretti (SP)

 

LONGA – JÚRI POPULAR

“O Dia do Galo”, de Cris Azzi e Luiz Felipe Fernandes (MG)

 

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