PETER GREENAWAY FILMARÁ EM PAULÍNIA EM 2009.

O primeiro dia do I Festival Paulínia de Cinema já mostrou muito do empenho da cidade em transformar-se num dos mais importantes pólos de cinema da América Latina.

A manhã de sábado, 5 de julho, começou com a divulgação dos projetos contemplados com o fomento para sua realização, todos filmes a serem realizados totalmente ou em parte em Paulínia. São eles: Jean Charles, de Henrique Goldman, que conta a história do imigrante brasileiro em Londres morto pela Scotland Yard, ao ser confundido com um terrorista; O Contador de Histórias, de Luiz Villaça, também produzido pela esposa do diretor, a atriz Denise Fraga, sobre o ex-menino de rua Roberto Carlos Ramos, hoje pedagogo e especialista em literatura infantil, além de pai adotivo de 13 crianças que como ele já viveram nas ruas; Salve Geral, de Sérgio Rezende, sobre uma mulher que se envolve com o crime organizado quando seu filho é preso; Mamonas, o Filme, a história da banda Mamonas Assassinas; Aparecida, Padroeira do Brasil, de Rogério Gomes, que mostra a conversão do protagonista, ao mesmo tempo em que conta a história da descoberta da imagem da santa que viria a ser a padroeira do país; Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca, a derrocada de uma família de fazendeiros pecuaristas que se tornaram traficantes de drogas; Eu e meu Guarda-Chuva, a incursão de um menino ao mundo dos sonhos; Tropicália, de Marcelo Machado, documentário sobre um dos períodos mais férteis da música brasileira; Hoje, de Tata Amaral, histórias interligadas em meio a questões como as conseqüências das arbitrariedades da ditadura brasileira e o homossexualismo; e Crianças Abandonadas, do alemão Hank Levine, sobre as diversas formas de abandono de crianças pela família ou pelo Estado.

Após divulgar seu projeto para a imprensa, Hank Levine deu em primeira mão a notícia de que o cineasta britânico Peter Greenaway – foto – (de filmes como O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante e O Livro de Cabeceira) filmará em Paulínia em 2009. “Há Hollywood, Bollywood e agora Pauliwood”, brincou o diretor alemão, que considerou que logo outros diretores estrangeiros também descobrirão o pólo cinematográfico paulista.

Os atores Maria Fernanda Cândido e Dan Stulbach deram as boas vindas ao público na primeira noite da mostra competitiva. Dercy Gonçalves, do alto de seus 102 anos de idade, foi a grande homenageada da noite. Com sua costumeira irreverência, foi ovacionada. Também foi homenageado com o troféu Menina de Ouro o casal de atores Nicette Bruno e Paulo Goulart, que falaram da iniciativa de Paulínia e da longa união em família e no trabalho.

Após a apresentação do júri do festival, foi exibido o longa-metragem Nossa Vida não Cabe num Opala, de Reinaldo Pinheiro, sobre a vida de uma família da periferia paulistana envolvida com o roubo de carros e o pugilismo mambembe, dando a largada para a mostra competitiva. O ator Milhem Cortaz (de Tropa de Elite) foi o destaque do longa, em uma história que mostra a dura vida do submundo metropolitano, contada no “dialeto” local.
Outras presenças famosas em Paulínia no sábado foram Alice Braga, Cássio Gabus, Eduardo Moscovis e Otávio Muller, entre outros. O segundo dia da mostra também dá início à competição dos curtas-metragens nacionais e regionais, além da exibição dos longas Waldick Sempre no meu Coração, de Patrícia Pillar, e Pequenas Histórias, de Helvécio Ratton.