Produções nacionais concorrem em Sundance

O Brasil marca presença no maior e mais importante festival de cinema independente do mundo, o Festival de Cinema de Sundance. Criado por Robert Redford, o Festival exibirá 122 filmes (destes, 82 premières mundiais e 23 premières americanas), de produções de 25 países de 60 diretores estreantes ou em seus segundos filmes.
Na programação, três filmes brasileiros: o longa de ficção O Cheiro do Ralo, o documentário Acidente e o curta Beijo de Sal. Todos os escolhidos vão ao encontro da proposta de Sundance, a independência. Os filmes inovam na forma de olhar e principalmente fazer cinema.
Os selecionados têm outra característica em comum: o baixíssimo custo de produção. “O Cheiro do Ralo”, do diretor Heitor Dhalia custou 330 mil reais, um terço do que um longa de baixo orçamento costuma custar. “Acidente”,de Pablo Lobato e Cao Guimarães custou apenas 150 mil reais e “Beijo de Sal”, de Fellipe Gamarano Barbosa menos ainda. Vale lembrar que Cheiro do Ralo e o O Beijo do Sal não contaram com nenhuma verba de incentivo para a realização do projeto. Enquanto o longa se respaldou num esquema de cooperativa para arcar com os custos, o curta valeu-se de um prêmio ganho na Universidade de Columbia.
O Brasil também é tema do documentário americano “Manda Bala” (‘Send a Bullet‘), do diretor Jason Kohn. O filme investiga a corrupção no Brasil, acompanhando três personagens-chave. O primeiro, um político que, para lavar bilhões de dólares, abre uma fazenda de fachada. O segundo, um empresário que gasta milhões para blindar seus carros. O terceiro, um cirurgião plástico que reconstrói orelhas de vitimas de seqüestro. Os depoimentos destes e de outros personagens que já foram seqüestrados revela como a indústria do seqüestro é um ramo rentável no Brasil.
O Festival vai até o dia desse mês e os produtores e diretores brasileiros esperam sair de Sundance com um bom esquema de distribuiçao desses filmes.