SANTOS ESTREIA SEU CINECUBE MAURICE LEGEARD.

O Cineclube Maurice Legeard surge para criar um espaço cujo ofício é discutir o cinema que é inacessível nas salas comerciais da cidade de Santos e que, além de propor um espectador ativo, pensante, através da discussão, forma neste um repertório cultural de mais de cem anos de história que passam por diversos países e culturas a partir das obras assistidas.

A estreia acontece no dia 13 de abril, sábado, às 23:30h, na Vila do Teatro. Será exibido o curta documentário “O Guru e os Guris”, de 1973, dirigido por Jairo Ferreira, que aborda a figura do cinéfilo Maurice Legeard e, na sequência, será exibido o questionador longa metragem “Noviembre”, de 2003, dirigido pelo espanhol Achero Mañas, que conta a estória de um grupo de teatro de rua independente liderado pelo idealista Alfredo.

O Cineclube Maurice Legeard é fundado pelos estudantes de cinema e audiovisual: Rodrigo Zerbetto, que estreia neste ano como diretor com o curta-metragem “Nina”, além de ter participado da equipe de produção do Curta Santos nas últimas quatro edições; Victor Alencar, adorador da sétima arte, tendo experiência nas várias vertentes da área; e Gabriel Peres, um produtor por natureza (mas não por opção) que procura seu lugar na área do audiovisual, tendo já participado de projetos como assistente de muitas coisas, roteirista, diretor e editor.

A entrada é franc.

Sobre Maurice Legeard

Em 1925, no município de Lyon, França, nasce Maurice Armand Marius Legeard. Em 1932, vem com a família a Santos. Frequenta a Capital, torna-se ator de teatro e de cinema, apaixonado pelo mundo cinematográfico. Nunca teve a pretensão de ser o melhor, mas fazia enormes sacrifícios para realizar seus projetos, enfrentando as terríveis barreiras burocráticas das administrações, tanto dos órgãos governamentais quanto das instituições da sociedade civil.
Cria o Clube de Cinema de Santos em 1948. Dois anos depois, torna-se um dos organizadores do clube. Apresenta aos membros do clube o cinema mundial: faz aportar na cidade o Neo-Realismo Italiano e filmografia do Japão, Polônia, França, Índia, Inglaterra, Hungria, Rússia, Bulgária, China.
A partir de 1954, passa a coordenar oficialmente o Clube de Cinema. Em 64, faz sessões à meia-noite no Cine Roxy para exibir e debater sobre filmes fora da grade comercial.
No início dos anos 80, faz sessões no Cine Bandeirantes e na Aliança Francesa, em seguida, desliga-se do Clube do Cinema. Um ano após, faz da Cadeia Velha a sede de seu acervo cinematográfico. Surge a Cinemateca de Santos. Em 1989, doa a Cinemateca de Santos e, no ano seguinte, é contratado pela Secretaria de Cultura como assessor de cinema.