SERÁ QUE O GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO AGORA TOMA JEITO?

Por Celso Sabadin.

Faz mais de 20 anos que o Brasil tem o seu “Oscar”, o assim chamado Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que escolhe os melhores do setor, de acordo com uma “academia” formada por profissionais da área.

 

Você nunca tinha ouvido falar? Tudo bem: exceto as pessoas do meio audiovisual, pouca gente conhece.

 

A iniciativa sempre foi mal administrada, principalmente por dois motivos. Primeiro, numa clara demonstração de babaovice do setor, o Grande Prêmio trocava de nome praticamente a cada ano, de acordo com o patrocinador da hora. Era mais ou menos como se o Davi Di Donatello se chamasse Prêmio Pirelli num ano, Prêmio Fiat no outro, Prêmio Massas Barilla no seguinte, e assim por diante. Pagou, levou.

 

O segundo motivo era – e continua sendo – a total falta de “timming” do evento. Enquanto todas as importantes premiações internacionais são decididas nos primeiros meses de cada ano, referentes ao ano anterior, o nosso Grande Prêmio distribui seus troféus em algum momento atrasado do ano, quando ninguém mais sequer lembra dos filmes participantes. Um esvaziamento completo.

 

Agora, finalmente, temos uma boa notícia: o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro anunciou nesta quarta-feira, 29/11, que ela passará a se chamar Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro. E que o período de elegibilidade e categorias também estão passando por atualizações.

Em uma justíssica homenagem e sábia decisão, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais optou por incorporar o nome do Troféu Grande Otelo no título da premiação. A partir desta 23º edição, a homenagem ao ator que deu vida a notáveis personagens do nosso audiovisual estende-se ao nome do antigo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que passa a se chamar Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro.

A mudança de nome acompanha atualizações no período de elegibilidade das obras e nas categorias. De acordo com a nova norma, as obras audiovisuais precisam estar contempladas entre o período de 01º de janeiro de 2023 até 30 de abril de 2024 para serem classificadas. Além disso, foram criadas duas novas categorias: Melhor Atriz e Melhor Ator de Série de Ficção.

 

Eles informam também que o – agora – Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro vem passando por atualizações desde que foi criado, acompanhando as mudanças do audiovisual. Em 2023, por exemplo, pela primeira vez as séries de ficção passaram a concorrer em uma única categoria, sem distinção para as produções independentes da TV aberta, TV Paga e OTT.

 

Profissionais do setor, das mais diversas áreas, podem se associar à Academia, adquirindo assim não apenas o direito de votar no Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro, mas de participar das assembleias e eventos que acontecem ao longo do ano, como a eleição para a comissão que escolhe o filme brasileiro indicado para representar o país no Oscar.

 

Atualmente, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é presidida por Renata Almeida Magalhães e a diretoria é composta por Paulo Mendonça (vice-presidente), Bárbara Paz, Ariadne Mazzetti, Allan Deberton e Jeferson De.

Torcendo aqui para – finalmente – dar certo.