TONI VANZOLINI FALA SOBRE SUA ESTREIA COMO DIRETOR EM “EU E MEU GUARDA CHUVA”.

Toni Vanzolini, mais conhecido como diretor de arte, faz seu primeiro filme como diretor de longas com o elogiado “Eu e Meu Guarda Chuva”, baseado no livro homônimo escrito por ex-integrantes da banda Titãs. Confira o que ele diz sobre sua estreia.

- Como surgiu a ideia de adaptar “Eu e Meu Guarda-Chuva” para o cinema?
“Eu e Meu Guarda-Chuva” era um projeto do Branco Mello, Hugo Possolo e Ciro Pessoa que eu conhecia há muito tempo e achei que daria um bom filme infantil. O roteiro é uma livre adaptação, feito mais a partir das músicas do que do livro. Fiz uma primeira sinopse e apresentei para os meus sócios na Conspiração que acharam que a ideia tinha potencial.

- Como foi o processo de criação e desenvolvimento do roteiro?
Trabalhamos a oito mãos durante quase dois anos. Adriana Falcão é uma dialoguista fantástica, e Bernardo Guilherme e Marcelo Gonçalves trabalham muito bem a estrutura do roteiro. Nos encontrávamos semanalmente para trocar idéias e discutir o roteiro. Passamos por inúmeros tratamentos antes de chegarmos à versão de filmagem. Hoje em dia é engraçado ver a evolução do trabalho. O roteiro filmado é bastante fiel às ideias que tivemos no início dos trabalhos, mas a forma mudou muito. O roteiro precisa de tempo para
amadurecer. É normal.

- Quais referências você buscou para criar o filme “Eu e Meu Guarda-Chuva”?
Acredito que, quando você vai fazer um filme, tudo serve como referência. Não busquei inspiração neste ou naquele filme especificamente. É natural que, ao fazer um filme voltado para o público infantil e infanto-juvenil, você se aproxime mais deste universo. Posso dizer que no desenvolvimento do roteiro, me inspirei bastante nas músicas compostas pelo Branco Mello e Ciro Pessoa. A música é parte importante na história.

- Como foi o processo de escolha do elenco?
O processo de escolha dos atores foi exaustivo, mas muito interessante. Testamos quase 400 crianças pelo Brasil todo até chegarmos ao elenco definitivo. Foi uma experiência muito rica, que me ajudou muito a entrar mais no universo da garotada.

- Fale um pouco das filmagens, da pós-produção e da escolha da trilha sonora.
As filmagens de “Eu e Meu Guarda-Chuva” foram feitas em São Paulo, em Paulínia e em Praga. Três crianças quase que o tempo todo no set, e a grande maioria das cenas era noturna. Isso dificultou muito a produção. Ainda assim, foi muito divertido e as filmagens terminaram dentro do cronograma. A pósprodução do filme, feita na Teleimage, foi pensada de maneira que ele tivesse efeitos que ajudassem a narrativa. A finalização de um longa como este é um processo lento, longo e extremamente cuidadoso. Ou você gosta ou
fica maluco. A trilha sonora foi um capítulo a parte. Chamei o Branco Mello que tinha composto as músicas originais do projeto para trabalharmos juntos. No início, a idéia era usarmos as músicas do disco, mas, ao longo do processo, vi que queria algo diferente, uma sonoridade construída especificamente para o filme e partimos quase que do zero. Tudo foi composto para o filme pelo Branco e pelo Emerson Villani, inclusive algumas versões das músicas originais revisitadas e rearranjadas. Foi muito emocionante ver e ouvir a orquestra
tocando os temas do filme.

- O filme traz alguns efeitos especiais? Em que momento eles aparecem no filme?
Os efeitos de “Eu e Meu Guarda-Chuva” são sutis e entram no filme nos momentos em que o guarda-chuva ajuda o personagem principal em sua jornada. A pós-produção de imagens foi feita na TeleImage do Patrick Siaretta, sócio do projeto, por uma equipe de primeira que me ajudou muito a fazer uma finalização de alto nível.

- Como foram as filmagens na República Tcheca?
Praga é uma cidade incrível, deslumbrante e agrega muito ao visual do filme. Fomos com uma equipe mínima, e as filmagens foram bastante intensas. Fazia muito frio (era isso o que queríamos), e tínhamos poucos dias para filmar muitas cenas.

- Como foi ter o apoio de uma produtora de nome como a Barrandov?
A equipe técnica da Barrandov está acostumada a trabalhar com produções internacionais. Isso dá muita segurança e tranquilidade. A equipe era muito competente, e isso viabilizou o nosso plano de filmagem que era bem apertado.

- Você acha que é mais difícil fazer filme infantil do que para o público adulto?
Não acho que fazer filmes voltados para o público infantil e infanto-juvenil seja mais ou menos difícil do que fazer qualquer outra produção. As dificuldades são basicamente as mesmas: chegar a um bom roteiro, levantar dinheiro, produzir e principalmente conseguir fazer o filme chegar às salas de cinema, com uma boa campanha de lançamento e divulgação.

- O que o público pode esperar de “Eu e Meu Guarda-Chuva”?
Fizemos um filme muito cuidado, para a família e não só para o público infantil. Tenho certeza de que todos vão se emocionar e se divertir bastante.