“TRÊS MULHERES: UMA ESPERANÇA” ENTRA NA SEGUNDA SEMANA EM CARTAZ.

Por Celso Sabadin.

Permanece em cartaz o drama de guerra “Três Mulheres: Uma Esperança”, coprodução entre Holanda, Luxemburgo e Alemanha que dá total protagonismo à presença feminina no cenário da Segunda Guerra Mundial.

A partir de um caso real, o roteiro da holandesa Saskia Diesing, também diretora do filme, cria uma envolvente trama fictícia. O caso real ocorreu poucos meses antes do término do conflito, momento em que, acuados pelos russos, os nazistas abandonam, no interior da Alemanha, um trem lotado de prisioneiros que se encaminhava para um campo de extermínio. É com este ponto de partida que Diesling desenvolve a história das três mulheres do título em português.

A holandesa Simone (Hanna van Vliet) é uma das prisioneiras do trem abandonado. A russa Vera (Eugénie Anselin) é uma das militares responsáveis pela apreensão do comboio pelo Exército Vermelho. E a alemã Winnie (Anna Bachmann) tem sua casa requisitada pelos russos para abrigar os prisioneiros.

Estas três mulheres – de idiomas, culturas, vidas e posições políticas conflitantes – terão pela frente a difícil tarefa de superar suas próprias diferenças em troca de um bem maior: a sobrevivência. Ou, pelo menos, o humanismo.

Situar a ação nos limites temporais da Guerra potencializa a sensação do absurdo do conflito. Perceber que milhões de vidas são – e continuam sendo – sacrificadas em nome de interesses políticos que serão pulverizados em apenas mais algumas semanas escancaram o despropósito de toda a situação.

Assim, “Três Mulheres: Uma Esperança” se constitui em um filme sobre limites e transições, sobre fronteiras que só existem na mesquinhez humana, sobre a transitoriedade.

Um detalhe de produção me chamou especialmente a atenção: a casa alemã de Winnie é decorada com papel de parede estampado com várias suásticas. As mesmas suásticas aparecem também estampando um coador de pano de café. Acredito que tais detalhes da direção de arte se baseiem em pesquisas da realidade. O que nos leva à conclusão que o fanatismo do nazismo jamais para de nos surpreender… negativamente, claro.

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzsuasticasSem título  Cena onde se vê o papel de parede nazista.

Filme de encerramento do festival norte-americano de Stony Brook, “Três Mulheres: Uma Esperança” continua em cartaz em cinemas brasileiros.