“TROPA DE ELITE 2″ É O FILME BRASILEIRO MAIS VISTO EM 30 ANOS.

“Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, de José Padilha, já é o filme brasileiro mais visto em 30 anos. Desde que dados oficiais de bilheteria começaram a ser coletados, em 1970, o longa só perde para “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1975), de Bruno Barreto, que levou mais de R$ 10 milhões de pessoas ao cinema. Na última semana, ao elevar seu público a 7,2 milhões, “Tropa de Elite 2” ultrapassou “A Dama da Lotação”, de 1978.

“Tropa 2” também entra para o primeiro lugar entre os filmes mais vistos nos cinemas em 2010, ultrapassando “Shrek 4”.

Enquanto isso, um de seus roteiristas, Bráulio Mantovani, deu um puxão de orelhas nos críticos de cinema esta semana. Quando questionado pela jornalista Maria do Rosário Caetano sobre a não inclusão do nome de Wagner Moura como corroteirista do filme, Mantovani afirmou: “Para ser corroteirista, é preciso sentar-se junto ao computador e escrever. Dar idéias não é o mesmo que escrever roteiros. Como disse Mallarmé a Degas: um poema não se faz com idéias, um poema se faz com palavras. O mesmo raciocínio se aplica à escrita de roteiros. Wagner Moura, assim como Daniel Rezende, Rodrigo Pimentel e outros, fizeram leituras críticas e deram sugestões para as muitas versões de roteiro de Tropa de Elite 2. Mas quem sentou a bunda diante do computador para dar forma dramática às idéias que iam surgindo fomos José Padilha e eu. Era a nossa a responsabilidade de resolver os problemas da narrativa”.

E conclui: “Ninguém em Tropa de Elite 2 tem crédito não merecido e ninguém deixou de ser creditado pelo trabalho que fez. A participação intensa do Wagner no roteiro corresponde ao que se espera de um coprodutor (assim como eu, que também tenho o mesmo crédito, participei da montagem e de todas as decisões importantes relacionadas à produção e ao lançamento do filme). Já está na hora de vocês críticos assimilarem a evolução do trabalho do escritor no cinema brasileiro. Desde que nós fundamos a AC (Autores de Cinema), o crédito de roteiro passou a ser encarado com mais rigor, mais seriedade e mais profissionalismo. A era dos diretores que assinam roteiros sem sequer saber escrever direito acabou. Idéias sem forma são apenas idéias. Arte é forma”.