DOCUMENTÁRIO “MARCADOS” ANALISA A CONSTRUÇÃO DO RACISMO NO EUA.
Por Celso Sabadin.
Não há grandes novidades no documentário “Marcados: A História do Racismo nos EUA”, em exibição na Netflix. Mas o filme tem o grande mérito de tecer uma eficiente costura histórico/didática da construção do preconceito racial nos Estados Unidos, desde os primórdios até os dias de hoje. Inclusive – é sempre bom lembrar – atribuindo aos nossos colonizadores portugueses a criação e implantação do tráfico de pessoas escravizadas, na região do Oceano Atlântico.
Utilizando-se de um rico acervo iconográfico, “Marcados: A História do Racismo nos EUA” mostra e comprova como o poder branco, aliado à mídia dominante, foi hábil em desenvolver o conceito de “branquitude” em contraposição bélica ao de “negritude”. King Kong incluído.
Talvez os assinantes da Netfix – em seus 190 países – fiquem chocados com a informação que até Abraham Lincoln era racista. Mais um motivo que torna o longa mais do que necessário.
O roteiro é de David Teague (mais conhecido como montador), a partir do livro de Ibram Xolani Kendi. A direção é de Roger Ross Williams, produtor do premiado documentário “Apollo”.
“Marcados: A História do Racismo nos EUA“ teve duas indicações no Critics’ Choice Documentary Award 2023: melhor documentário de longa metragem, e melhor documentário histórico.