NÃO É PRECISO USAR TODO O CÉREBRO PARA CURTIR “SEM LIMITES”.
Dizem os cientistas que o ser humano só usa de 10 a 20% da capacidade de seu cérebro. No filme “Sem Limites”, o escritor frustrado Eddie (o carismático Bradley Cooper, de “Se Beber Não Case”), que passa por uma gigantesca crise pessoal, arruma um jeito de usar todos os 100%. E dá uma guinada radical na sua vida. O problema, porém, é que esta “turbinada cerebral” depende de uma nova, poderosa e proibida droga que pode lhe trazer mais problemas que benefícios.
Misturando aventura e ficção científica, o roteiro de Leslie Dixon (o mesmo de “A Corrente do Bem”) transforma o livro de Alan Glynn num entretenimento atrativo e eficiente. O filme tem agilidade, charme, prende a atenção e – cá pra nós – é impossível não morrer de inveja do protagonista quando ele se torna praticamente um super homem como seu “novo” cérebro. É a realização do mito do sucesso imediato, sem esforço, absoluto, e sem prejudicar ninguém.
Porém, o diretor Neil Burguer (de “O Ilusionista”) parece que não confiou na força de suas próprias imagens, e as enfraquece por meio de uma narração em off redundante, desnecessária e, em determinados momentos, até irritante. Talvez tenha sido pressão dos produtores, que sempre acreditam que o público “pode não entender a mensagem” e teimam em deixar tudo explicadinho, nos mínimos detalhes. A piada é inevitável: como “Sem Limites” é um filme sobre uma nova droga, ele vem com bula.
A falha, porém, não tira de “Sem Limites” sua força de entretenimento competente. O tema é dos mais interessantes e o final deixa em aberto uma continuação. Ou um seriado para TV, talvez.
Robert De Niro, novamente no “piloto automático” e Abbie Cornish (de “Sucker Punch – Mundo Surreal”) completam o elenco principal