VIA MARISA ORTH, CINEOP HOMENAGEIA O HUMOR FEMININO NO AUDIOVISUAL BRASILEIRO.

Por Celso Sabadin, de Ouro Preto.  

A 20ª Edição do CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto – lança este ano uma provocação temática bastante interessante: o que seria do cinema brasileiro sem o humor feminino?

Invariavelmente relegadas a um injustíssimo segundo plano ao exercerem funções de direção, roteiro, e até mesmo atuação, as mulheres sempre prestaram e continuam prestando um mais que inestimável serviço ao bom humor na produção audiovisual brasileira. São tantos os exemplos que seria impossível aqui relacioná-los, e certamente eu cometeria dezenas de injustiças ao tentar citar todas elas.

Mas tenho a impressão que, ao falar “humor no cinema brasileiro”, a maioria das pessoas vai se lembrar mais de Oscarito que de Dercy Gonçalves. Ou, se forem mais jovens, mais em Paulo Gustavo que em Ingrid Guimarães.

Para os curadores da Temática Histórica da Mostra, Cleber Eduardo e Juliana Gusman, “o humor das mulheres no cinema brasileiro é uma expressão de resistência e de criatividade que desafia estereótipos de gênero e cria novas formas de representação”. Destacam: “o humor pode ser uma ferramenta poderosa de crítica e transformação social”.

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A Praça Tiradentes ficou pequena na abertura do 20. CineOP.

Sensível à questão, a curadoria do 20º OP programou debates, mesas de discussão e exibições sobre o tema. E abriu o evento homenageando Marisa Orth, atriz de vigorosa veia cômica. Como não poderia deixar de ser, Marisa foi massivamente popularizada por sua personagem Magda, no seriado “Sai de Baixo”. Afinal, foram 241 episódios de 1996 a 2002 transmitidos pela maior emissora de TV do país. Mas em sua função de preservação da memória audiovisual brasileira, o Cine OP lembra e registra que a atriz brilhou também em filmes como “Doces Poderes” (1997), “Durval Discos” (2002) e “É Proibido Fumar” (2009), além de integrar musicais de grande destaque nos palcos brasileiros. Para o curador Cléber Eduardo, “Marisa Orth é uma artista que sintetiza a elasticidade do humor e a força criativa das mulheres no audiovisual brasileiro”.

A programação do 20º CineOP está estruturada em três temáticas – preservação, história e educação e será realizada na Praça Tiradentes, no Centro de Artes e Convenções e no Cine-Museu da Inconfidência. Serão exibidos mais de 100 filmes em pré-estreias nacionais e retrospectivas, homenagens, debates, oficinas, sessões cine-Escola, mostrinha de cinema, exposições, cortejo, shows musicais e atrações artísticas e, ainda, a realização do 20º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e do Encontro da Educação: XVII Fórum da Rede Kino – Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual. Toda programação é oferecida para um público estimado em mais de 20 mil pessoas.

Acompanhe a vasta – e gratuita – programação em https://cineop.com.br

A foto de Marisa Orth e Ana Muylaert é de Leo Fontes.